Às vezes estamos tão preocupados com os negócios desta vida que quase não refletimos sobre a esperança futura.
Dentre as várias coisas que me chamaram a atenção na viagem a Moçambique, África, está o tema das músicas cantadas. A grande maioria delas era sobre o retorno de Cristo e sobre o mundo vindouro.
A impressão que temos é que, frente a todo sofrimento e pobreza vivido neste mundo, os crentes em Jesus deste país decidiram se agarrar às promessas do porvir. Faz muito mais sentido para eles o texto de Paulo aos Romanos, cap. 8, vs. 24-25.
Segundo o apóstolo, a esperança faz parte da vida cristã: “Porque fomos salvos na esperança. Mas a esperança que se vê não é esperança; pois como alguém espera o que está vendo?”. A esperança, neste texto, diz respeito ao que o futuro nos aguarda.
Perguntei a um jovem moçambicano de vinte anos qual era o sonho dele. Sua resposta foi: “Não tenho sonho, pastor”. Eu o questionei a razão, no que ele emendou: “Não temos nenhum recurso por aqui, não é possível sonhar”. Nesta mesma viagem ouvi outro jovem dizendo a mesma coisa.
Depois desta conversa me fez ainda mais sentido o tema das músicas mencionado no início. Com pouca expectativa de alguma mudança em relação ao presente, os olhos de grande parte dos nossos irmãos moçambicanos estão no futuro.
Diferente deles, a impressão que tenho é que, do outro lado do oceano, mesmo com todas as nossas lutas, temos muito e às vezes estamos tão preocupados com os negócios desta vida que quase não refletimos sobre a esperança futura. Que o Senhor Jesus nunca nos deixe faltar o brilho nos olhos ao pensarmos no mundo vindouro!
Pr. Eleilton Freitas | Vice-Presidente da Convenção Geral e Diretor da Editora Promessa.