Novidade: Igreja Adventista da Promessa presente nas principais plataformas de podcasts

A Igreja Adventista da Promessa agora está presente nas principais plataformas de podcasts do mundo – Spotify, Deezer e Google Podcast. Podcast é um conteúdo em áudio, disponibilizado através de um arquivo ou streaming, que conta com a vantagem de ser escutado sob demanda, quando o usuário desejar.

Já estão disponíveis para todos os promessistas os podcasts – “Esperança”, que são comentários devocionais de Apocalipse. Esses comentários foram feitos para o projeto de oração “Clamor pelo Brasil”, que acontece até o dia 17 de abril. Além deste, os programas “Texto e contexto”, “Escola Bíblica Especial” e “Promessas de Esperança”, todos transmitidos em nosso canal no YouTube.

Acesse a sua plataforma de podcast preferida e busque por Promessistas Brasil ou click nos links abaixo:

Spotify: https://url.gratis/aBydD;

Deezer: https://url.gratis/HtqZo;

Google: https://url.gratis/9dEWA.

Acesse, ouça e siga!

 

Por: Ministério de Comunicação

Tornando Jesus acessível

Os verdadeiros amigos são aqueles com quem dividimos bons e maus momentos em nossas vidas, que nos aconselham, ajudam, estão sempre ao nosso lado. Dizem que os amigos valem ouro!
A Bíblia nos conta sobre um belo exemplo de amizade que foi capaz de superar muitos desafios. Em Marcos 2: 1 a 12 lemos o relato de quatro amigos que levaram um paralítico a Jesus. Este homem possuía algum tipo de deficiência física, uma paralisia que o impedia de andar. Mas ele tinha amigos que o acolheram, que se relacionavam com ele e que conheciam sua necessidade.
Você já teve a experiência de precisar de um auxílio ou favor e saber com quem você pode contar? Saber que existem pessoas que estão ao seu lado em todos os momentos? Os amigos deste homem paralítico levaram ele até Jesus e não desistiram facilmente, superando barreiras físicas, suspenderam-no até o telhado da casa em que Jesus estava para proporcionarem um encontro transformador. E então o paralítico recebe além da cura, algo muito melhor e mais importante: a salvação e o perdão de todos os seus pecados. Imaginem quantos motivos aqueles amigos tiveram para celebrarem juntos.
Diante de tal exemplo, desafio você a refletir como tem acolhido e se relacionado com aqueles que são deficientes ou portadores de síndromes. Será que você tem buscado construir um laço de amizade com estas pessoas e suas famílias? Tem tido um olhar sensível as suas necessidades? Tem buscado conversar e passar um tempo com eles? Tem ensinado as verdades do evangelho? Assim como esses amigos, nós precisamos persistir em construir relacionamentos com todas as pessoas que nos cercam a fim de levá-los a conhecer a Jesus para que recebam algo muito melhor e mais importante que a cura, a Salvação! Esta é a missão de Deus, salvar a todas as pessoas e nós como discípulos Dele somos responsáveis por contribuir com o cumprimento desta missão. Que Deus te abençoe e o desperte para tornar o evangelho acessível a todas as pessoas!
 

Que culto demorado!

Mas não reclamamos quando gastamos tempo com o que julgamos ser relevante

 
Ei, você tem ouvido muito essa frase nesses últimos anos, meses, semanas e dias…? Talvez a frase tema desse artigo possa ter trazido à sua lembrança outras, sim outras bem semelhantes e correlacionadas, que tal “que pregação grande”, “que mensagem demorada”… Mas antes de qualquer ação defensiva ou acusatória, que tal partir do que a Bíblia diz sobre o assunto? Vamos ler nosso texto base:
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. (Rm 12:1)
Culto significa adoração, veneração, dedicação. Racional se refere à razão, nossa capacidade de raciocinar. Em Romanos 12:1, isso representa nossa mente, nossos pensamentos e nossa vontade. Por isso, culto racional significa adoração que vem de nossa vontade e nosso entendimento. ¹
O culto racional é a adoração sincera a Deus, oferecida de boa vontade. Quando obedecemos a Deus de coração, oferecemos culto racional a Ele. ¹ O culto, de breve ou longa duração, deve ser de qualidade, pois não podemos perder a preciosa oportunidade. ²
Mas se tudo isso é verdade, porque em nossos dias a racionalidade dos crentes os tem distanciado dos cultos (seja no templo ou em outros locais)? Uma pergunta realmente relevante.
Mas vamos a algumas possibilidades:
Tempo – as pessoas em nossos dias gastam tempo com aquilo que consideram importante, essencial, relevante, indispensável. Convenhamos que ninguém se dedica a algo que não considera relevante. É agora que convido você a lembrar das frases que marcam as linhas iniciais deste artigo. Será que os crentes de nossos dias estão considerando o culto a Deus e a exposição da Palavra de Deus algo dispensável, irrelevante, de menor importância? Será? Você costuma reclamar de tudo que considera indispensável e relevante? Imagino que não, então podemos conjecturar que as pessoas que sempre reclamam dos cultos estão distantes da verdade, da vontade de Deus, estão enganando a si mesmas ao imaginar que estão oferecendo seus corpos em sacrifício agradável a Deus durante os cultos.
Entretenimento – as pessoas em nossos dias, não estão interessadas em servirem a Deus, em prestarem culto a Deus. No íntimo, desejam ser agradadas, supridas, “cultuadas”. A famosa frase: “o culto é para Deus e não para você” tem que ser cada vez mais lembradas. Infelizmente nossas mentes  estão procurando se satisfazer a todo custo, e isso tem atingido em cheio nossa visão e entendimento prático sobre cultuar ao Soberano Senhor das nossas vidas.
Mas vejamos um agravante entre as frases; que culto demorado e que pregação demorada! Opa, existe diferença entre elas? Sim, a primeira se refere ao culto como um todo, ao conjunto da obra. Enquanto a segunda tem íntima e direta relação com a palavra de Deus entregue à congregação, com a reflexão que está sendo entregue à igreja. Enquanto a primeira despreza todo o conjunto, a segunda despreza a voz do Soberano Deus e Senhor aos seus servos. Sim, muitos até gostam dos louvores, das orações, mas não querem dar ouvidos à voz do Espírito Santo. Sim, muitos não mais suportam nem mesmo as leituras bíblicas de mais de 5 versículos no culto ! Pode ter certeza que haverá quem diga: “Não precisa ler tantos versículos para início de uma mensagem”, “Se a leitura inicial é tão grande, imagine a mensagem”.
Aí começa a escolha dos prediletos ou preferidos. Alguns começam a escolher em quais cultos vão com base em quem canta ou prega. Lembre-se de que o culto é para Deus, não para nós! Se na prática fosse assim, todos os cultos estariam repletos de pessoas prontas a cumprir Romanos 12.1-2.
Bom, acho que já escrevi o suficiente, e se você estiver acessando pelo Smartphone, esse texto vai aparecer muito maior do que realmente é. Se chegou até aqui, parabéns, você é um diferencial. Quero ainda propor que leia mais alguns versículos bíblicos:
2 Timóteo 4: 3. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. 4. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.
2 Timóteo 3: 1. Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. 2. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, 3. Sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, 4. traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, 5. tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes. 6. São estes os que se introduzem pelas casas e conquistam mulherzinhas sobrecarregadas de pecados, as quais se deixam levar por toda espécie de desejos. 7. Elas estão sempre aprendendo, mas não conseguem nunca de chegar ao conhecimento da verdade. 8. Como Janes e Jambres se opuseram a Moisés, esses também resistem à verdade. A mente deles é depravada; são reprovados na fé.
Quais aplicações você faria com base nestes versículos da carta de Paulo a Timóteo? Tire um tempinho para refletir neles.
Eu concluo que não tenho como pedir: “Senhor se tem algo a dizer para esses aqui presentes no culto, faça durante os 20 minutos de mensagem bíblica, porque se passar disso eles vão embora.”
Que a graça de nosso Senhor nos ajude a cumprir o desejo de Deus.
Pr. Ajadil Queiroz, responsável pela IAP em Taquarussu (MS).
 
