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Antes da deficiência, a pessoa: sobre PCD e inclusão na igreja

No primeiro sábado de dezembro, celebramos o Dia da Inclusão Promessista (DIP), por isso, é importante uma reflexão sobre o olhar que temos para as pessoas com deficiência. O termo PCD (Pessoa com Deficiência) foi criado a partir da seguinte proposição: a pessoa antes da deficiência. A ideia baseia-se no fato de que, muitas vezes, ao enxergarmos alguém com deficiência, é a deficiência que ocupa o protagonismo do olhar e da nossa percepção particular sobre o indivíduo, e isso gera estigma, preconceito e capacitismo.

Determinamos quem o indivíduo é e o que ele pode fazer a partir dessa característica. O termo “pessoa com deficiência” nos convida ao contrário: a reconhecermos, antes de tudo, que aquele indivíduo é uma pessoa — alguém sujeito à vida como nós, com desejos, sonhos, potencialidades, desafios e dificuldades inerentes à existência humana.

 

Somente depois vemos a deficiência, que, nesse caso, vem como um complemento da realidade daquele indivíduo, não como sua identidade total. Se a sociedade enxergasse dessa forma, muitas questões relacionadas às PCD seriam naturalmente resolvidas.

 

O olhar de Jesus

Essa lógica também se aplica ao contexto do evangelho. Pessoas com deficiência continuam sendo invisibilizadas na hora da pregação e, muitas vezes, desacreditadas por causa dessa deficiência do olhar: “já são anjos”, “será que podem crer?”, “estão sofrendo porque estão purgando pecado”, entre outras ideias equivocadas. 

 

 

Mas não o eram por Jesus. Quando um paralítico foi levado até o Senhor pelos seus amigos, antes de o curar fisicamente, o Mestre tratou de seu coração: “Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: — Filho, os seus pecados estão perdoados.” (Mc 2:5 NAA). Veja que ele quer levar transformação a pessoa, antes de ver sua limitação física. Ele o trata como igual, a lhe dar atenção e ao anunciar a “cura de seu interior”. Não o trata como um ente santo, mas como alguém pecador, como todos os demais humanos, que precisa da graça. 

Podemos até ver esse princípio, quando nosso Senhor recebe uma mulher aprisionada por um espírito de enfermidade, “ao vê-la, Jesus a chamou e lhe disse: — Mulher, você está livre da sua enfermidade.” (Lucas 13:12) O que vemos é um interesse de Jesus pela pessoa. Ele sabe que todos precisam da mensagem, do perdão dos pecados, da libertação do maligno, mas do que da cura do corpo. 

Olhando para esse princípio, de primeiro ver a pessoas antes da deficiência, conseguiremos ver que os Pcd, são um povo não alcançado pelo evangelho, gente que precisa  saber da graça e do pecado, do amor e do juízo divino, da forma que possam entender para que ouça do Salvador que os seus pecados estão perdoados e que podem seguir o Cordeiro que tira o pecado do mundo. 

 

Texto: Diaconisa Juliana Duque, líder da Secretaria de Inclusão da Convenção Geral e Andrei Sampaio, jornalista da Agência Promessista de Comunicação (APC)

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