Não sabemos o que 2017 nos trará mas devemos avançar sempre!
Entramos há pouco em 2017, logo, o ano de 2016 será uma folha dobrada no tempo. Ocorre-nos de, ouvindo a leitura do escritor bíblico “aos Hebreus”1, desenvolver esta reflexão.
Que a nossa jornada terrena é remarcada por correrias ninguém duvida e nem discorda.
Consideremos o emblemático ano de 2016, que deu adeus ao presente e ingressou no passado. Este ano também terá uma folha que registrará a sua história e que também será dobrada e traz uma série de indagações.
Ninguém, em sã consciência, reúne condições de responder às inúmeras perguntas sobre o que irá acontecer e como será este 2017.
“O futuro a Deus pertence” é a resposta que frequentemente se ouve. E ela está correta. Faltam-nos condições para sabermos o que acontecerá, não somente no restante de 2017, mas até mesmo daqui a um minuto.
A propósito, a Palavra Bíblica inspirada referindo-se à ansiosa solicitude pela nossa vida adverte: “não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”, que parafraseamos: bastam, para cada dia, os seus problemas, as suas vicissitudes, até mesmo em face do que expressa o verso 27 do mesmo capítulo 6 do Evangelho S. Mateus, no sentido de que os nossos cuidados, por maiores e mais legítimos que sejam, não podem acrescentar um côvado2 que seja à nossa estatura e, nem mesmo um minuto a mais em nossa existência, sabido que “Os meus tempos estão nas Tuas mãos…”3.
Oportuno considerar que, ao mesmo tempo em que não devemos ser presas de preocupações desmedidas quanto à nossa vida, com o que teremos para comer, beber e vestir, visto que aquele que cuida muito bem de nós, cuida igualmente das aves, alimentando-as, e vestindo de forma belíssima o frágil lírio do campo4, não devemos cruzar os braços, nem sermos relapsos e nem deixar de considerar o que o escritor da Epístola aos Hebreus remarca no verso primeiro do capítulo 12.
Não somos ilhas e nem estamos num deserto. Estamos permanentemente rodeados de testemunhas e, por isso mesmo, não podemos permitir que embaraços de qualquer ordem turbem a nossa jornada e nos desviem de Cristo, que é o autor e consumador de nossa fé.
Correr com persistência a carreira que nos está proposta quer dizer, em outras palavras, uma situação de certeza, de confiança, de tal modo que nada obnubile a nossa visão do alvo proposto e nem nos desestimule na continuação da jornada, por mais espinhosa e cheia de percalços que ela seja.
Significa mais: não arrepiarmos a carreira. Avançar sempre. Esteja claro o dia ou carregado de nuvens escuras, prenunciando tempestades ou não. Mesmo em circunstâncias tais, reprisando o poeta amazonense: “Faz escuro, mas eu canto”5, devemos levantar a cabeça e correr perseverantemente. Afinal, são os embates da jornada que nos enrijecem, da mesma maneira como os ventos fortes enrijecem o bambu e a palmeira.
“Corramos, pois, perseverantemente, sem olhar nem para a direita e nem para a esquerda, mas com os olhos fixos no alvo, no prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”6.
Perseverar sempre. Parar, desistir, nunca. Correr perseverantemente tendo Cristo como alvo, eis o segredo.