Referências:
 
1 https://www.respostas.com.br/culto-racional-significado/
2 “Um culto santo para o Deus Santo”, pg. 332, Gráfica e Editora A Voz do Cenáculo.

Aquele “fale mais sobre você” que salva vidas (parte 2)

O suicídio é causado por multifatores, somente associá-lo a uma causa é reducionismo. O sofrimento é sua maior causa, ainda que nenhum dos fatores citados seja percebido. Certamente a maior das causas é o silêncio. O não falar sobre a dor.
Ao longo da vida, em geral, aprendemos a calar nossos sentimentos, nossas dores e fraquezas. Muitos podem ter ouvido após uma chateação na infância “Engole o choro”, e os meninos “Pare de chorar, pois homem não chora”, e ao se machucar “Não foi nada, não precisa chorar”. Fomos ensinados a não sentir, a evitar sofrimento e não nos demos conta do quanto isso causa frustração. E ao crescer fomos sedimentando este comportamento com medo ou vergonha de expor nosso interior, que nem sempre estava pleno e bem resolvido.
Tereza Gouveia diz: “Nós adoecemos nas palavras não ditas, nas dores não sentidas, nas lágrimas não permitidas, na permanência em lugares frios e incômodos, no silêncio consentido, no silêncio imposto, nas tristezas camufladas”. Vamos aprender a legitimar a dor e o sofrimento, pois são inerentes ao ser humano. Portanto, fale mais sobre você. Seja transparente. Quanto mais você fala, mais aprende a traduzir sentimentos.
Foi feita uma pesquisa em que se dividiu dois grupos de risco para suicídio. Um deles fez o tratamento padrão e o outro também, somando a isso, estas pessoas do segundo grupo recebiam uma ligação periódica para saber como estavam. Neste segundo grupo o número de suicídios foi bem menor. Isso quer dizer que as pessoas de grupos de risco precisam de conversas acolhedoras e sem crítica.
Esta é uma excelente dica para você que vai se dispor a partir de hoje a ajudar pessoas em sofrimento. Escute as pessoas, mesmo sem saber o que dizer (melhor que usar frases clichês que podem ao invés de ajudar negar o sentimento da pessoa), às vezes não há muito o que se falar. Não deixe o copo dela transbordar. Uma conversa de 20 minutos pode livrar uma pessoa que caminha em direção ao suicídio. Vá em direção ao outro. Sua escuta, presença e oração podem fazer diferença.
Você pode ajudar, mas não é onipotente. As escolhas sempre serão da pessoa. É preciso respeitar essa pessoa em sofrimento, pois costumamos não tolerar a falta de sentido do outro. A pessoa em sofrimento precisa pedir ajuda e aceitar. As famílias precisam igualmente de ajuda, pois é difícil ouvir a dor de um filho, de um cônjuge e não saber encarar. É importante entender que não se pode obrigar alguém a falar, mas podemos nos colocar à disposição.
Precisamos conversar mais sobre o sentido da vida, sobre nossas razões para continuar vivos, sobre pertencimento, sobre missão no mundo. E ajudar a pessoa em sofrimento a entender que por mais que não veja sentido, não quer dizer que ele não exista. E ajudar a observar as dores pelas quais passou e sobreviveu a elas. Ajudá-las a entender que tentamos apostar nossas fichas existenciais em lugares, coisas e crenças que não podem nos dar sentido.
É possível que pessoa em desespero ao verbalizar suas dores e ideias suicidas, ressignifique a sua existência e não transforme suas ideias em ato. É possível que veja significado em sua vida.
Adolescentes e jovens precisam ter ao lado adultos que o ajudem a falar sobre sentimentos e a refletir. Aquele discipulador disposto a ajudar no amadurecimento. Os pares, os iguais também são fundamentais com presença e afeto.
Quem verbaliza sua intenção ou tenta se matar, não o faz para chamar atenção. Mas nos dá pistas de que precisa de ajuda. Nosso apoio pode ajudar, mas é preciso buscar tratamento médico e psicológico. É bom que se diga que não há problema algum nisso. Por conta de preconceito aos transtornos mentais há muita gente adoecendo cada vez mais. Não é fraqueza moral buscar ajuda, é sinal de força e busca de saúde e qualidade de vida. Cristãos também precisam buscar ajuda, passou o tempo de termos preconceito.
Há atendimento gratuito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Para os momentos de muita angústia e ausência de pessoas para ajudar ou com as quais queira falar, existe o Centro de Valorização à Vida (CVV), você pode ligar para o número gratuito 188 ou acessar o chat no endereço cvv.org.br. Estou disponível para quem precisar de um ouvido (Facebook ou Instagram). Se você acredita que está adoecendo, não se deixe chegar ao estágio da morrência, procure ajuda antecipadamente.
Para encerrar, queria dizer que sofrer é algo comum à vida. Muitos personagens bíblicos chegaram a desejar a morte, como Moisés, Elias, Jó, Jonas. Um deles disse a famosa frase “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1:21). E muitos de nós cristãos, poderíamos justificar o desejo de morrer para estar com Cristo, como disse Paulo. Contudo Paulo sabia que sua vida estava nas mãos de Deus que o comissionou. O desejo de Paulo era em função de estar mais perto de Jesus, que dera a ele todo um sentido de vida, entretanto, Paulo sabia que sua missão na terra iria durar até o momento em que Deus quisesse.
Quem precisava morrer já morreu: Cristo. E devido à sua morte, fomos libertos da morte física, espiritual e eterna. Estamos vivos pela graça de Deus que enviou seu Filho para nos salvar da morte. E nos tornou membros de sua família, nos deu senso de pertencimento, você é um filho amado de Deus. Você consegue entender este plano? Jesus trocou sua vida em favor da nossa. E nos deu uma missão, levar essa vida ao mundo morto em delitos e pecados, distante de Deus. Para todos estarmos com ele, sem dor, nem sofrimento, mas plenitude e paz. Então, em Jesus encontramos respostas para os nossos questionamentos existenciais: “De onde vim?”, “Quem sou?”, “Por que estou aqui?” e “Para onde vou?”. Sua existência faz sentido e pode levar significado a outras vidas.
Virginia Ronchetti é psicóloga e congrega na IAP em Jales (SP).
Referências
https://www.youtube.com/watch?v=rNG-zV2YHD4
https://www.youtube.com/watch?v=ZhjWXNAxfDg
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/09/brasil-registra-11-mil-casos-de-suicidio-por-ano-diz-ministerio-da-saude.shtml
http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/suicidio-e-a-segunda-maior-causa-de-morte-entre-os-jovens/?cHash=d49c717862a27c7e9a6bf852a1f5a24c
https://www.cvv.org.br/blog/setembro-amarelo-mes-de-prevencao-do-suicidio/
https://drauziovarella.uol.com.br/podcasts/entrementes/entrementes-01-suicidio/
https://www.b9.com.br/67133/mamilos-82-suicidio/
https://www.ultimato.com.br/conteudo/oms-quase-800-mil-pessoas-se-suicidam-por-ano
http://ultimato.com.br/sites/jovem/2016/09/12/por-que-ha-tantos-suicidios-entre-os-jovens/
https://www.huffpostbrasil.com/2018/09/10/o-suicidio-na-adolescencia-e-o-desespero-de-fazer-a-dor-parar_a_23522509/?ncid=tweetlnkbrhpmg00000002

