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Curado de câncer de próstata, Pr. Hermes Pereira Brito fala sobre a experiência e alerta homens quanto ao cuidado com a saúde

Diretor Jurídico da Convenção Geral relata como foi o diagnóstico da doença e reforça: “Ninguém perde a masculinidade por realizar exames preventivos contra o câncer de próstata, mas é possível perder a masculinidade e até a vida, por falta de cuidado médico.”

Quando foi presidente da Convenção Geral das Igrejas Adventistas da Promessa, o Pr. Hermes Pereira Brito, na Gestão 2016-2019, enfrentou um câncer de próstata (em 2017), que, através de exames periódicos, indicou-lhe a necessidade de uma cirurgia. E foi tudo feito conforme os diagnósticos médicos detectaram, desde o tratamento até a cirurgia. A luta foi enfrentada com a confiança em Deus e a busca por tratamento médico. Veja o vídeo aqui:

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Agora, atual pastor na igreja em Jardim Tranquilidade, Guarulhos, e Diretor Jurídico da igreja, Pr. Hermes foi convidado pelo Promesistas.org, neste Novembro Azul – que visa conscientizar sobre a prevenção do câncer de próstata –, a falar sobre a importância do cuidado e relata também como foram aqueles períodos de luta contra a doença e reforça aos homens a importância de manterem os exames e a saúde em dia.

Foto: Facebook/Reprodução.

Promessistas.org:

1. Pr. Hermes, como foi descobrir um câncer de próstata? O que o senhor sentiu diante do diagnóstico?

RESPOSTA: Sinceramente, foi uma grande surpresa! Nunca estamos esperando um diagnóstico desses. Ademais, eu sempre fui muito cuidadoso em relação aos meus exames de saúde, de modo que procurava realizá-los anualmente, desde os meus 36 anos de vida. 15 para 16 anos depois, fui surpreendido com o diagnóstico de um câncer agressivo. Ao ouvir a notícia do médico, por uma fração de segundos, minha mente fez um retrospecto de minha vida. Penso que não durou nem um minuto.

Então, lembrei que Jesus é Senhor de minha vida e, naquele momento, pedi a Deus que usasse aquele câncer para a glória do nome dele, independentemente de eu permanecer vivo ou morrer. Enfim, a surpresa da notícia me assustou, sim, por alguns segundos, depois me alegrei na certeza de que nosso Senhor seria, de alguma forma, glorificado com aquela enfermidade.

 

2. Alguém pode questionar: se o senhor mantinha todos os exames em dia, por que desenvolveu a doença? Qual foi a importância de manter os cuidados em dia, mesmo diante da detecção do câncer?

RESPOSTA: Essa pergunta é muito boa, pois acredito que realmente muitos são levados por esse pensamento e deixam de fazer seus exames regulares.  As campanhas de saúde pública normalmente sugerem que os exames preventivos contra o câncer de próstata devem ser iniciados a partir dos 40 anos, mas vejo dois problemas nessa notificação. O primeiro diz respeito à expressão “exames preventivos”, pois permite a interpretação equivocada de que, por ser preventivo, vai inibir a ocorrência desse tipo de câncer.

O segundo problema que enxergo nessas campanhas está na impressão de que os exames devem ter início aos 40 anos. Em termos práticos e em se tratando de prevenção, muitos fatores precisam ser considerados, tais como: estilo de vida, alimentação, prática regular de exercícios físicos e boa qualidade de sono. Associam-se a isso eventual histórico familiar e até mesmo maior incidência do câncer de próstata entre os negros.

Posto tudo isto, vem a necessidade de exames periódicos, que embora não tenham o condão de inibir o surgimento do foco infeccioso, conseguem detectá-lo no nascedouro. Note que o câncer de próstata é, estatisticamente, o que mais mata homens, mas, curiosamente, é também o de melhor cura, desde que detectado no início do foco infeccioso.

Portanto, fica evidente que o acompanhamento sistemático é o essencial para que o foco infeccioso não cresça antes de ser descoberto. Por fim, então, eu diria a quem nos lê que não espere “sentir algum sintoma”, pois eu mesmo nunca senti nenhum dos sintomas descritos na literatura médica sobre esse tipo de câncer que sofri.

 

3. Vimos muitos cristãos questionando o valor da vacinação no combate à Covid-19, mesmo com os resultados significativos da imunização; em sua avaliação, quando um homem deixa de ir ao médico para se cuidar e prevenir do câncer e outras enfermidades, ele não está indo contra a ordem de cuidar do corpo, que é o templo de Deus?

RESPOSTA: Vamos pensar objetivamente com vistas, principalmente, em um princípio bíblico exarado em dois textos sagrados. Na primeira parte de 1 Timóteo 4:16a e em Efésios 5:15, verificamos que o cristão precisa cuidar de si mesmo de maneira muito prudente. Quando agregamos isto à informação de que somos o templo de Deus, nossa responsabilidade cresce um pouco mais. Sabemos com sobra que os médicos e os recursos da medicina também atuam como agentes divinos para o nosso bem e que recusar o tratamento beira ao pecado, segundo minha modesta maneira de compreender este tema.

Foto: Promessistas.org

4. Qual o papel da fé em Cristo, no momento do diagnóstico, da cirurgia e do pós-operatório?

RESPOSTA: Durante um tempo da vida, tentei encontrar um conceito para fé, mas todos os meus esforços foram frustrados pela limitação humana em relação às coisas de nosso Deus. Meu coração foi apaziguado ao tirar os olhos da conceituação e mirar no Deus que é a razão de toda a fé. Quando fazemos isso, podemos nos expressar como o apóstolo Paulo, que foi ao ponto de afirmar que ele mesmo não vivia mais, mas Cristo vivia nele, de modo que, quer morresse, quer vivesse, o nosso Senhor seria glorificado nele.

Compreendo que a fé em Cristo foi essencial, de modo que, como bem diz um amigo querido, não quero viver nem um dia mais do que aquele que for determinado por Deus, mas também não quero viver nenhum dia a menos do que foi estabelecido por Deus para a minha vida. Faço minha parte, na certeza de que Deus aproveitará tudo em minha vida, para a glória dele mesmo. Amo minha esposa, meus filhos, nossos familiares, e todos eles sabem disso; contudo, cada um deles sabe também que, quando eu morrer, Deus estará com eles e os consolará.

5. Deixe uma mensagem aos homens sobre a importância de cuidarem da saúde, não só no Novembro Azul, mas no ano todo.

RESPOSTA: Um ano desses, fui convidado para uma palestra com homens de uma de nossas igrejas, numa das tardes de sábado daquele Novembro Azul e foi muito interessante. O ambiente estava lotado de homens que mal me deixavam falar, tamanha a quantidade de ironias sobre o assunto. Este é um problema muito sério, pois muitos homens têm tanto medo de tratamentos médicos que camuflam esse medo com um suposto capricho machista.

Não precisa ter medo. Ninguém perde a masculinidade por realizar exames preventivos contra o câncer de próstata, mas é possível perder a masculinidade e até a vida, por falta de cuidado médico. Infelizmente, muitos de nós conhecemos ou já ouvimos falar de algum homem que era muito saudável, nunca ia ao médico, mas, de repente, morreu ou foi diagnosticado com câncer já em fase de metástase, sem chance de tratamento. Sejamos prudentes e cuidadosos conosco mesmos e com a doutrina. Que o nome de Cristo seja glorificado, eternamente!

 

Por: Ministério de Comunicação.

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