A pesquisa, com 19.731 entrevistados de 26 países, apontou o Brasil no ranking dos três países com mais fé.
Uma pesquisa com 19.731 entrevistados em 26 países, apontou o Brasil no ranking das três nações que mais acreditam em Deus ou numa força superior. Segundo os dados, aproximadamente, nove em cada 10 brasileiros dizem ‘ter fé’. A pesquisa Global Religion 2023, foi produzida pelo instituto Ipsos, entre 20 de janeiro e 3 de fevereiro, com aproximadamente mil pesquisados entre os brasileiros.
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África do Sul e Brasil aparecem empatados nos dois primeiros lugares, com 89% de crença cada, e com 86%, em terceiro, a Colômbia. Como a pesquisa tem uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais, há um empate técnico entre os três. A base de coleta dos dados aconteceu de forma online, numa plataforma de monitoramento sobre o comportamento destas populações, e detectou ainda que, no Brasil, relacionado à fé, o país fica 28 pontos percentuais acima da média global, que foi de 61%. Já os países que menos ‘aparecem com fé’, são: Holanda (40%), Coreia do Sul (33%) e Japão (19%).
Por dentro dos dados brasileiros
Dentro dos dados coletados pela Ipsos é possível analisar os números em alguns assuntos:
A crença em Deus de acordo com livros religiosos ou força superior
- 70% acreditam em Deus, de acordo com escrituras religiosas (Bíblia, Alcorão, Torá, entre outros).
- 19% acreditam em uma força superior (não em Deus como descrito em textos religiosos).
- 5% não acreditam em Deus ou em um poder maior.
- 4% disseram não saber.
- 2% preferiram não responder.
Religioso ou não
- 76% afirmaram seguir uma religião – índice nacional global 67%.
(Deste número, 70% disseram ser cristãos (católicos, evangélicos e outras denominações) e 6% são filiados a outras religiões).
- 22% disseram não ter uma religião (16% declararam ser ateus e 6% agnósticos).
Fé entre os jovens e adultos
Os dados da Ipsos mostraram que a diferença na adesão dos jovens da geração Z (de até 23 anos) e do resto da população adulta à uma religião é bem maior entre os católicos do que entre os evangélicos.
- 38% dos adultos se declararam católicos, entre os jovens, 23% dizem aderir ao catolicismo (diferença de 15 pontos).
- Entre os evangélicos e outros cristãos, indica o estudo, há um dado que aponta quantidade maior de jovens evangélicos que católicos. Adultos que se declaram evangélicos são 29% e entre os jovens 26%.
Nestes dados, os sem religião ficaram acima dos 8%.
Motivos para acreditar
A pesquisa do Ipsos mostrou por exemplo, 90% dos que têm fé em Deus ou forças superiores, declararam que ter fé ajuda na superação de crises, doenças, conflitos e desastres. Por isso, a BBC News Brasil entrevistou dois especialistas que deram indicativos para as estatísticas.
Para o pesquisador do Ipsos, Helio Gastaldi, em países onde a religião é separada do Estado, os habitantes têm mais renda e menor desigualdades, o número de pessoas com fé diminui, portanto, onde o número dos que creem é maior, há mais ausência governamental e menor renda. Na análise de Fernando Altemeyer, professor do departamento de Ciência da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os números refletem o pós-pandemia e o sofrimento gerado pela ausência de políticas públicas, e assim, diante de grandes catástrofes, as pessoas costumam buscar na fé uma resposta.
ATIVANDO O MODO MISSÃO
Mesmo que os dados sejam animadores para o Brasil, nem toda confissão de fé é com base na Bíblia, a Palavra de Deus, ou atêntica. Por isso, a igreja deve ativar seu modo missão, seja no outro lado da rua (igreja local) ou no outro lado do mundo (missões transculturais/estrangeiras). Como disse Jesus: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15)
Nos dados que mostram um crescimento dos evangélicos na juventude é necessário o acolhimento e linguagem atuais na transmissão do Evangelho, antigo e eterno, ensinando-lhes os valores a serem seguidos. “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” (2 Timóteo 2:1,2)
Por fim, ao ler sobre as análises sobre o acolhimento da fé em momentos de crise, é preciso reforçar o ensino de que, mesmo diante do sofrimento, Deus está com os creem nele. Materiais como, O Doutrinal, A Fé que Professamos, Trilho do Discipulado, a nova série de Lições Bíblicas – Quando a vida fica difícil e O Clarim – A Ansiedade nossa de cada dia, da Editora Promessa, auxiliam nesta tarefa.
Por: APC Jornalismo.
Com informações: BBC News Brasil.