É comum, ao se pensar no Dia das Mães — data celebrada no segundo domingo de maio —, focar apenas nas tarefas que elas desenvolvem no âmbito familiar. Porém, o mais recente e-book divulgado pelo Ministério de Crianças e Adolescentes (MCA) Geral busca valorizar o cuidado de Deus, com o tema: “Mãe, Deus vê você!”
O e-book, disponível há algumas semanas por meio de um link no Instagram do ministério, foi escrito pela diaconisa Fabiana Quental Simão da Silva e é uma proposta de conteúdo para ser utilizado em um culto especial do Dia das Mães.
A reflexão é baseada na mãe do rei Davi, uma mulher pouco mencionada na Bíblia, mas cuja influência foi determinante na vida de um dos maiores líderes de Israel. Na apresentação do conteúdo, ressalta-se que, apesar de sua história não estar detalhada nas Escrituras, sabemos que seu exemplo de fé marcou profundamente seu filho, pois o próprio Davi testifica: “Eu te sirvo, como serviu também a minha mãe.” (Salmo 86:16). A mensagem central do culto é um lembrete poderoso para cada mãe: “Deus vê você!”
Elaborado para ajudar os líderes do ministério infantil a conduzir um culto que não apenas homenageie as mães, mas também traga encorajamento e renove a fé de cada uma delas, a publicação está cheia de recursos: dinâmicas interativas, apresentações das crianças, uma peça teatral emocionante e reflexões bíblicas. A equipe do MCA explicou que “queremos transmitir a mensagem de que as mães não estão sozinhas — Deus as guia, capacita e sustenta a cada passo.”
Sobre a autora
Fabiana Quental Simão da Silva é diaconisa na Igreja Luzimangues – Porto Nacional, em Tocantins. Casada com Raimundo e mãe de Cainã e Davi, atua há 19 anos no ministério infantil, onde se dedica ao ensino da Palavra de Deus para crianças. Além de sua paixão pelo ministério, também é empresária no ramo de decorações.
Uma família é visitada por uma figura misteriosa. Imóvel, ela apenas observa do jardim, mas sua presença, silenciosa e sombria, gera medo e desconfiança. Apesar da atmosfera de terror, o filme se aproxima mais de um thriller psicológico. O filme “A Mulher no Jardim” entrega bem mais do que aparenta: a verdadeira mensagem está no subtexto, escondido como a ameaça. Mais do que sustos e uma trama aparentemente simples, o filme revela uma missão silenciosa, afastar a figura da casa.
E ele faz isso nos colocando exatamente no lugar daquela família. Afinal, quem não se assustaria com alguém parado no jardim, vestido de preto, sem dizer uma palavra? Mas, como tudo no filme, há mais do que os olhos veem. As perguntas que surgem são tão desconfortáveis quanto a figura misteriosa: Você já se viu cercado pela morte? Já sentiu o frio do luto como um manto pesado, sufocando a alma, mesmo estando vivo? Aquela sensação de que algo dentro de você morreu — um sonho, uma esperança, uma alegria — e, desde então, você apenas sobrevive?
A protagonista, Ramona, representa exatamente essa batalha. Uma mulher comum, assombrada por fantasmas que não aparecem na tela, mas que sentimos em cada gesto. Ao longo do filme, percebemos que a verdadeira ameaça não está do lado de fora, no jardim… mas dentro dela. E, muitas vezes, dentro de nós também.
O luto e a morte como personagens invisíveis
Desde os primeiros minutos, o filme se revela carregado de metáforas. Acompanhamos uma família: Ramona (a mãe), Taylor (o filho), Annie (a filha) e David (o pai). Descobrimos logo no início, através de um flashback, que David morreu em um acidente de carro, cuja causa será revelada mais tarde. Ramona parece incapaz de voltar à vida. Seu filho precisa despertá-la todas as manhãs, abrir as janelas, deixar a luz entrar. A luz do sol não é apenas o início de um novo dia — é um símbolo de vida, que foi ofuscada pela presença constante da morte.
Durante o dia, mesmo forçada a retomar a rotina, Ramona é confrontada com a figura da mulher de preto, parada no jardim. Sem rosto, sem voz, sem movimento. Um símbolo clássico da morte. Mas, aqui, a morte não é um evento. É uma presença. O luto não é apenas tristeza, é um território sombrio onde a vida perde suas cores. E Ramona precisa enfrentar algo muito maior do que uma figura externa: precisa encarar os seus próprios fantasmas.
