A terapia do espinho na carne
Dicas
- Para o início da lição, divida sua classe em duplas e distribua uma folha de papel para cada uma delas. A seguir, peça que cada dupla escreva exemplos de pessoas mencionadas na Bíblia Sagrada que foram vencidas pelo orgulho. Os alunos (as) devem escrever também sobre as consequências do orgulho para esses personagens bíblicos. Diga aos seus alunos para compartilharem o que escreveram e relacione a resposta deles com o tópico 1. O motivo da terapia.
- Para finalizar o primeiro tópico da lição, escreva num lugar em que os alunos possam visualizar a seguinte frase de Agostinho: “O orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios.” A seguir, peça que seus alunos escrevam de que forma a terapia utilizada por Deus para tratar de Paulo ajudava-o a não se orgulhar e nem se envaidecer. Diga a seus alunos (as) para listarem no papel quais são os principais desafios que eles têm enfrentado para viverem dependentes da graça de Deus.
- Para encerrar o tópico Aplicando o Ensino da Carta, peça que a classe reflita no seguinte texto retirado do site da revista Ultimato, cujo título é O que posso aprender com meu espinho na carne. Professor, se achar melhor, imprima esse fragmento e disponibilize para cada um de seus alunos, para agilizar a leitura.
Segue o fragmento do texto de autoria de Renan Vinicius: “É interessante destacar o que Paulo diz no versículo seguinte: “três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim” (2 Coríntios 12:8 NVI). Muitas vezes, com nossa natureza pecaminosa, tendemos a pensar que Paulo, por ser um plantador de igrejas, teria uns pontinhos a mais com Deus e, por isso, seu pedido seria prontamente aceito. A verdade é que, com Deus, as coisas não funcionam na base da permuta, da justiça própria, como estamos tão acostumados neste mundo. A resposta de Deus para Paulo é simples: “Minha graça é suficiente a você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9 NVI). Muito provavelmente boa parte das pessoas ficaria revoltada com esta resposta de Deus e, até mesmo, “exigiria” uma absolvição, mas as próximas palavras de Paulo são lindas: “Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco, é que sou forte” (2 Coríntios 12:9-10 NVI). Refletindo sobre esse texto, penso que meu espinho na carne me faz entender que sou extremamente dependente de Deus. Sem o seu amor e a sua misericórdia, não passo de alguém que não consegue sequer lutar contra sua natureza corrompida pelo pecado. Ao mesmo tempo, o meu espinho na carne me faz ser solidário com meus irmãos, buscando ajudá-los em suas lutas e tribulações. O meu espinho na carne me faz desejar, cada dia mais, que nosso Salvador e Senhor, Jesus Cristo, volte o quanto antes, pois como disse Paulo, “considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Romanos 8:18 NVI).”. Diga a seus alunos (as) para relacionarem o que este texto enfatiza com a importância de reconhecermos o tratamento de Deus em nossas vidas. Peça também que eles compartilhem suas impressões (sempre baseadas na Palavra de Deus) a respeito do que significa depender somente da graça do Senhor em todas as situações que enfrentarmos. - Para finalizar a lição, assista ao seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=HGyRUhSlT8U e peça que seus alunos reflitam sobre as várias situações em que Deus tem conferido graça para que eles continuem firmes em Cristo Jesus, mesmo tendo que enfrentar os mais diversos espinhos na carne. Diga a seus alunos (as) que compartilhem com os outros como Deus tem tratado da vida deles, conferindo graça mais do que abundante.
- Por fim, peça que eles reflitam em sua vida e no que aprenderam nesta semana, através do estudo da Palavra de Deus. Finalize reforçando aos seus alunos a importância de reconhecerem que Deus trata de nossa vida também através dos “espinhos na carne”, e que a graça e o cuidado de Deus são mais do que suficiente para vivermos.
Comentários Adicionais
- O paraíso:
“A palavra ‘paraíso’ foi tomada por empréstimo do persa antigo e se refere ao ‘bosque’ ou jardim murado que um nobre podia ter como parte de sua propriedade. Adotada pelos judeus falantes do grego, logo passou a fazer referência ao jardim do Éden, o primeiro paraíso. Pelo fato de muitos judeus considerarem o estado final como, num certo sentido, a restauração do Éden, esse estado final de bem-aventurança passou a ser chamado o paraíso de Deus (Ap 2.7).” (CARSON, D. A. Um modelo de maturidade cristã. Tradução: Marcia B. Medeiros; Vanderson Moura da Silva; Marcos Vasconcelos. São Paulo: Vida Nova, 2017, p.141). - Arrebatamento:
“Diz o apóstolo que foi arrebatado até ao terceiro céu ([2Co 12] v.2) e logo depois foi arrebatado ao paraíso (v.3). Ele utilizou o mesmo verbo, ‘arrebatar’ (harpazo) em 1 Tessalonicenses 4:17, ao falar dos crentes vivos que hão de ser ‘arrebatados’ a fim de encontrar-se com o Senhor nos ares.” (KRUSE, Colin. 2 Coríntios: introdução e comentário. Tradução de Oswaldo Ramos. São Paulo: Vida Nova, 1994, p.214). - Os céus:
“Entre os contemporâneos de Paulo havia diferentes cosmologias em voga, as quais retratavam três, cinco ou sete céus, aos quais se referiam como sendo uma série de camadas hemisféricas acima da Terra. Tem sido sugerido que a referência na oração dedicatória de Salomão a ‘céus, e até o céu dos céus’ (…), em 1 Reis 8.27, deu origem, pelo menos entre os judeus, à noção de que os céus tem três esferas ou camadas.” (Ibidem, pp.214-215). - O espinho:
“(…) perturbações espirituais. Calvino acreditava que o espinho na carne de Paulo consistia nessas tentações que o afligiam. (…) perseguição e oposição. Lutero pensava que o espinho na carne de Paulo eram as muitas e variadas perseguições (…). (…) enfermidades físicas. A lista abrange desde epilepsia, gagueira, enxaqueca, ataques de febre malária até deficiência visual.” (LOPES, Hernandes Dias. 2Coríntios: o triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades. São Paulo: Hagnos, 2008, p.266). - A fraqueza forte:
“‘Você quer dizer que não preciso ser superforte e suportar cada provação apoiando em meus próprios recursos’. Nada disso. De fato, a única maneira de qualificar-se para receber a força dele é quando admite sua fraqueza, quando admite que não é capaz nem forte; quando Paulo, estiver disposto a não se gabar de nada além da sua fraqueza e do poder de Deus.” (SWINDOLL, Charles R. Paulo: um homem de coragem e graça. Tradução de São Paulo: Mundo Cristão, 2003, p.282).