Dia do Pastor e da Missionária Promessista: o cuidado de Deus por meio do ministério pastoral

Agendas lotadas de compromissos: pregações, ensinamentos, bases missionárias, sofrimentos externos e pessoais, viagens e reuniões longas, ataques de dentro e de fora, problemas pessoais e familiares, perseguição religiosa e fim de ministério. Essa poderia muito bem ser a anotação de um pastor ou missionária — e de seus cônjuges — no século 21. Mas, ao lermos Atos 20, estamos diante do relato de um líder que plantou igrejas, cuidou de ovelhas em diversas ocasiões e supervisionou o rebanho de Deus.

Paulo atuou em muitas frentes ministeriais, e Atos 20 revela isso. O capítulo é de tirar o fôlego. É possível imaginar um “GPS” mostrando seu itinerário enquanto ele explica aos presbíteros da importante igreja de Éfeso como atuou de maneira enérgica e dedicada no ministério que lhe foi confiado.

Atos 20:28 parece ser o clímax do capítulo, o ponto central de sua mensagem aos pastores efésios. O texto diz o seguinte: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.” (Atos 20:28)

 

LEIA MAIS: Quando nasceu o Dia do Pastor e Missionária Promessista? 

“Aquele que chama é fiel para sustentar, recompensar e renovar”, afirmam líderes do MVP da Convenção Geral 

O CUIDADO DE SI MESMO

Paulo diz que os bispos (grego: episcopoi) — palavra que significa supervisor, guardião (Bíblia Shedd) — devem cuidar de si mesmos. Pastores e missionárias devem atentar para esse “autocuidado”. Podemos entender isso no plano ministerial: eles devem zelar por sua fé no Salvador, sua fidelidade doutrinária e sua experiência pessoal com Deus, para que não sejam como alguém que levou a semente a muitos, mas perdeu a própria fé durante ou ao final da jornada. Afinal, é necessário:

“Ter cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (1 Timóteo 4:16)

Cuidado com a mente, o corpo, o intelecto, a oração pessoal e a família são necessários nessa jornada de constantes desafios.

O CUIDADO PELO REBANHO

 

Na nobre atividade dos bispos, que exercem o ministério pastoral, está o cuidado com as ovelhas. Apesar de olharem para si mesmos, pastores e missionárias também mantêm um olhar atento ao rebanho confiado por Deus às suas mãos. A palavra “atender”, do grego proséchō, tem várias explicações, mas uma delas diz o seguinte: “levar a, trazer para perto, trazer um navio à terra e, simplesmente, atracar, aportar” (Bíblia Interlinear online).

Veja o importante trabalho de quem exerce o episcopado, a supervisão do rebanho: trazer estabilidade.

Por meio da força do Espírito Santo, pastores e missionárias, bem como seus cônjuges, recebem a tarefa de conduzir o rebanho de Deus com a ajuda do Senhor. Afinal, é Ele quem nos conduz com Seu cajado pastoral às águas tranquilas, por meio do vale da sombra da morte, até pastos verdejantes, por amor do Seu nome (Salmo 23).

Ou seja, assim como um navio, barco ou rabeta (embarcação de pequeno porte nos rios da Amazônia) são estabilizados quando ancoram ou aportam em algum lugar, assim é o cuidado dos pastores e missionárias à frente da Igreja do Senhor. Eles ensinam, doutrinam e defendem as ovelhas dos ataques dos lobos — de falsos mestres e ensinadores que desejam arrebanhar aqueles que custaram o sangue do Senhor.

O CUIDADO DO SENHOR

 

A recomendação paulina aos presbíteros de Éfeso traz como marca a ideia de que eles foram constituídos pelo Espírito Santo. Esse apelo apostólico é um rico lembrete de que, apesar das estruturas humanas, quem governa a Igreja é o próprio Cristo, o “bispo das nossas almas” (1 Pedro 2:25).