Quando deixamos de sonhar
O filme nos lembra de uma verdade profunda: “A vida não termina quando morremos, mas quando deixamos de sonhar.” (Frase atribuída a Mark Twain)
Ramona já não vivia. Apenas sobrevivia. Seus sonhos estavam mortos. Sua esperança, enterrada. E tudo o que ela conseguia fazer era reunir forças para viver mais um dia. Quantos de nós já fizemos essa mesma oração silenciosa?
Ao redor do mundo, em todas as culturas, lidamos com a morte de maneiras diferentes, mas a dor é universal. O que muda são os rituais: alguns enterram, outros cremam, alguns mumificam. Mas todos tentam dar algum sentido à dor mais amarga da existência. Ramona tenta fazer o mesmo. Finge que não vê. Mente para os filhos — e para si mesma. Ela tenta seguir a vida normalmente, mesmo com a morte literalmente à porta. E nós? Quantas vezes fazemos isso também? Por mais sincera que seja a tentativa de seguir em frente, ela não diminui o peso do vazio.
Muito além de setembro
Por isso, criamos campanhas como o setembro amarelo. São importantes, legítimas e necessárias. Mas a dor não respeita calendários. A tristeza, o medo, o luto e a depressão rondam nossas casas o ano inteiro. Vivemos em uma cultura de morte: cercados por violência, desesperança, abandono. E isso nos fere profundamente.
O Salmo 91.7 diz: “Mil poderão cair ao seu lado; dez mil, à sua direita, mas nada o atingirá.” Amém! Sim, é um grande livramento. Mas não podemos ignorar os onze mil corpos ao redor. E isso também dói. Para alguns, a sensação é devastadora: “melhor teria sido ir junto.” Ramona entende isso. A cadeira vazia no café da manhã fala mais do que qualquer diálogo. É a solidão do luto em forma de silêncio.
Encarando a dor para vencer
Enquanto tenta proteger seus filhos da mulher no jardim, Ramona é obrigada a encarar sua própria dor. A ameaça cresce à medida que ela a nega. A sugestão da ameaça é obvia: “… aperte o gatilho. Você já não vive mais mesmo, certo?”. Mas algo muda quando ela aceita, compartilha, se permite ser ajudada. Sua filha tem papel crucial nesse processo: lembra à mãe – através de um ursinho – que ela não está sozinha.
É ao reconhecer a dor e dividir o fardo que Ramona encontra forças. E nós também podemos encontrar. Não na nossa própria força, porque sozinhos, somos frágeis. Como a Escritura já afirma: “Não é bom que o homem esteja só.”(Gênesis 2:18). Fomos feitos para andar em par, não adianta. Na solidão, a morte parece invencível. Mas é engano. Ramona vence a ameaça — não para sempre, mas por hoje. E essa fala final é poderosa: “Vencemos… por hoje.”
Na trama, não há final triunfante. Não há promessa de que a morte nunca mais voltará. Mas há vitória para este dia. Para nós, isso não é verdade, obviamente. Vencemos a morte, em Cristo! Mas também é verdade que andamos literalmente por morte todos os dias, e nesse caso, talvez seja exatamente disso que precisamos: vencer um dia por vez.
Quando a luz volta a brilhar
A cena final é simbólica: a luz da casa se acende novamente. Isso é o que acontece quando encaramos a dor — a luz volta. A vida, mesmo depois da noite escura, pode reacender. Vemos a sugestão de que Ramona voltará a desenhar novamente. A cena foca em um autorretrato. Uma versão dela que sobreviveu ao luto, venceu a culpa e reencontrou a vida. Ela não é mais a mulher consumida pela dor. Ela está viva. A vida está se iniciando de novo.
O Salmo 23 nos lembra:
“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo.” A mulher no jardim pode continuar lá fora, observando. A morte talvez não mude de endereço. Mas, se Cristo estiver conosco, não precisamos temer. Sua companhia já é tudo que precisamos, mas Ele também faz com que o solitário habite em família (Sl 68.6). Com Ele, não apenas sobrevivemos: vencemos. A presença da morte ainda incomoda, sim. Mas a vitória já foi selada. Não por um amuleto. Não por um objeto reconfortante. Para nós, a lembrança de que não estamos sozinhos tem forma de cruz.
Gustavo Rocha | Casado com Bruna e pai de Samantha e Tito; Pastor de jovens na Promessa Cosmópolis; Trabalha como produtor de conteúdo audiovisual na APC para a TV Viva Promessa; Estudou cinema e ama cinema desde criança.
Fotos: Reprodução/Trailer; Pixabay.
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