Vocação é quando todas as outras portas estão abertas, mas você só anseia entrar pela porta do ministério
Era o primeiro dia do curso técnico na área de Administração. O professor, para quebrar o gelo, inicia uma dinâmica onde todos deveriam se apresentar dizendo seu nome e sua profissão. “Meu nome é Augusto e sou contador, meu nome é Jairo e sou gerente de um hotel, meu nome é Marta e trabalho com vendas, sou o Fabio e gerencio uma transportadora…” . Era um grupo de pessoas das mais diversas áreas de trabalhos. Depois da apresentação de alguns chegou a minha vez, senti algo que nunca tinha sentido até então, algo que deixaria uma marca graciosa em meu ministério. Levantei-me da cadeira disse meu nome e acrescentei: “Sou pastor e apascento as ovelhas de Cristo.”
Percebi uma mudança nos olhares de alguns, a princípio não consegui decifrar o que aqueles olhares queriam dizer, mas a verdade é que em meu coração sentia a maravilhosa graça de ser chamado por Deus para apascentar suas ovelhas, seu rebanho. Pude entender então o sentimento de Paulo quando se apresentou aos Romanos no capítulo um de sua carta “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus… Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome, entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo”. (Rm 1:1,5-6).
A palavra servo que Paulo usa é no original grego Doulos, significa escravo. Paulo era um escravo de Cristo por amor, se considerava propriedade de Cristo e completamente sob seu controle. No império romano havia uma lei que obrigava o escravo a estar à mercê absoluta de seu amo, para a vida ou para a morte, estava sujeito ao menor capricho de seu dono. Assim era com Paulo, não havia separação entre ele e Jesus, os dois eram um, a personalidade, o caráter de seu senhor estavam gravadosem Paulo. Uma vez que Jesus o havia comprado com seu sangue e o havia redimido da escravidão do pecado e de seu farisaísmo, agora livre do poder do pecado, era um escravo da justiça (Rm 6:18).
A vocação para o pastorado é a mais sublime de todas as vocações. John Jowett declara em seu livro “O pregador, sua vida e sua obra” que vocação é quando todas as outras portas estão abertas, mas você só anseia entrar pela porta do ministério. São algemas invisíveis.
Somos chamados por Cristo, separados para o evangelho, não somos na verdade voluntários, somos chamados por Cristo. Não encontramos nosso ministério por aí, mas o recebemos de Cristo, por isso nossa motivação não pode estar em ganhos, bens ou vantagens desse mundo, mas sim em cumprir o propósito de Deus que é cuidar, amar e guiar o seu povo com conhecimento e discernimento. “E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos guiarão com conhecimento e discernimento” (Jr 3.15).
Tenho amigos médicos, advogados, empresários, professores e eles têm um amigo pastor.
Pr. Arimateia de Oliveira Costa é superintendente da Convenção Goiás da IAP e integra a equipe do Departamento Ministerial da Convenção Geral.
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