O Janeiro Branco é uma campanha que teve início no Estado de Minas Gerais e foi idealizada pelo psicólogo Leonardo Abrahão. Ele relata que, após uma experiência pessoal, percebeu o quanto a saúde mental e a busca por ajuda são negligenciadas pela sociedade. A campanha tem como objetivo principal chamar a atenção da humanidade para a temática e ampliar o debate sobre o assunto.
A pauta foi evidenciada no mês de Janeiro, pois, neste período, as pessoas estão mais propensas a repensar suas vidas no contexto de relações sociais, condições de existência e seus complexos sentidos existenciais. É como se o primeiro mês do ano fosse uma folha em branco, permitindo que as pessoas escrevam ou reescrevam suas próprias histórias de vida de alguma forma.
É importante ter em mente que abordar a saúde mental precisa ser tão comum quanto falar sobre futebol ou culinária, pois está relacionado com o aspecto humano. Todos nós somos como prateleiras de sentimentos, e quando silenciamos nossas emoções e a mente não está bem, o corpo certamente adoece, pois não sabemos lidar com a dor e o sofrimento.
A campanha deste ano traz o lema: “Saúde Mental enquanto há tempo! O que fazer agora?”. É crucial ligar o sinal de alerta e refletir sobre o fato de que Janeiro simboliza apenas um mês do ano. Portanto, é necessário compartilhar a ideia de que não devemos tratar um tema tão necessário e urgente apenas nesse mês específico, mas em todos os outros meses do ano.
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O papel da igreja
A igreja cristã enfrenta um grande desafio atualmente: abordar a saúde mental e emocional além dos padrões convencionais. Karen Bomilcar destaca a importância de explorarmos a conexão entre ciência e fé para alcançarmos um entendimento pleno sobre o ser humano como um ser integral, inseparável, que engloba o mental, o espiritual e o físico. A Bíblia também corrobora esse pressuposto psicológico, como mencionado em Provérbios 15:13: “A alegria do coração ilumina todo o rosto, mas a tristeza da alma abate o corpo”.
É fundamental, no cenário cristão, conscientizar sobre a não estigmatização das pessoas que sofrem com algum tipo de adoecimento psíquico. Antes de tudo, é necessário acolher o aflito e expressar por ele o amor de Cristo, que excede todo entendimento.
Que tal começarmos o ano cuidando da nossa saúde mental? Todo cuidado é importante! Que Deus nos traga clareza e senso de urgência sobre a saúde mental e todos os seus desdobramentos.
Pr. Diego Barros | Pastor auxiliar e líder do Ministério de Proclamação da Promessa Austin (RJ); graduando no 9º semestre em Psicologia; Graduado em Administração de Empresas e em Teologia; Pós-Graduado em Terapia Cognitivo Comportamental; MBA em Gestão Empresarial e Pós-Graduação em Missão Urbana.
BIBLIOGRAFIA:
Bomilcar, Karen. Corpo como palavra: uma visão bíblica sobre saúde integral. 1 ed. – São Paulo: Mundo Cristão, 2021
Grzybowski, Carlos “Catito”. De santos e de loucos! A igreja e a saúde mental. São Leopoldo, RS: Sinodal, 2023.