A palavra é divina e eterna, o homem de paz e de boa vontade, sempre a diz no momento certo
Recentemente, em uma aldeia próxima da cidade onde moro, Douradina (MS), um assassinato quebrou a rotina de tranquilidade local. Geralmente o que ocupa as páginas policiais de nosso jornal não vai além de brigas entre bêbados e desocupados. Mas naquele dia as frases que se ouviam eram do tipo: – Você soube do que aconteceu?- Quem diria?- Pobre homem. Alguns se exaltavam, pedindo justiça, outros rangiam os dentes e cerravam os punhos. Todos estavam se referindo a um ex-policial que foi amarrado, pés e mãos e, lentamente, agredido, torturado e morto por índios.
Quando a poeira baixou, e o sangue exibido na grama, foi lavado pela chuva, se descobriu o motivo de tanta fúria. Pasmem, faltou diálogo. A vítima morava em área indígena e seus encontros eram marcados por queixas e acusações, não havia sinal de diálogo. Com mágoas no coração, e sem tratamento, o previsível aconteceu, entraram em aberto confronto. O maior em força (não em razão) prevaleceu sobre o menor. Chama a atenção, um vídeo registrando os momentos finais do lamentável confronto. Nele se pode ouvir a vítima clamar: – Vamos conversar! – Parem com isso! – Nós somos amigos! – Vamos conversar! Tarde demais, a ofensa consumiu a sanidade.
Este episódio me faz lembrar de tantas outras relações que acontecem e se encerram igualmente em mágoas, mortes e culpados, simplesmente porque o diálogo é desprezado, porque queremos fazer prevalecer a todo e qualquer custo que estamos certos, e, se de fato certos estamos, nos damos ao direito à intolerância.
Na defesa de opinião, todos queremos vencer, e às vezes, o fazemos sem a mínima ponderação. Quando abrimos mão do diálogo, provocamos uma reação e relação de ofensa, e a propósito, em se tratando de ofensa, ela acontece, na maioria das vezes, contra aqueles os quais conhecemos o suficiente para magoarmos.
A ofensa se instala e fertiliza no terreno das emoções. Por essa razão é fundamental saber dialogar. Ou seja, temos que saber ouvir, para não trocarmos os ouvidos pela boca. Saber falar, para não trocarmos a boca pelos cotovelos, pois o resultado dessa inversão ofensiva, não se surpreenda, será uma amizade desfeita, um relacionamento rompido, e como no caso acima, uma relação torturante. O pior é que a distância entre ofendidos pode ser de poucos metros, poucas paredes ou algumas cadeiras. O ofendido mora, ou até mesmo, senta-se ao lado.
Morrendo o diálogo, restará apenas o mortal silêncio da culpa e o gemido da vítima. Lembremos: sempre haverá alguém do outro lado de nossas palavras. Elas revelarão um genial, ou infernal, jeito de sermos. Todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (Tiago. 1:19b).
Em nossas relações interpessoais, devemos praticar a palavra de Deus. Falar sempre palavras que abençoam e edificam. Palavras que criam expectativas e geram sonhos. A palavra é divina e eterna, o homem de paz e de boa vontade, sempre a diz no momento certo. Antes de tudo, havia a palavra, a palavra presente em Deus, Deus presente na palavra. A Palavra era Deus, desde o princípio, a disposição de Deus. (João 1:1-2).
Deus é o autor da palavra e do diálogo. Jesus nos ensinou a abrir um diálogo com o Pai, assim: “Pai nosso, que estás nos céus! Venha o teu reino…, perdoai-nos as nossas ofensas assim como temos perdoado os que nos têm ofendido”…
Viva o diálogo, ele é um excelente caminho na estrada de nossas conversações!
Ismael Pinto Narcizo é pastor da Igreja Adventista da Promessa em Douradina (MS)
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