Aquele “fale mais sobre você” que salva vidas

São 800 mil pessoas que se suicidam por ano no mundo, uma morte a cada 3 segundos. Destas mortes, 75% acontecem em países pobres ou em desenvolvimento. No Brasil, por volta de 11 mil pessoas se suicidam por ano, isso significa 32 por dia, uma a cada 45 minutos. E para cada pessoa no Brasil que se suicidou, estima-se que 20 tentaram o mesmo. Mais homens se matam, porém mais mulheres se engajam em tentativas. O Brasil é o 8° país em número de mortes por suicídio. E o suicídio é a 2° maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. Enquanto no mundo a taxa de suicídios diminuiu em 31% o número de mortes, no Brasil, aumentou em 11%.
O mais triste que constatar estes dados, é saber que 90% destas mortes poderiam ser evitadas. Tendo isso em vista, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o dia 10 de setembro como dia mundial de prevenção ao suicídio. E, por esta razão, discutimos este tema, que por muitos anos foi considerado tabu, especialmente em ambientes religiosos, onde era considerado pecado. Hoje entendemos que a discussão deste assunto, sem sensacionalismo ou romantização, é benéfica.
Todos nós, talvez, já tenhamos pensado na morte como possibilidade. Às vezes, sentimos essa ambivalência entre querer morrer e querer viver. Entramos em abismos existenciais e percebemos que a vida não faz sentido. Alguns saem destes abismos, outros não. Isso poderia gerar em nós profunda empatia pelo que está em sofrimento e não um olhar de recriminação ou crítica.
A pessoa que pensa em morrer sentiu seu copo transbordar, devido às feridas, adoecimentos, baixa autoestima, perdas e frustrações. E com a percepção em desequilíbrio entendeu que tirar a vida era uma saída. Sentiu-se em desespero, desamparo, desesperança e possivelmente depressão. De tanto sofrimento entrou em processo de morrência, um processo de definhar físico e emocional em que não sentia mais prazer na existência. A morte se tornou possibilidade, não pelo desejo de morrer, mas pela vontade de matar a dor. Um ato definitivo para uma dor temporária. O suicídio foi um ato de comunicação, um pedido de socorro, um grito: “Olhe para mim”.
Quais seriam as razões para uma decisão tão drástica? Possivelmente as características do nosso tempo. Essa visão de mundo triunfalista, em que precisamos ser pessoas de sucesso (que juntou seu primeiro milhão até os 30 anos ou abriu uma Startup incrível), obrigatoriamente felizes (corpos perfeitos, relacionamentos amorosos apaixonantes, mil viagens feitas). Não se aprendeu a lidar com fracassos, insucessos e frustrações e as redes sociais esfregam enganosamente em nossos rostos pessoas na contramão do que virou nossa vida.
Queremos tudo aqui e agora, não esperamos nossa vida desenrolar no devido tempo. E como imediatistas não suportamos o sofrimento passar. Somado a isto, nos tornamos individualistas isolados, acompanhados apenas pela Netflix. Há carência de relacionamentos significativos, em que podemos abrir o coração e compartilhar dissabores.
Neste contexto não falamos sobre nós, nem enxergamos as pessoas à nossa volta, que dão sinais de que seu mundo não anda bem. Diferentemente do que se acreditou por muito tempo, as pessoas pedem socorro de alguma forma. Os sinais ou fatores de risco são:
·       Verbalização de inutilidade (Não faço nada que preste), de pessimismo em relação ao futuro (Minha vida não vai mudar), de auto pejoração (Não sirvo para nada). É mito que quem quer se matar não verbaliza;
·       Mudança abrupta no comportamento (Deixar de fazer algo que gostava, isolamento, ausência de autocuidado, etc);
·       Transtornos mentais: Depressão, Transtorno Bipolar, etc;
·       Uso de álcool e drogas;
·       Tentativa prévia;
·       Mulheres que sofreram violência;
·       Viúvos.
Virginia Ronchetti é psicóloga e congrega na IAP em Jales (SP).

“Ei, você, carregue a cruz!”

