O episódio que o marcou pessoalmente, o 24 de janeiro de 1932, não deixou o Pastor João Augusto da Silveira confinado em casa.
A história de vida do Pastor João Augusto da Silveira foi redefinida a partir do batismo no Espírito Santo, recebido em 24 de janeiro de 1932. Ele, que era de origem Adventista do Sétimo Dia, resolveu sair da denominação por questões de convicção doutrinária: passou a crer no batismo no Espírito com evidência em “línguas estranhas” (Atos 2:1-3).
Foram cerca de quatro anos buscando o poder do alto e esperando o cumprimento da promessa do Pai em sua vida. Até que na tarde do dia em que se celebra o aniversário da igreja (24.01.32), “em línguas estranhas” ele começou a falar, como é possível conhecer no Documentário “Rota 32”, da TV Viva Promessa.
Mas o episódio que o marcou pessoalmente não o deixou confinado em casa, antes o fez “um homem que vive a missão no mundo”. O livro que conta detalhes de sua trajetória, Marcos que pontilham o caminho – 1ª edição, relembra, nas palavras escritas por seu filho, Pr. Otoniel da Silveira, o que ocorreu após o recebimento de poder. Pelo menos ao longo de quase um ano, visitou três cidades em Pernambuco: Além de Paulista, Recife, e um lugar por nome Contendas, perto de Caruaru, foram os primeiros destinos do fundador.
Destacamos que o 24 de janeiro foi um estopim pessoal, dado pelo Espírito Santo, que o levou ao testemunho. “Aquele homem arrefecido em sua vida espiritual, que rogou a Deus não o deixasse morrer em tais circunstâncias, agora com a alegria da salvação em sua alma, não se cansa de falar de sua nova experiência. “No dia imediato, 25 de janeiro, meu pai saiu a notificar a efeméride aos mais íntimos e só voltou à casa depois de uma semana, quase sem poder articular palavra, de tão roufenho”, escreveu Otoniel.
Então, temos dois fatos importantes: o poder do Espírito, uma experiência pessoal e transformadora, o leva para testemunhar aos que ouviram falar da Promessa do Pai antes que ele a recebesse. Segundo: ele não se limita apenas a seu bairro, sai por algumas cidades do estado de Pernambuco anunciando a novidade espiritual.
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A casa como lugar de testemunho
Conta o livro que a casa em Paulista (PE), na Rua da Alegria, virou ponto de referência aos interessados que queriam ouvir o testemunho de um pastor adventista que passou a falar em línguas espirituais, não idiomáticas. “Depois da efeméride de 24 de janeiro, a nossa casa, em Paulista, era visitada por diversos conhecidos que vinham ouvir de perto a experiência do pastor João Augusto. Entre eles, diversos pentecostais. A todos eles, meu pai contava com satisfação o acontecido. O ser batizado com o Espírito Santo, um pastor Adventista, no Brasil, repercutiu nos meios pentecostais da Europa, pois o acontecimento foi publicado em jornal daquela denominação, na Suécia.”
De Paulista à Beberibe (bairro de Recife)
Já no dia 25, ele sai com a missão de testemunhar o que esperou ao longo de quatro anos. “Dirige-se a Beberibe, arrabalde do Recife, onde se encontra com o irmão Manoel de Melo, (…) o presbiteriano, a quem relatou a bênção que lhe foi outorgada por Deus. Reverentemente Melo ouvia a narrativa. As lágrimas revelaram o efeito do testemunho: ‘Você, Melo, não é obrigado, embora deva crer no que lhe digo’”.
De Paulista à Jaguaribe (provável bairro de Paulista)
Anunciar com ardor o Evangelho, a história do fundador da denominação mostra a importância do testemunho nos bairros das nossas cidades. “Em Jaguaribe, a 6 quilômetros de Paulista, moravam os irmãos Inácia e José Pedro (falecidos). Esses irmãos eram pessoas gradas de J. A. S. Era ardente o desejo de testificar de bênção gloriosa, que recebera e por esta razão visitava a todos os conhecidos com esse objetivo. O casal Inácia e José Pedro também recebeu sua visita, ouviu a mensagem e aceitou-a sem reservas.”
De Paulista ao Fundão (bairro de Recife)
O testemunho que nasce do avivamento espiritual, além de ganhar novas vidas para Cristo, é capaz de reacender, pelo mesmo poder que despertou o pregador, a alma de crentes adormecidos pela religiosidade, promover o financiamento da obra missionária e expandir o alcance da mensagem.
“A primeira viagem missionária feita ao interior de Pernambuco foi realizada com o produto da venda de um novilho ofertado pelo casal Antônio Pedro e Inácia. Na Igreja do lugar Fundão, a presença de novas pessoas era observada a cada sábado. Surgiu a necessidade de remoção de uma parede e a aquisição de novos bancos. A alegria se estampava nos rostos dos irmãos. Nas reuniões das quartas-feiras, as quais muitas vezes não se realizavam por falta de número (antes de 24.01.32), em uma só noite a assistência ascendeu a 60 pessoas.”
De Paulista a Contendas (perto de Caruaru)
“No interior de Pernambuco, a notícia chegou a Contendas, perto de Caruaru. Cinco meses depois, meu pai pôde atender aos chamados das pessoas que desejavam ouvi-lo. Acompanhava-o o irmão Manoel Cassemiro (falecido no interior de São Paulo há alguns anos). À grande assistência, o pastor João Augusto explica os motivos que o levavam ali.”
Quanto mais aqueles dias iam passando e pessoas sendo despertadas e convertidas a Cristo, vidas da igreja Católica, Presbiteriana, Batista e Adventista, além de outros convertidos, o movimento da Promessa começa a ganhar corpo e colaboradores para anunciar a mensagem do vigor celestial. Otoniel da Silveira escreveu algo sobre isso: “Oração e espírito missionário tomaram posse daquelas pessoas em pouco tempo.”
Você aceita o desafio de buscar o poder do alto e ser “uma pessoa que vive a missão no mundo”? Colocar sua casa à disposição como referência e uma porta de missão, com uma Base Missionária ou Pequeno Grupo? Seja participante da Promessa, de “um povo que vive a missão no mundo”.
Texto: Agência Promessista de Comunicação (APC).