Alerta de tsunami – II : Inculcar os ensinamentos no coração de um filho é mais do que se preocupar com seus amigos ou suas notas
Na primeira parte deste texto falamos da importância do diálogo e do ensino para proteger nossos filhos dos males da sociedade atual, à luz da passagem de Dt 6:6-8. Aqui refletiremos sobre um desafio ainda maior: o de colocar os ensinamentos no coração deles.
A psicanálise afirma que os pais são os principais agentes de repressão ou adiamento dos desejos e impulsos, tendo papel importante para que os filhos possam, eles mesmos, desenvolverem o autocontrole. Espera-se que, com o tempo, em vez de o pai dizer: não faça isto ou aquilo, haja uma voz interior que os impeça de fazer. Freud chamou a isto de superego, outros chamam de “internalização”. Chamaremos de “inculcar no coração”.
“Inculcar no coração” é quando as regras passam a existir em nós e fazemos o certo sem depender de que alguém nos vigie e muito menos para evitar punições, mas simplesmente porque sabemos e acreditamos ser o melhor para nós. A grande dificuldade dos pais é fazer que seus ensinos assumam significado na vida dos filhos, mesmo quando estão longe de seus olhos.
Tenho a impressão de que a geração de nossos pais conseguiu nos passar uma clara noção de certo e errado e das consequências de nossos atos, mesmo desconhecendo fórmulas ou princípios educacionais retirados de livros. Nem sempre deixávamos de errar, mas quando o fazíamos, tínhamos noção disso, o que nem sempre acontece com nossos jovens.
Hoje parece ser muito mais difícil educar, possivelmente porque a realidade é outra: diferentemente de alguns anos atrás, os pais não são a única referência de comportamento para seus filhos, pois concorrem com a mídia, as redes sociais, os amigos, a escola. Não podemos ignorar esta realidade nem tão pouco aceitá-la passivamente, pois se já não somos a única referência para eles, temos que lutar para sermos a mais importante.
Para que isso aconteça, precisamos entender que colocar o ensino no coração não é um ato de memorização, de imposição e nem fruto apenas de insistência, mas de uma relação de confiança e de intimidade que se estabelece desde muito cedo entre pais e filhos, e continua ao longo da vida.
Muitas vezes, os pais ficam ausentes da vida dos filhos porque estão preocupados em trabalhar muito e pagar uma boa escola para eles, esquecendo de que a verdadeira educação acontece com a presença deles na vida dos filhos. Não se trata apenas de perguntar onde estão, com quem e fazer cobranças; é preciso estar aberto para ouvir e entender o que os filhos comunicam em cada comportamento, em cada gesto, em todos os momentos. Os pais precisam conhecer seus filhos além do boletim escolar, interessar-se mais em estar perto deles, do que apenas preocupar-se com os amigos deles!
Há um experimento clássico na psicologia, em que macacos recém-nascidos foram colocados junto a estruturas de arame que se pareciam com mães-macacas, onde haviam mamadeiras acopladas, para alimentá-los. Ao lado, havia “mães” cuja estrutura era recoberta com uma flanela macia e quente, mas sem as mamadeiras. O que os cientistas observaram foi que os filhotes se alimentavam nas “mães de arame”, mas permaneciam o restante do tempo agarrados às mães recobertas de flanela.
Somente a convivência intensa, envolvendo o exemplo, o diálogo, a disciplina e o carinho possibilitam que nossos filhos resistam às inúmeras ciladas da vida e corram para perto de nós e não para longe, quando tiverem dúvidas ou problemas.
Nada pode ser mais importante ou urgente na vida de um pai ou de uma mãe do que investir no relacionamento com seus filhos, sem esperar um alerta, que poderá vir tardiamente!
Romi Campos Schneider de Aquino, psicóloga, é diaconisa na IAP em Curitiba (PR).
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