Lucas 23.26 / Lucas 9.23
A primeira verdade que descobrimos nos textos de Lucas 23.36 e Lucas 9.23 é que a cruz não veio para as costas de Simão Cireneu porque ele quis, não foi algo opcional, ele foi obrigado a carregar a cruz de Jesus.
Após um dia de trabalho intenso (o texto diz que ele voltava do campo) o que ele mais queria fazer, imagino eu, era chegar em casa e descansar.
A cruz de Cristo ou parte dela (a trave) veio para ele carregar, foi algo inesperado, pois até então ele era só mais um na multidão.
Ao que consta, ele era de Cirene, uma cidade localizada no norte da África. Atualmente, essa região fica na Líbia, a oeste do Egito. Sua esposa e seus filhos eram conhecidos dos cristãos romanos (Marcos.15.21, Romanos 16.13)
Pelos textos bíblicos, entendemos que eles foram da Igreja primitiva e quanto a Simão, particularmente acredito que o incidente da cruz de Cristo tão perto de si fez diferença em sua vida, assim como tem feito diferença nas nossas vidas. Deus pode ainda retirar do meio da multidão um pecador perdido nos seus delitos e pecados e conduzi-lo ao aprisco de Cristo.
No meio da multidão nos escondemos, nos perdemos. No meio da multidão sumimos, a não ser que a graça de Deus nos alcance.
A graça de Deus me alcançou, quando era coroinha na Igreja Católica Apostólica Romana em Teófilo Otoni (MG) e ouvia o hino: “Com amor eterno eu te amei, dei a minha vida por amor, agora vai também ama teu irmão”. Desde de lá, senti imensa atração pela graça de Deus (Jeremias 31:3).
É Deus quem nos atrai, independente das circunstâncias ou lugar, suas cordas ou seus laços de amor se manifestam num coração intranquilo, pesaroso, cansado, desesperançado e sedento por Deus. Não resista à atração maior de Deus, não resista a graça de Deus, pois ela é maior que a sua vida.
A caminho do Gólgota, o corpo de Jesus foi dilacerado, foi moído pela pancadaria desenfreada dos seus algozes. Socos, pontapés, chicotadas, cuspes, sangue derramado, sofrimento, vitupério, abandono.
Neste momento crítico de violência exacerbada é que aparece Simão de Cirene, ele é forçado a levar a cruz. Chicotes estralavam no ar, sofrimentos físicos, psicológicos, choros das filhas de Jerusalém.
Até aquele exato momento Simão respondia aos seus interesses, quem sabe alheio a tudo que estava acontecendo e movido por sua curiosidade cognitiva.
A Cruz de Cristo me mostra que mesmo resignado, maltratado, sofrendo, chorando, entristecido, consigo caminhar. A cruz de Cristo é a identificação do cristão que sofre perseguições por causa do evangelho límpido.
Por causa da cruz, suas aspirações e objetivos são redirecionados no seguir atrás de Jesus como Simão, mesmo consternado, desconfortável, sua fé e amor por Cristo muda suas conceituações e razões, você diz:

  • Se é para andar mais uma milha – Andarei.
  • Se é para perdoar meu irmão – Perdoarei
  • Se é para amar e orar pelos aos meus inimigos – Amarei e orarei.
  • Se é para falar bem de quem me caluniou – Falarei.
  • Se é para congregar – Congregarei.

Ei, você, carregue sua cruz até o final, Deus está velando por ti, para que você percorra todo o trajeto do “bom combate”. Lembrando que o próprio Jesus ensinou: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23)
 
Pr. Omar Figueiredo congrega na IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP)

No lugar do outro

Conheça o sentimento para se viver bem

Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram. (Romanos 12:15).
Sabemos bem o que é a antipatia, sabemos também o que é simpatia, e empatia, você sabe o que é?
Segundo o dicionário, empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.
Deus tem me dado o privilégio (e digo privilégio, de verdade) de passar por alguns sofrimentos e, sem dúvida, o sofrimento é didático, ele nos ensina muitas coisas. Uma das coisas que quero destacar desses momentos é o aprendizado da empatia.
Hoje consigo sentir e entender a dor de amigos que têm buscado ajuda e é tão bom poder ajudar, orar e contribuir de alguma maneira. É bom poder compartilhar sobre a fidelidade de um Deus que ama, que cuida, que supre, que perdoa, que faz milagres.
Sem dúvida, tudo o que você está passando hoje poderá servir de consolo para os que estão a sua volta.
Entretanto, quero destacar que ser empático não é apenas chorar com os que choram, mas sorrir com os que se alegram, e talvez para muitos isso seja ainda mais difícil.
Se alegrar com alguém que recebeu uma promoção no trabalho mesmo que você estivesse esperando por isso, se alegrar com alguém que está grávida, mesmo que você queira tanto engravidar, sorrir para aquela amiga que se casou, mesmo que você continue sem namorado, se alegrar com os que se alegram!
Em tempos em que o orgulho e egoísmo estão imperando em nossa sociedade, vamos clamar a Deus que nos ajude a praticar o que está em Filipenses 2, 3-8: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus[a], não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo[b],tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma[c] humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!
Cristo é nosso exemplo, Cristo é o meio pelo qual podemos ser empáticos, Cristo é Aquele que será glorificado através da nossa empatia.
 
Danúbia Guarnieri é fisioterapeuta e auxilia seu marido no pastorado da IAP em Catanduva (SP).

Nossas garantias para 2019

Deus continuará cuidando de nós e desejando nosso relacionamento com ele
 Duas das épocas que mais me chamam a atenção no decorrer de um ano são: o final e o início dele. O final do ano geralmente é o momento em que realizamos uma retrospectiva da nossa vida e de tudo o que passou. Refletimos a respeito dos nossos acertos e dos nossos erros, lembramo-nos de nossas lutas e vitórias e também pensamos sobre as lágrimas e os sorrisos que colocamos no rosto do decorrer daqueles 365 dias. No entanto, mesmo considerando todas as vitórias e as dificuldades de 2018, o fato é que ele está terminando, o que faz com que passemos a olhar e a esperar por 2019.
Por outro lado, um ano que se inicia apresenta para nós algo muito importante: é um período marcado pelas oportunidades. Sendo assim, o que podemos esperar de 2019? Esta questão não é simples de responder, pois não temos como conhecer o futuro, somente Deus o conhece. No entanto, ao observarmos a Palavra de Deus, podemos ter algumas garantias para o próximo ano, e são elas que vão nos manter firmes em Cristo, mesmo que enfrentemos os vendavais e temporais das dificuldades e lutas de 2019.
Sobre o próximo ano, podemos esperar que, ao enfrentar qualquer situação, Jesus continuará firmemente conosco: ele não nos abandonará e nem nos deixará. Sua graça, misericórdia e amor continuarão a ser constantes em nossas vidas. Também podemos esperar que, no próximo ano, Deus anseia que estreitemos e aprofundemos o nosso relacionamento com ele, através da nossa vida devocional. De 2019, ainda esperamos o cuidado do Senhor sobre a nossa vida e sobre a nossa família, mesmo em meio às crises que se apresentarem diante de nós. Além disso, o próximo ano nos reserva oportunidades para que compartilhemos a respeito do evangelho de Cristo para os nossos familiares, os nossos amigos e os nossos vizinhos. Ainda sobre o que esperar do ano que vem, coloquemos em prática a atitude de passar um tempo de qualidade com nossa família e com nossos amigos.
Temos visto que o próximo ano nos traz uma pergunta muito importante: o que esperar de 2019? Poderíamos pensar em várias respostas e vários “palpites” relacionados ao próximo ano: seja na área da economia, da política, da educação, da cultura, etc… Contudo, independente do que vivermos no próximo ano, aguardemos com confiança que no próximo ano a graça de Cristo nos conduzirá, nos fortalecerá e nos sustentará. Além disso, em 2019 espere e trabalhe por sua própria mudança, se disponha a isso, considerando sempre os princípios da Palavra de Deus. Finalmente, espere de 2019 um ano vivido para a glória de Deus, pois você fará de Cristo o centro e o alicerce da sua vida.
Desta forma, termino esta reflexão desejando que em 2019 estejamos sempre firmados em Cristo e sendo transformados por seu Espírito Santo! Feliz 2019!!!
 
