Skip to content

Amar é a decisão certa

“Você não precisa ter um curso universitário para evangelizar, não precisa ser um exímio pregador de púlpito, nem ser formado em teologia. Você precisa apenas ter um coração voltado para os pecadores e uma alma cheia da graça de Jesus”.

Baseado em João 15. 1-17, o amor é o teste principal ou primordial do discípulo de Cristo. Porque o fato dele nos ordenar a amar indica que o amor não é apenas um sentimento, escolha ou preferência, mas sim o que alguém faz e como procura se relacionar com os outros. Podemos dizer, então, que amar é uma decisão, um compromisso ou ainda uma forma de se comportar em relação ao próximo.
Em síntese: “Amar é um mandamento”. Há uma ligação entre os versículos 1 ao 8 e os versículos 9 ao 16. Ambos falam de “permanecer”. A primeira parte do versículo 1 ao 8 fala de permanecer na videira, que é utilizada aqui como uma tipologia para se referir ao próprio Jesus, ele mesmo diz isso nos versículos 1 e 5: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador”. “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podereis fazer” (RC).
A segunda parte, do versículo 9 ao 17, enfatiza o permanecer no amor de Jesus e de amar o próximo como ele nos amou. Ambos os textos apresentam o permanecer como também o frutificar, como devendo ser a meta, o objetivo de cada discípulo. Essas duas partes que dividimos aqui são construídas ao redor de uma mudança de perspectiva histórica e de salvação, ou seja, ambas as partes dependem de uma mudança consciente da antiga aliança para a nova aliança. Porque para Israel, a figura da videira era um símbolo muito forte, comumente utilizado como um produto que lhes trazia alegria e produtividade. Segundo Carson, o salmo 80 talvez seja a passagem mais importante do Antigo Testamento nesse sentido, pois ele une os temas da videira e do filho do homem. Veja, por favor, os versículos 7, 8, 14, 17 do Salmo 80: “Restaura-nos, ó Deus dos Exércitos; faze resplandecer sobre nós o teu rosto, para que sejamos salvos… Do Egito trouxeste uma videira; expulsaste as nações e a plantaste… Volta-te para nós, ó Deus dos Exércitos! Dos altos céus olha e vê! Toma conta desta videira, da raiz que a tua mão direita plantou, do filho que para ti fizeste crescer! Tua videira foi derrubada; como lixo, foi consumida pelo fogo. Pela tua repreensão perece o teu povo! Repouse a tua mão sobre aquele que puseste à tua mão direita, o filho do homem que para ti fizeste crescer” (NVI).
Como acabamos de ver nesses 6 versículos do Salmo 80, Deus planta e cultiva a videira, porque ele é o agricultor que, no original, é o mesmo que lavrador, como aparece em muitas outras traduções. Então o Pai, como lavrador, tem duas funções importantíssimas: primeiro, ele corta toda vara ou ramo que não dá fruto e lança fora (v 2.a), e segundo, ele limpa, poda ou apara toda vara ou ramo que dá fruto, para que dê mais fruto, isso está escrito na parte b do versículo 2. Portanto, agora a videira passa a simbolizar Jesus, que é a verdadeira fonte da nossa alegria, e nós precisamos estar ligados nele e dar frutos para ele. Isso vem para nós sob o impacto de uma revelação também nova, de que “servos” passam a serem “amigos”. Na realidade, nós somos servos, mas no trato e no relacionamento com ele, nós somos chamados e considerados “amigos”. Olhe, por favor, o versículo 15 de João 15. “Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer”. O mundo saberá que somos discípulos de Jesus se nos relacionarmos com o próximoem amor. João13: 34 e 35: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês amarem uns aos outros” (NVI).
Durante três anos e meio aproximadamente, os discípulos de Jesus viveram unidos pelos laços sinceros que ligaram estreitamente os seus corações. Quando conhecemos esse amor, nossas vidas passam por uma transformação. Porque quanto mais reconhecemos a profundidade de nosso próprio pecado, mais reconhecemos o amor do Salvador por nossas vidas. Quanto mais valorizamos o amor do Salvador Jesus, mais elevado o seu padrão se revela e quanto mais elevado o seu padrão se revela, mais nós temos que reconhecer o nosso egoísmo e passar a proclamar a palavra aos perdidos. Fazendo uma adaptação das palavras de Martin Luther King Jr,  “Você não precisa ter um curso universitário para evangelizar, não precisa ser um exímio pregador de púlpito, nem ser formadoem teologia. Nãoprecisa conhecer os grandes filósofos do passado, como Platão e Aristóteles. Você precisa apenas ter um coração voltado para os pecadores e uma alma cheia da graça de Jesus”.
Precisamos amar os pecadores com um amor genuíno, profundo, constante e sacrificial, pois esse é o caráter ideal que distingue o cristão do mundo. Jesus ensinou a importância e os princípios do relacionamento com o próximo. Só assim poderemos exercer influencia sobre o mundo, de modo que as pessoas começarão a reconhecer que pertencemos somente a Cristo e a ninguém mais. Dessa maneira, todos começarão a ver Cristo em nossas vidas. Não existe amor maior do que o de Jesus pela humanidade. João 15: 13: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar a sua vida pelos seus amigos”. Esse texto deixa claro para nós que a atitude que produz mudança na vida não começa com um sentimento, mas é uma questão de decisão. Ele decidiu nos amar.
Como esperar que alguém passasse a sentir amor por pessoas que só o desprezavam e não fazia dele caso algum? Jamais poderia nascer esse sentimento de uma forma natural. Ele decidiu não olhar para a nossa ignorância, para nossa miséria espiritual com desprezo, mas olhou para nós com amor incondicional, nos mostrou com isso uma das suas maiores características, que deve estar presente também em nós, que é a capacidade de suportar as fraquezas uns dos outros, de ter empatia, como está escritoem I Co12:26: “De maneira que se um membro padece, todos os membros padecem com ele, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” (RC). Em outras palavras é o mesmo que dizer: “A sua luta é a minha luta, a sua dor é a minha dor, a sua vitória é a minha vitória, a sua alegria é também a minha alegria.” Aleluia. É um ledo engano acharmos que nós temos algum mérito na nossa salvação. O versículo 16 de João 15 diz: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome” (NVI).
Preste atenção numa coisa: não é possível haver conversão sem que o pecador seja convencido de suas transgressões, e esse convencimento só é possível quando o Espírito de Deus usa a Palavra e o testemunho do cristão. Amados, testemunhar é um grande privilégio, mas também é uma grande responsabilidade. Trata-se de uma questão de vida ou morte! Precisamos encarecidamente depender do Espírito Santo para nos guiar até as pessoas certas, nos dar as palavras certas e nos capacitar, com toda a sua paciência, para que glorifiquemos a Jesus Cristo com a proclamação. É o Espírito Santo que convencerá o pecador do pecado e da justiça. E a que pecado e justiça a Bíblia está se referindo? O pecado da incredulidade e a justiça, que é o próprio Jesus, o Cordeiro perfeito de Deus. Portanto, ele continua nos ordenando. “Este é o meu mandamento: amem-se uns aos outros”.
 
Pr. Magno Batista é secretário da Convenção Geral da IAP.
 
 
 
 
 

Notícias