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Com o cesto na mão

Mesmo que se sinta pequeno, distribua, pela fé, os pães e peixinhos

Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?” – (Jo 6.9)
Um dos sinais ortográficos que estão sempre na mente de um pastor é o da interrogação. E quantas situações desafiam um pastor! Qual deles, em alguma situação, não se sentiu pequeno demais? De ir para algum lugar desconhecido? Diante do peso de um sermão? Do pedido de oração por alguém em fase terminal da vida? Diante de uma reunião da Igreja? De conduzir suas ovelhas para a eternidade ao lado do Senhor? De estar fazendo as coisas certas? Interrogações e mais interrogações.
Um dia, diante de uma multidão, Jesus pergunta a Filipe: “…Onde compraremos pão, para estes comerem?” – Jo 6.5. O versículo 6 deixa claro a intenção de Jesus: “Mas dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer.” Diante disto também perguntamos: Apesar de pequenos não fomos chamados por Jesus? Não é ele o Senhor de todas as coisas? Estou aqui por capricho humano? Não tem ele um projeto maior em meu ministério? Com certeza sim!
Felipe respondeu humanamente: “Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco.” v.7. A resposta foi financeira, o gasto seria acima de “duzentos dinheiros” que seriam os denários (moedas prata) ou duzentos dias de trabalho comum. Quantas vezes, diante dos desafios, procuramos uma resposta humana, prática, lógica, dimensionável. Mas as soluções pastorais estão no andar de cima, diante do Trono de Deus, na fé e na oração.
André, irmão de Pedro, foi melhor: “Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?” Ele havia encontrado o princípio da solução, os pães e os peixes. Era humilde na qualidade e quantidade. Pães de cevada era o alimento dos mais pobres. E o que seria cinco pães e dois peixinhos diante de uma multidão? Mas o “está aqui” revela que ele apresenta a Jesus, mesmo tendo certa dúvida: “Que é isto para tantos?” Muitas vezes sabemos o certo, mas uma multidão faminta ao redor e uma pequena porção de alimento parece uma distância intransponível. E é verdade mesmo. Em nossas mãos, cinco pães e dois peixinhos são insignificantes, mas não nas mãos de Jesus.
Jesus deu ordem para se assentarem na relva. Isto nos lembra de descanso quando colocamos as situações nas mãos divinas. A solução está nele. Ele multiplicou os pães e peixes. A multidão saciou-se. Sobejaram ainda 12 cestos cheios. Ele não nos trata espiritualmente com miséria. Um cesto para cada discípulo para que não esquecessem sua graça, seu amor, sua bondade, sua misericórdia… Porque ninguém que se aproxima do Senhor da vida sai vazio, com fome.
Qual a sua dúvida? O tamanho da Igreja em comparação com o da cidade? A profundidade do seu sermão? Alguma enfermidade ou problema na Igreja? O lugar deserto onde está? Ou quem sabe, uma dúvida como a de André: “O que é isto para tantos?” a resposta é: Deixe os dilemas nas mãos do grande Pastor. Ele sempre soube, sabe e saberá o que fazer com a sua pequenez. Pregue a Palavra de Deus como ela é. Não deixe ninguém com fome. Pegue o “seu” cesto com os humildes pedaços de pães de cevada e “lambarizinhos secos” e distribua pela fé. Acredite, vai sobrar.

Pr. Elias Alves Ferreira é responsável pela IAP em Jales (SP) e atua no Departamento Ministerial – Convenção Geral.

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