 
Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP), é vice-diretora do Ministério Infantojuvenil Regional da Convenção Noroeste Paulista e atua no Ministério de Vida Pastoral da Convenção
 
 

A eleição das inimizades

As brigas na família, no trabalho e entre amigos, por conta de política, não valem a pena
“Meu sonho é ver os políticos brigando pelo povo com a mesma força que o povo briga por eles nas redes sociais.” Essa frase, cuja autoria é desconhecida, foi compartilhada diversas vezes na internet no período de eleições. Ela traz um desabafo diante das centenas de publicações e comentários que tomaram as redes sociais nas últimas semanas.
A questão em torno da frase não é nem o fato de que muitas pessoas se posicionaram e expuseram sua preferência e seu voto, mas a dificuldade em se lidar com o posicionamento de pessoas com preferências diferentes das suas.
Em um texto publicado no Facebook e intitulado A verdade e as verdades, o pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista da Água Branca, analisa essa bagunça de verdades e argumentos na internet:
“A convivência com esse tipo de ressonância nas mídias sociais me ensinou pelo menos quatro coisas: existe sempre alguém que comenta o que acredita que você diz, não necessariamente o que você diz; existe sempre alguém que diz o que quer, independentemente do que você diz; existe sempre alguém que interpreta as coisas que você compartilha a partir dos conceitos e preconceitos que tem a seu respeito, e inclusive distorce o que você diz; e, principalmente, o que desejo enfatizar, existe sempre alguém que trata você como equivocado, ignorante, não inteligente, e acredita possuir a verdade indubitável e incontestável.”
O debate e a discussão saudáveis nas redes sociais, salas de aula e nas famílias são positivos e ajudam a esclarecer ideias. Analisar o cenário político sob outros pontos de vista, discordar de opiniões e argumentar, desde que seja mantido o respeito, enriquece a conversa.
Mas quando os debates entre os próprios políticos são cheios de acusações, ironias e ofensas, e vazios de respeito e de propostas concretas, o povo tende a seguir o mesmo comportamento.
Fake news do partido X, meias verdades do candidato Y, textos fora do contexto, acusações e notícias de corrupção foram amplamente divulgados. Exposição de projetos, propostas e soluções reais foram pouco vistas.
O fato é que vivemos em uma democracia e cada eleitor é livre para definir seu voto no candidato que julgar melhor. As brigas na família, no trabalho e entre amigos, por conta de política, não valem a pena. Acabamos nos indispondo  com pessoas queridas por divergência de opinião sobre algo que todos queremos que dê certo: o bom governo da nossa nação.
Deus nos ensina que sempre devemos orar por aqueles que estão no poder. “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (1 Tm 2.1-2).
Independente dos resultados, devemos nos unir para manter viva a esperança de que nosso país tem solução.
 
Juliana Coelho, jornalista. Publicado originalmente na revista Dialogo, da IAP em Vila Maria (São Paulo, SP).

O que esperar de 2019?

A esperança em Deus não paralisa, mas renova as forças

Os últimos anos foram de muitas incertezas políticas, sociais e econômicas. Nossas famílias enfrentaram uma das piores crises da história de nosso país. Um cenário que trouxe preocupações, dívidas e constantes rearranjos no orçamento do brasileiro. E o que esperar do novo ano que se aproxima?
É certo que começa um novo ciclo político, novo presidente, novos governadores, senadores e deputados e, mesmo diante de tantas decepções recentes, parece que temos a tendência de nos encher de esperança por dias melhores. E é bom que seja assim! Aqueles que não renovam a esperança na vida, nas pessoas e nas possibilidades de dias melhores, por vezes, entram em processos de amargura, depressão e desgosto.
Além do ciclo político, a própria ideia de um novo ano traz expectativas de renovação, promessas de regime, de ser um pai ou uma mãe melhor, metas profissionais, enfim, um novo tempo nos enche de esperança de que as coisas também sejam diferentes. Mas, a pergunta continua, o que esperar de 2019? Quero propor a você duas reflexões sobre o que pode vir.
A primeira reflexão trata-se de entender que a melhor postura é não esperar. Isso mesmo, não tome a atitude passiva de esperar pelas coisas, como se elas fossem acontecer por conta do governo, das pessoas ou das circunstâncias. Seja protagonista de seu novo ciclo, busque oportunidades, bata nas portas que parecem fechadas (elas podem se abrir), lute por seus ideais, não simplesmente planeje uma vida saudável, comece novos hábitos. Esperar, nesse sentido, é ficar parado e isso não lhe levará a lugar algum. A paralisia transforma a espera em tédio e o tédio em desesperança, antes que chegue o carnaval.
A segunda reflexão é que vale a pena esperar. A esperança renovada é um tipo de energia que todo ser humano deve cultivar. A esperança não significa passividade, ao contrário, a esperança pede uma atitude ativa. Planos precisam ser feitos, decisões precisam ser tomadas, alvos e objetivos precisam ser traçados. Vale a pena fazer uma “fotografia mental” do cenário que se imagina para a vida ao final de um ciclo. E obviamente, fazer tudo o que está ao seu alcance para que a visão de futuro vire realidade. Erros, ajustes e obstáculos serão naturais no processo. O que vai fazer você não desistir? A esperança, a firme convicção de que vale a pena seguir o plano traçado.
E aí, o que você espera de 2019? Eu espero que você caminhe e lute por sua família, seus relacionamentos, sua profissão e seus valores. E, em meio a tudo isso, viva com esperança. É desse tipo de esperança que fala um antigo profeta: “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Is 40.1). Entendeu? A esperança em Deus não paralisa, ela renova forças, te dá asas, faz você correr e não se cansar, caminhar e não desistir. A esperança faz mais sentido ainda quando ela é depositada naquele que pode todas as coisas. Confie e espere em Deus, nele você pode confiar!
 
