Skip to content

22 de julho – Dia do Pastor

Nossa homenagem a todos que conduzem as ovelhas de Cristo
“O Senhor é meu pastor, de nada terei falta”

Confidências de um pastor
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós”. (II Coríntios 4:7)
O que leva uma pessoa a sentir um fogo que arde em seus ossos, estremece seu coração, molha suas mãos e, surpreendentemente, ainda chora de amor pelas vidas sem salvação? O que dizer de homens que todos os dias lidam com a vida, com a morte, recebem crianças, realizam casamentos, sepultam seus amados, visitam ricos e pobres, aconselham, oram por todos e aprendem a se identificar com o povo ao qual Deus os enviou para servir? Que vocação é esta que em uma mão leva a palavra de Deus enquanto na outra levam os fardos, os sofrimentos, as angústias e esperanças das pessoas?
É interessante verificarmos o relato do apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos 1:1: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho”. Convêm destacar ainda que em Gálatas 1: 15, ele descreve: “Deus, que desde o ventre da minha mãe, me separou e me chamou pela sua graça”.
Nota-se, através destas passagens bíblicas, que o apóstolo Paulo era definitivamente controlado por uma vocação mais forte do que sua própria vontade. Ele se sentia como sendo enviado por uma autoridade para uma missão extremamente importante que ele destaca em I Coríntios 1: 23: “mas nós pregamos a Cristo crucificado” e nos chama à responsabilidade, alertando: “…. lancei o fundamento como prudente construtor, e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”. (I Co 3:10-11).
No ministério pastoral deste servo de Deus, fica notório que ele só recebia ordens de Deus. Deixa claro quando relata: “nós não somos como muitas pessoas que entregam a mensagem de Deus como se estivesse fazendo um negócio qualquer. Pelo contrário, foi Deus que nos enviou, e por isso anunciamos a sua mensagem com sinceridade, na presença dele, como mensageiros de Deus” (II Co. 2:17 BLH).
A luta na pregação das boas novas sobre o Reino de Deus deixou marcas profundas no seu ministério. A Igreja de Corinto rejeitou sua liderança, zombou de suas mensagens, rejeitou sua aparência física e percebe-se que o apóstolo sofria: “…preocupado, triste e derramando muitas lágrimas.” (II Co 2: 4 BLH).
Confidencia muitos momentos de sofrimentos físicos correndo perigo de vida nos rios, nas estradas, na cidade, no deserto, entre falsos irmãos, em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes em fome e sede, em jejuns, muitas vezes em frio e nudez (II Co. 11: 23 -27) e ainda expressa a angústia psicológica que cada pastor conhece: “ a preocupação com todas as igrejas” (v.28).
O apóstolo entende a complexidade deste chamado e se alegra por compreender que a vocação ministerial oferece a glória de trabalhar com o tesouro inestimável do evangelho a pessoas de infinito valor por quem Cristo morreu, quando relata: ” Temos porém , este tesouro em vasos de barros, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (II Co4:7). Por isso completa nos versículos 8-10 que, mesmo com “os fardos”, existe lugar para alegria e esperança: “ em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos, levando em nosso corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo”.
O que percebemos é a graça de Deus. Caros pastores vocês foram chamados para trabalhar para Deus e lidar com questões santas e eternas todos os dias de suas vidas, consciente de que são vasos humanos, pecadores e falíveis. Receberam exatamente o mesmo tesouro, feito exatamente do mesmo material: o povo de Deus – a Igreja de Cristo.
Pastores, Deus faz a obra infinita do céu por meio de vocês. O ministério pastoral de Paulo e de vocês nos dias atuais é uma combinação de sofrimento e alegrias. E embora a vocação exija de vocês que trabalhem e dêem o melhor que têm para oferecer a Deus e a Igreja de Cristo, vocês devem ter a percepção de que vocês não são o Espírito Santo. A tarefa dos senhores não é convencer as pessoas do pecado e nem transformar suas vidas. O papel é ser testemunha fiel da verdade do evangelho anunciando o Cristo crucificado e deixar os resultados para a operação do Espírito Santo de Deus. A responsabilidade confiada a cada um sobre a Igreja de Cristo continua, mas não tente lutar com as pessoas nem manipulá-las para fazer as coisas certas.
Se você anda triste, desanimado ou cansado, lembre-se que o céu explode de alegres cânticos quando um pecador se arrepende. Seja numa igreja grande ou pequena, o seu trabalho é anunciar a mensagem da cruz e o conteúdo do que é pregado salvará “os que crêem” no Cristo crucificado. Viver a vocação de maneira responsável é aprender aceitar que a luta e o sofrimento são reais, porque a luta não é carnal, e sim espiritual; mas o triunfo do evangelho existe, não perca isso de visto.
Departamento Ministerial – Convenção Geral

Notícias