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Símbolo do resgate

Uma cápsula de transporte e uma cruz – que semelhança há nisto?

Até o dia 13 de maio de 2012 o Museu da Ciência de Londres recebe a exposição do Símbolo do Resgate. Trata-se da cápsula que retirou os 33 mineiros que ficaram presos durante 69 dias sob a terra, a700 metrosde profundidade, no Chile, em 2010.
Na época, a cápsula foi batizada com o nome Fênix 2, uma jaula metálica de quase 4 metros de comprimento e 53 centímetros de diâmetro pintada com as cores branca, azul e vermelha da bandeira chilena.
Gostei do nome, Símbolo do Resgate, bastante pertinente à função que a cápsula exerceu naquela angustiante e dramática experiência. Passados dois anos, já é possível assimilarmos algumas lições daqueles 69 dias de desespero findados com a ajuda do Símbolo de Resgate.
Coragem. Para entrar na cápsula foi preciso coragem. Mesmo quem teve pouca ou nenhuma coragem, entrou, afinal não restava outra opção. Tente imaginar a situação. E se a cápsula enrosca no caminho, se trava, se falha e você fica ali, preso em 53 centímetros de diâmetro sem poder se mexer, imagine.
Na mesma linha da coragem somam-se outras virtudes pelos mesmos motivos: humildade, submissão, resignação, obediência, fé. E por que afirmo que são os mesmos motivos? Ora, a opção é entrar ou não na Fênix 2. Ou entra, ou fica soterrado a700 metros  de profundidade esperando pelo fim, pois os recursos próprios se findaram, restando aceitar a única possibilidade de salvação através daquele símbolo de resgate.
Embora assustador, gosto da figura da cápsula metálica que chega a lembrar uma lata de sardinha humana. A cápsula tinha que ser bem fechada e protegida, afinal, ela estava resgatando vidas, ela tinha que, de fato, isolar o resgatado de toda e qualquer ameaça daquele buraco.
Resgate não é churrasco, não é hora de festa, não é desfile de belas roupas e novos cortes de cabelo. Resgate é momento de tensão e emoção. Aqueles 33 mineiros saíram das trevas de 69 dias para a luz de uma nova chance, um novo nascimento, uma nova vida.
A cápsula na qual Jesus entrou para nos resgatar foi infinitamente pior. Sim, ela não tinha o limite de 53 centímetros de diâmetro, seu diâmetro se equivalia ao diâmetro de toda a terra! Mesmo assim, com tanto espaço, sua cápsula foi uma cruz que não lhe permitia movimento, pois mãos e pés estavam cravados por pregos bem pregados. Ele se revestiu de coragem, humildade, submissão, resignação, obediência e fé para resgatar a todos nós.
O símbolo do nosso resgate passa pela cruz. Não adianta procurá-lo em nenhum museu. A cruz virou pó e Jesus ressuscitou e continua resgatando vidas das trevas para a luz. Quando o ser humano consegue perceber o buraco no qual se encontra, finalmente ele se rende ao resgate oferecido por Jesus. Um resgate gracioso e eternamente salvador. Um resgate que envolve o resgatado com o poder do Espírito Santo, a fim de que os perigos e ameaças dos subterrâneos desta vida não contaminem a ação redentora de Jesus, uma ação que ultrapassou os símbolos e tornou-se realidade por amor a nós.
Edmilson Mendes é pastor da IAPem Parque Itália(Campinas – SP) e atua na equipe do Departamento Ministerial da IAP
 

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