Pr. Junior Mendes é publicitário e líder do Ministério de Jovens da Igreja Adventista da Promessa – Convenção Geral. Publicado originalmente na revista Dialogo, da IAP em Vila Maria

"Último post"

Não sabemos nosso tempo de vida, mas que em tudo glorifiquemos a Deus

Vez ou outra, somos surpreendidos com o falecimento de alguém das nossas redes sociais. Além da tristeza, pensamos também sobre o valor de nossas vidas. O que estamos fazendo? Como estamos vivendo?
A vida é uma só:  “Da mesma forma como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo… (Hebreus 9:27).
Deus nos deu um valor supremo. Pedro reforça a ideia: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.(I Pedro 1:18-19).
Portanto sua aceitação como ser humano amado por Deus precisa estar alicerçado no que Deus pensa ao seu respeito e não numa “curtida”, “compartilhamento” ou reação a algum post seu.
Segundo o blog Vol Host, de 27/06/2017, a cada dia, mais de 175 milhões de pessoas usam a reação “amei” e, em média, mais de 800 milhões de pessoas curtem algo no Facebook. Inclusive eu e você, estamos com isso aumentando a fortuna do Mark Zuckerberg diariamente.
Um dia,  talvez seja nosso “último post” e isso não será computado como algo extraordinário,  será só mais uma curtida ou reação. Para Deus, porém, os “seus momentos” com Ele contam extraordinariamente como a frase que ouvi num sermão: “Deus nos dá breves momentos nesta terra para que destes breves momentos herdemos a vida eterna.”
Qual será nosso “último post”? Não sabemos. Mas que nele, Cristo esteja sendo honrado, glorificado com nossa postura, assim como tudo o que fizermos.

Pr. Omar Figueiredo congrega na IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP).

Sábado, nosso oásis no deserto

Esse dia especial é uma pausa no tempo humano e uma janela no tempo divino

Uma pesquisa realizada em vários países pela Associação Internacional de Controle ao Estresse indica que o brasileiro é o segundo indivíduo mais estressado do mundo; perde apenas para os japoneses, sendo que a medalha de bronze desse “pódio” fica com os americanos. No Brasil, para 70% dos entrevistados, o trabalho é a maior fonte desse problema. Os principais motivos são a pressão por resultados e o excesso de trabalho.1 De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o alto nível de estresse ligado ao trabalho é uma epidemia mundial.2
É comum ouvir pessoas definindo suas vidas como “correria”. Estão sempre agitadas e com agenda cheia. Reclamam de estar sobrecarregadas, cansadas e de correr contra o tempo. Muitos já atingiram o estado de exaustão. As pessoas estão ignorando a necessidade do descanso; por isso, há muita gente doente, que está, literalmente, morrendo de tanto trabalhar. Em resposta, os especialistas e os profissionais da saúde são unânimes em dizer: “É preciso parar e descansar!”.
Para Augusto Cury,3 esse cenário de estresse do mundo contemporâneo fica ainda mais agravado por causa da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Essa síndrome, segundo ele, é causada pelo excesso de informações e estímulos a que somos expostos diariamente, através da Televisão, da Internet (principalmente redes sociais) e de outras mídias. Cury explica que a mente recebe tanto conteúdo que é incapaz de processá-lo e, por isso, vive agitada e em alta rotação. Por não conseguir descansar a mente, as pessoas perdem o controle sobre os pensamentos e as emoções. Assim, veem-se ansiosas, irritadas, excessivamente cansadas, com insônia e outros problemas psicossomáticos.4
De fato, vivemos em meio a uma geração cansada, estressada e emocionalmente enferma. Nesse contexto, é magnífico saber que nosso Criador nos mandou descansar. Ele estabeleceu um dia especial para isso: o sétimo dia da semana. A mensagem do sábado continua necessária e atual, pois pode consistir num escape desse cenário caótico. Após seis dias de trabalho, temos um dia para acalmar o coração e refazer as forças. É um dia de adoração, reflexão, comunhão e alegria. Uma parada para relaxar, descontrair e se renovar.
O sábado é um oásis no deserto, um dia sem estresse, uma ilha tranquila num mar agitado. Esse dia é um “santuário no tempo”.5 É uma pausa no tempo humano (cronos) e uma janela para o tempo divino (kairós). É um momento para o Senhor e para nos alegrarmos nele (Is 58:13-14). Somos convidados a nos afastarmos das atividades diárias e do trabalho físico e nos reconectarmos ao Criador, buscando uma comunhão pessoal e íntima com ele. É um tempo para sermos tratados e curados em nossas emoções e em nossa espiritualidade.
Mais do que nunca, a ordem Lembra-te do dia de sábado (Êx 20:8) precisa ser ouvida e obedecida, pois as pessoas, de forma geral, estão se esquecendo do descanso. Contudo, esse tem sido um mandamento esquecido pela maioria dos cristãos, embora seja tão evidente na Bíblia. É verdade que, atualmente, há vários autores reconhecendo a necessidade de guardar o sábado, mas negando a forma bíblica de guardá-lo. Alguns afirmam que o domingo é o sábado cristão. Será? Outros dizem que basta escolher um dia, durante a semana, para descansar; assim, qualquer dia pode ser “sábado”. Será?
A Bíblia é clara com relação ao dia do Senhor. Deixa evidente como guardá-lo e porque guardá-lo. Lá no Éden, Deus estabeleceu um modelo para nós, ao descansar, abençoar e santificar o sétimo dia (Gn 2:2-3). Sendo o Senhor do tempo, estabeleceu como deve ser o seu ciclo regular, seguindo a ordem da semana: em seis dias se trabalha e em um dia se descansa. Este descanso especial não pode ser em qualquer dia, mas, sim, no sétimo dia (Êx 20:8). Com base nesse modelo, podemos dizer que viver de acordo com a vontade do Senhor “equivaleria a trabalhar arduamente e depois descansar santamente”.6
O sábado é o único dia que tem nome na Bíblia, pois o Senhor fez dele um dia separado para a comunhão, dedicado ao culto e marcado pela alegria, pelo contentamento e pela confraternização. Deus ama os seus filhos e deseja ter um relacionamento próximo e intenso com eles. Todo relacionamento precisa de tempo de qualidade. O amor precisa de tempo de qualidade para se desenvolver. Os pais, mesmo que vejam seus filhos todos dias, precisam dedicar um momento especial para estar mais próximos deles e fortalecer o vínculo com eles. Para nos relacionarmos com o nosso Criador e Pai, ele nos deu o sábado. Em todos os dias estamos com ele, mas, no sábado, nós lhes damos exclusividade.
É fundamental recordarmos o significado e o propósito desse mandamento, para não corrermos o risco de o negligenciarmos ou de o guardarmos só por tradição.
A série de lições que estamos estudando neste trimestre – O Sábado – trata da importância do sábado para os cristãos, e faz isso através de argumentos sólidos, pois, além de relembrar a origem, o significado e os benefícios do descanso no sétimo dia, também prova que Jesus não aboliu o quarto mandamento da lei de Deus: tanto ele quanto os apóstolos e a igreja primitiva guardaram fielmente o sábado. Portanto, este continua em vigor.
Cremos que a cruz não aboliu o quarto mandamento e a salvação pela graça não nos isenta de obedecer à lei de Deus. Esse santo dia aponta para o amor e o cuidado de Deus por nós. Foi dado para ser bênção em nossas vidas. Infelizmente, muita gente despreza essa bênção. Mas você pode desfrutar do descanso que o Criador lhe oferece e, assim, encontrar refrigério e alento em dias de agitação.
Àquele que até do sábado é Senhor (Mc 2:28), sejam dados a honra, a glória e o louvor, pelos séculos dos séculos. Amém!

