Psicóloga analisa o impacto da saúde mental nas práticas espirituais

Em entrevista ao Promessistas.org, Lucélia dos Santos Batista destaca a importância do aconselhamento pastoral e da oração para a saúde mental, aliadas ao trabalho de profissionais da área.

 

Será que a fé cristã e o cuidado com a mente podem “dar as mãos”? O aconselhamento pastoral ajuda em processos emocionais? E quando oro pedindo cura, posso, ao mesmo tempo, buscar terapias com psicólogos e psiquiatras?

Aproveitando o encerramento do Janeiro Branco, o Promessistas.org conversou com a psicóloga Lucélia dos Santos Batista (CRP 19/3704). Formada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), com pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental, Psicologia Clínica, Psicologia Perinatal e da Parentalidade, ela pontua:

“A saúde mental tem um impacto significativo nas práticas espirituais. Transtornos como ansiedade e depressão podem dificultar a concentração. No entanto, práticas espirituais também podem contribuir positivamente para a saúde mental, desde que não sejam vistas como uma obrigação desgastante, mas como um apoio.”

Esposa do diretor financeiro da Convenção SEAL das Igrejas Adventistas da Promessa, pastor Ronaldo Carvalho Batista, responsável pela Promessa Santa Cecília, em Nossa Senhora do Socorro (SE), Lucélia congrega com o filho Ronald, de 4 anos. Ela entende que o aconselhamento pastoral é um recurso importante e mais completo quando se alia ao trabalho de especialistas:

“O aconselhamento pastoral contribui significativamente para a promoção da saúde mental, oferecendo suporte emocional e espiritual. Contudo, é fundamental que haja uma colaboração com profissionais de saúde mental para garantir um cuidado completo e eficaz aos indivíduos.”

Ela também faz um alerta para os líderes religiosos:

“É fundamental que pastores também busquem autocuidado e, quando necessário, apoio profissional, para que possam auxiliar adequadamente suas comunidades.”

Com projetos que unem fé e conhecimento científico, Lucélia mantém o Projeto Social de Psicoterapia da Convenção SEAL, que busca facilitar o acesso das pessoas ao cuidado com a saúde mental. Ela também apresenta o podcast A Psi Descomplica, transmitido todas as quintas-feiras, às 19h (horário de Brasília), na TV Promessa Viva. O programa aborda temas do cotidiano sob a perspectiva da psicologia.

Diante dessas iniciativas, a psicóloga afirma:

“A oração pode atuar como um recurso adicional no enfrentamento de dificuldades emocionais, promovendo benefícios à saúde mental.”

A seguir, leia a entrevista completa com a psicóloga:

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Há cadeiras de rodas onde você congrega?

Você já precisou andar de cadeira de rodas? Se não, quem sabe, um dia, pelas circunstâncias, poderá usá-la.

 

Dias desses, um irmão da igreja sofreu um acidente. Fiquei observando ele, que até então não precisava de uma cadeira de rodas, mas agora, devido ao acidente que prejudicou sua locomoção a pé e por conta de uma cirurgia, passou a necessitar de uma cadeira. Ou seja, as circunstâncias o obrigaram a essa necessidade.

Você já precisou andar de cadeira de rodas? Se não, quem sabe, um dia, pelas circunstâncias, poderá usá-la.

Saí de Cuiabá, Mato Grosso, e fui até a Argentina. Passei por algumas Igrejas Adventistas da Promessa. Cruzei os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul de carro. Fiquei feliz quando cheguei a uma Igreja da Promessa e lá havia uma cadeira de rodas. Sim, feliz, porque, se algum visitante ou idoso precisasse, por alguma circunstância alheia à sua vontade, no âmbito da locomoção física, naquele templo encontraria uma cadeira para ajudá-lo.

Poderia recorrer à proteção dos Direitos Humanos, pois ela normatiza, no âmbito internacional, o que tange ao direito à igualdade, ao direito à acessibilidade, ao direito à mobilidade, ou seja, a ter uma cadeira de rodas em um ambiente coletivo, mas prefiro recorrer à consciência, pois só ela poderá mostrar a empatia (capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, compreendendo seus sentimentos, vontades e ações). Daí a importância de se ter uma cadeira de rodas em nossas comunidades.

Diáconos e Diaconisas ficariam felizes de ter uma cadeira de rodas para auxiliá-los naqueles momentos mais difíceis, por exemplo, quando alguém passa mal na igreja, para socorrer a pessoa idosa ou com deficiência.

Por meio deste pequeno exemplo, entenderam a importância de se ter uma cadeira de rodas em cada Igreja Adventista da Promessa? Isso é inclusão, isso é praticar o serviço cristão ao próximo, além de ser uma questão humanitária.

Assim, faço novamente a pergunta do título deste artigo: há cadeiras de rodas onde você congrega?

Pr. Luciano Souza de Arruda | Teólogo, Advogado, Filósofo, Mestrando em Teologia, colaborador da Secretaria de Inclusão da Convenção Geral.