Quando o que “eu sei”, o que “eu acho” e o que “eu faço” predominam, não estamos seguindo a Palavra de Deus
“E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.” (Jo 8.32)
Pós-verdade é um neologismo utilizado pela primeira vez pelo dramaturgo Steve Tesich em 1992, que descreve a situação na qual, na hora de criar e modelar a opinião pública, os fatos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais. A Universidade Inglesa de Oxford classificou esta palavra como principal para esclarecer muitos acontecimentos políticos pelo mundo. Se algo está sendo dito repetidas vezes nas redes sociais, alcançando respaldo nas convicções pessoais, independente de que seja verdade ou não, passa a ser assimilado como um fato pela maioria. E, desta forma, baseado no “eu”, as pessoas montam um “kit” dessas verdades aparentes e passam a nortearem-se por elas. Mas, será verdadeiro um assunto ou posicionamento por ter sido massificado? Nem sempre. Muitas vezes, temos presenciado a verdade vir à tona, mesmo depois de um assunto ter virilizado nas redes sociais. No entanto, mesmo que a verdade apareça, as pessoas preferem continuar acreditando na mentira, por estar de acordo com a sua ótica. O que prevalece é o seu “achismo” independente da verdade. Assim, rejeitam a verdade e escolhem a pós-verdade.
Gostaríamos muito que o termo “pós-verdade” fosse aplicado apenas às notícias políticas, porém, temos visto este fenômeno relacionado aos valores espirituais. Por isso, o aumento dos desigrejados (sem igreja) ou poligrejados (participam em mais de uma igreja). Nestes casos, formam um kit religioso pessoal e ficam sem uma igreja para servir ao Senhor ou participam em várias igrejas simultaneamente. Por exemplo, congregam em uma igreja pela música, em outra pelo ensino ou pregação, e ainda em outra pela estrutura física do prédio. Este comportamento, por ser similar ao “pós-verdade” da área política, gera insatisfação e muitas vezes reflete a aceitação da velha mentira de Satanás no Éden, ao relativizar a Palavra de Deus e escolher seu próprio destino.[1] Ou seja, uma exaltação exacerbada do “eu”. Quando o que “eu sei”, o que “eu acho”, o que “eu faço” predomina, independente da Bíblia Sagrada e do modelo de Cristo, isso equivale a se colocar embaixo do senhorio de Satanás e trilhar o caminho da apostasia que conduz à perdição. É querer ser igual a Deus, quando na verdade, não passa de um minúsculo “deus”.
Para a fé Cristã alguns valores são inegociáveis como a Bíblia, a Igreja e Jesus Cristo.
A Bíblia é inspirada[2] e inerrante[3] em seu conteúdo; eterna;[4] clara nos princípios Divinos;[5] suficiente para mostrar os propósitos do Reino de Deus;[6] indispensável para o crescimento espiritual[7] e uma revelação especial do Evangelho Eterno.[8]
A Igreja, apesar de suas fraquezas e ainda não estar glorificada, Ela é a Noiva do Cordeiro;[9] o Corpo de Cristo;[10] a Família[11] e a Lavoura[12] de Deus; o Sacerdócio Real, a Nação Santa, o Povo adquirido de Deus;[13] o Rebanho[14] e o Edifício[15] do Senhor. A perfeição será após o arrebatamento da Igreja, na glória eterna.
Quanto à Cristo, Ele é o personagem central da Bíblia, do evangelho e da história.[16] O princípio e a finalidade de todas as coisas.[17] O Rei dos reis e Senhor dos senhores.[18] O único salvador por viver de maneira santa,[19] morrer na cruz[20] e ressuscitar.[21] [22]
Saciemos nossas vidas nas fontes da salvação que jorram profusamente da Bíblia Sagrada. Perseveremos com os nossos irmãos na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações.[23] Aceitemos, ministremos e celebremos a “verdade” libertadora de Cristo[24] pois podem passar os céus e a terra, mas essa verdade nunca será “pós”.
[1] Gn 3.1-5
[2] 2 Pe 1.21
[3] Lc 16.17
[4] 1 Pe 1.25
[5] 2 Tm 3.16
[6] Hb 4.12
[7] Sl 1
[8] Rm 15.4
[9] 2 Co 11.2
[10] 1 Co 12.12-31
[11] Ef 2.19
[12] 1 Co 3.6-9
[13] 1 Pe 2.9, 10
[14] Sl 100.3
[15] 1 Co 3.9
[16] Jo 1.1-3
[17] Cl 1.16
[18] Ap 19.16
[19] Hb 4.15
[20] Jo 19.30
[21] Jo 14.6
[22] At 7.55, 56
[23] At 2.42
[24] Jo 8.32