Pr. Alan Pereira Rocha, diretor do Ministério de Ensino da IAP


1Brasileiro é segundo mais estressado do mundo. Disponível em: <http://www.ismabrasil.com.br/img/estresse52.pdf>. Acesso em: 19 de julho de 2018.
2OMS e a saúde mental de funcionários no ambiente trabalho. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/oms-empresas-devem-promover-saude-mental-de-funcionarios-no-ambiente-trabalho/>. Acesso em: 19 de julho 2018.
3 Cury (2014:103-104)
4 ibidem, p.100
5 Heschel (2014:41)
6 Eberhart (2014:24)

Você é grato?

A benção do Senhor se revela em coisas simples, do nosso cotidiano

“Assim diz o Senhor: Como quando se acha mosto num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos, que não os destrua a todos”  Isaías 65.8.
A benção do Senhor em coisas simples, como em um cacho de uvas, pode ser ampliada nas coisas que cotidianamente comemos, saboreamos e não damos graças a Deus, pois são muito comuns. Em muitos casos, até desperdiçamos o precioso alimento com suas fontes de vitaminas e sais minerais.
É sabido por nós que o desperdício do que se planta e do que se colhe no nosso país  é muito grande. A revista Veja publicou há algum tempo uma reportagem que afirmava que a terra produz alimentos que dariam para alimentar a população mundial 23 vezes. Então a benção de Deus é mal administrada pelos homens.
A comida, a bebida, segundo o profeta, alegraria o povo de Deus, Ele próprio estaria providenciando aos fiéis (Is 65.13) Estes deveriam aproveitar a benção de Deus nas coisas simples, com os nutrientes necessários à boa saúde.
Viva uma vida simples: “… vivei a vida comum do lar, com discernimento” (1 Pe 3.7). Quando uma pessoa fica impossibilitada fisicamente, as coisas que ela praticava normalmente, o que mais sentirá falta, serão as coisas corriqueiras e simples. Valorize o sabor que Deus traz à sua vida, viva com qualidade.
Quando servimos a este Deus Todo Poderoso, que se revela por Jesus Cristo, que tomou a forma de servo para vir até nós, em um cacho de uvas encontramos motivos para dar graças pela benção saborosa. Glorificamos a Ele e dizemos: “quão variadas são as obras do Senhor. Elas são manifestas nas coisas simples do nosso cotidiano.”
Pondere agora: pelo que você deve dar graças?

Pr. Omar Figueiredo congrega na IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP).

O Evangelho e a cultura

Uma relação de amor e ódio

O Evangelho e a cultura podem ser conciliados? A cultura pode contribuir para o Reino? A cultura tem aspectos positivos? Todas essas perguntas, se fossem feitas há 20 anos, seriam respondidas com um sonoro “Não!”. Mas os tempos mudaram e podemos repensar com carinho nas respostas para essas perguntas.
Sabemos que a cultura tem aspectos positivos e que podem contribuir para a pregação do Evangelho do Reino. Por anos e anos a fio, os cristãos evangélicos – principalmente os de linhagem pentecostal – fecharam-se para a cultura. Fecharam-se em um gueto onde só lhes era permitido ler, ouvir, assistir e consumir produtos que fossem fabricados no mercado gospel. E por causa disso muitas igrejas perderam o timing da pregação do Evangelho. Por causa do nosso isolamento cultural, criamos um linguajar próprio, costumes próprios e muitos de nós não sabemos nos comunicar com um não cristão.
De acordo com Tiago 1.17, Deus é a origem de todo bem que a humanidade produz; nessa linha de pensamento podemos afirmar que a cultura tem itens que podem claramente ser harmonizados com o Evangelho e sua pregação. A Igreja, para uma pregação mais eficaz, tem que saber adaptar os princípios imutáveis da Escritura imutável para uma linguagem contextualizada e atualizada.
Precisamos ensinar princípios eternos em uma roupagem que pode mudar ao longo do tempo. A cultura não é uma vilã, pois Deus dotou seres humanos de capacidades de produção de bons conteúdos por meio de um expediente conhecido na teologia como Graça Comum; cabe a nós usar esses recursos culturais como ferramenta na proclamação do Evangelho.
“Mas Eric, podemos usar tudo da cultura?”, você pode me perguntar. A resposta é “não”. Existem expressões culturais que claramente confrontam o Evangelho, colocando-se em oposição aos seus princípios eternos. Nesses casos, como o exemplo de uma menina de quatro anos tocando um homem nu em um museu ou de uma exposição de arte que ridiculariza a fé cristã, nós, como Igreja, precisamos nos posicionar em defesa dos princípios da verdade, moralidade e da eternidade.
Em resumo, a ideia quanto a esse assunto é a do equilíbrio. Não podemos ficar nos extremos de polarização. Nem demonizar nem sacralizar a cultura como um todo, mas devemos lê-la pelas lentes da Escritura e fazer a filtragem de conteúdo. Quanto ao que for bom, reter; ao que for ruim, descartar; ao que for imoral, posicionar-se como coluna da verdade. Se fizermos isso seremos Igreja que serve a Deus em sua geração e para a glória dEle. Coloque esses princípios em prática em sua igreja local, pois é lá que se dá o trabalho real do Corpo de Cristo. Tiremos os conceitos da teoria e levemo-los ao campo das ações, pela graça e para a glória de Cristo!
 
Eric de Moura congrega na IAP em Vila Falchi – Mauá (SP).