Por meio do Consolador, Ele escolhe os que cuidam da Igreja e, assim, dirige os passos do Seu Corpo, pois é o Cabeça (Colossenses 1:18). Por isso, pode-se afirmar:
“O cuidado do Supremo Pastor se revela no ministério de pastores e missionárias.”

Quando esses líderes do povo de Deus são fiéis ao seu chamado, Deus é honrado e visto por meio de seus ministérios.

Por último, no discurso de Paulo em Mileto — cidade a cerca de 56 quilômetros de Éfeso (Bíblia Arqueológica), atualmente na Turquia — ele declara que o rebanho foi comprado com o sangue de Jesus Cristo. Os presbíteros deveriam se atentar para o valor que tem uma alma, lembrando que aquelas pessoas foram: “Compradas por bom preço” (1 Coríntios 6:20), são “propriedade exclusiva de Deus” (1 Pedro 2:9) e devem ser cuidadas e estimuladas à missão.

Paulo enfatiza a centralidade trinitária do ministério pastoral e a cristocentricidade do cuidado espiritual. A Trindade é a base do ministério, e o amor demonstrado na cruz pelo Filho é o maior motivo do episcopado de pastores e missionárias promessistas — e de esposas e esposos. Por isso, a cada dia 22 de julho, relembramos que o sagrado ministério tem um valor alto por ser obra de Deus. 

Texto: Agência Promessista de Comunicação (APC).

 

Quando nasceu o Dia do Pastor e Missionária Promessista?

Raízes da comemoração que ocorre anualmente em 22 de julho, foi confirmada pelo Pr. Valdeci Nunes de Oliveira.

 

A Igreja Adventista da Promessa está prestes a celebrar o Dia do Pastor e Esposa, Missionária e Esposo Promessista, no dia 22 de julho. Mas você sabe como essa data nasceu?

O Promessistas.org buscou informações com uma fonte que faz parte da história da denominação: o Pastor Valdeci Nunes de Oliveira, de 89 anos. Ele explicou que a data, que surgiu inicialmente como Dia do Pastor, tem origem na criação da instituição que acolhia pastores jubilados: a Junta Beneficente Pastoral – Jubpiap, fundada durante a Assembleia Geral de 22 de julho de 1964, no Rio de Janeiro, mas só 13 anos depois que o dia comemorativo  foi oficializado: em 22 de julho de 1977. 

Foto: Arquivo pessoal.

“No dia acima mencionado — 22 de julho de 1964 — foi criada a Jubpiap com o objetivo já informado, e, ao se criar posteriormente o Dia do Pastor, em 1977, achou-se por bem aproveitar a mesma data da criação da Jubpiap: 22 de julho”, afirmou o Pr. Valdeci.

“O objetivo da criação da Jubpiap foi proporcionar o benefício da aposentadoria aos pastores itinerantes no final de suas atividades ministeriais. E o pastor João Augusto da Silveira foi o primeiro pastor a usufruir desse benefício”, complementou.

Leia mais: “Aquele que chama é fiel para sustentar, recompensar e renovar”, afirmam líderes do MVP da Convenção Geral 

Um marco na história promessista

No livro Marcos que pontilham o caminho (2ª edição), que narra a história da denominação, está registrado que em 22 de julho de 1965 ocorreu a jubilação do pastor João Augusto da Silveira, fundador da Promessa — exatamente um ano após a criação da Jubpiap.

Assembleia Geral de 1964, no Rio de Janeiro. Foto: Igreja Adventista da Promessa.

 

No entanto, somente em 1977, durante uma reunião do Presbitério Geral em São Paulo, a data foi oficializada como o Dia do Pastor Promessista, em memória da fundação da Jubpiap — que, embora não exista mais, deixou esse importante legado.

Com o passar dos anos, a comemoração passou a homenagear também a Esposa do Pastor, reconhecendo seu papel indispensável no ministério. Mais tarde, o reconhecimento foi ampliado às Missionárias e seus cônjuges, que igualmente dedicam suas vidas ao cuidado da igreja do Senhor Jesus.

Texto: Agência Promessista de Comunicação (APC).