Conflitar ou convergir?

Uma geração pode aprender com a outra, se houver disposição

Michael Joseph Jackson foi um artista fantástico, cantor, dançarino, coreógrafo, porém, devido aos traumas e conflitos que teve no ciclo de sua infância (queria brincar, mas seu pai exigia que trabalhasse à exaustão) desenvolveu o complexo de Peter Pan, que é não querer ser adulto. Criou sua “Terra do Nunca”, um enorme parque no quintal de sua casa, em Los Angeles (EUA) com montanha russa, carrossel, carrinho de pipoca etc. Sua justificativa para este comportamento infantil, bizarro é que, quando criança, não teve tempo de vivenciar essas brincadeiras comuns da infância.
Que coisa triste de se ver, quando um ser humano não faz as devidas transições de ciclo. Não consegue aproveitar o hoje, o aqui e agora e quer vivenciar o que passou.
Conforme ouvi em um programa de rádio, a geração Y está prolongando a adolescência até aos 24 anos, estão demorando a amadurecer, ganhar a maturidade necessária para assumir compromissos. Dai vem as críticas: geração fútil, geração coca-cola, geração mimimi, geração nutella.
Esta geração industrial, capitalista, em que os pais se dedicam ao trabalho e confiam a criação de seus filhos a terceiros (creches, avós, babás) tem gerado conflitos. Alguns pais tentam “compensar” sua ausência com brinquedos, celulares, entre outras parafernálias. Porém, nada substituí a educação e a proximidade dos pais numa educação consensual, na qual pai e mãe exercem seus papeis definidos.
Existem famílias distintas, que conhecemos pela Bíblia. No caso de Timóteo, a construção do seu caráter se deu pela assimilação da Palavra divina revelada a sua avó e posteriormente a sua mãe (2 Timóteo 1.5).
Por outro lado, vemos Davi, que não exerceu bem o seu papel de pai, deixou brechas enormes emocionais nos seus filhos, foi falho, porém com a graça de Deus, soube servir a Deus em sua geração, pois o favor divino é maior que a vida, com suas inconstâncias.
Uma boa forma para convergir, e não conflitar entre gerações, é não abrir mão dos princípios divinos revelados nas Escrituras Sagradas, tendo plena consciência de que costumes mudam, porém nosso paradigma é o cristocêntrico em qualquer época.
O nosso desafio é inserir, encucar as boas novas, numa geração entusiasmada com o novo.
Portanto, encontre oportunidades. A geração que aprendeu com as dificuldades, no pós-guerra, se fortaleceu com suas desilusões. Diferente da atual geração que pode não aguentar “o tranco” que você aguentou, porém, mesmo assim é possível ter uma boa convivência e aprendizado mútuo. Com certeza, podemos aprender com os mais novos, e eles conosco.

Pr. Omar Figueiredo congrega na IAP em Pq. Edu Chaves (São Paulo, SP).

Não afunde

Olhe para Cristo e saia da sua zona de conforto

“Alta madrugada, Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram: “É um fantasma! “E gritaram de medo. Mas Jesus imediatamente lhes disse: “Coragem! Sou Eu. Não tenham medo!”. “Senhor”, disse Pedro, “se és Tu, manda-me ir ao Teu encontro por sobre as águas”. “Venha”, respondeu Ele. Então Pedro saiu do barco, andou sobre a água e foi na direção de Jesus. Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me! “Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: “Homem de pequena fé, porque você duvidou?”. Quando entraram no barco, o vento cessou. Então os que estavam no barco O adoraram, dizendo: “Verdadeiramente Tu és o Filho de Deus”. (Mateus 14:24-33).
Imaginemos a cena: os discípulos de Jesus estavam num barco e em certo momento, veem uma figura caminhando sobre as águas. Extremamente amedrontados, eles acharam que estavam vendo um fantasma, em nenhum momento eles pensaram que podia ser Jesus. Somente quando Cristo se apresentou é que os discípulos o reconheceram. Mas ainda assim, um deles – Pedro – faz uma proposta bem audaciosa e corajosa (talvez por ainda não estar convicto de que era realmente Jesus que andava sobre as águas). Pedro pede que Jesus ordene sua ida ao encontro de Cristo, também andando sobre as águas. Pedro sai do barco, começa a andar sobre as águas e depois de alguns passos, começa a afundar. O fato de Jesus ter estendido a mão para Pedro e o segurado é que impediu este discípulo de se afogar.
Podemos extrair vários ensinos bíblicos desta passagem que está registrada no evangelho de Mateus. No entanto, gostaria de refletir especialmente na atitude de Pedro ao sair do barco e ir caminhar sobre as águas, aplicando tal reflexão à nossa vida. Em primeiro lugar, Pedro foi corajoso o suficiente para sair do barco. Alguns de nós podemos criticar este homem por ter afundado, mas o fato é que Pedro confiou em Cristo a ponto de sair da sua zona de conforto e obedecer ao chamado de Jesus para ir ao seu encontro. Nós precisamos também desembaraçar-nos do que está nos impedindo de entregar nossa vida a Cristo e dedicar a ele a nossa vida.
Conforme o texto bíblico, Pedro afundou na água depois de ter dado alguns passos, porque “reparou” no vento e teve medo. Este discípulo de Jesus permitiu que sua confiança no Salvador fosse abalada por uma circunstância adversa. E no nosso caso, o que tem feito nossa fé em Cristo afundar? É aquele problema, ou aquela circunstância complicada ou será que é aquela situação que tem me apavorado? Pode ser que você já tenha dedicado sua vida a Jesus, mas está afundando no mar da desesperança, da tristeza, da crise, do desespero ou da adversidade. No entanto, a Bíblia Sagrada mostra que nem tudo está perdido, pois a partir do momento em que Pedro clamou ao Senhor, Cristo lhe estendeu a mão e o conduziu em segurança até o barco.
Certamente, saber disso é maravilhoso! Assim como Jesus fez com Pedro, ele também está disposto a estender a mão para cada um de nós quando clamamos a ele. Por isso, não importa o quanto você está “afundado” pelas lutas, crises ou dilemas que tem enfrentado: firme sua fé em Cristo e clame a ele de todo o seu coração que ele também conduzirá você em segurança, além de conceder paz, perdão e salvação! Somente Jesus pode nos ajudar a enfrentar e vencer as “tempestades” que enfrentamos ao longo dessa jornada que é a vida. Que o Espírito Santo nos auxilie a ter sempre a nossa vida firmada em Cristo – o “Autor e Consumador da nossa fé” (Hebreus 12:2).

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP), é vice-diretora do Ministério Infantojuvenil Regional da Convenção Noroeste Paulista e atua no Ministério de Vida Pastoral da Convenção.