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Família, a solução perfeita para uma sociedade imperfeita

Uma verdade irrefutável é que sempre que alteramos a ordem natural das coisas, há consequências
Quem já não ouviu o velho e batido jargão: “A família é a célula-mater da sociedade”?. Há quem diga que hoje essa frase soa arcaica e sem significado. Vivemos dias em que a expressão família não reflete mais a imagem de propaganda de margarina: pai amoroso, mãe dedicada e filhos lindos e educados em volta de uma mesa, partilhando o café da manhã.
Dados do último censo do IBGE demonstram que os divórcios aumentaram em 20% na última década, e, somente em 2010, cresceram 36,8% em relação a 2009, havendo também significativo aumento as uniões informais (www.ibge.gov.br). Isso tem refletido em novas configurações de família, que incluem: crianças que não sabem quem é seu pai, mães que não sabem quem é o pai de seus filhos, filhos criados por duas mães ou dois pais, famílias com filhos de diferentes pais e mães, dentre outras possibilidades.
Como sociedade, podemos nos adaptar, mas não é possível evitar as consequências desta nova realidade. Pergunte a uma criança pré-escolar quais as consequências da poluição, de comer salgadinhos e doces e do hábito de fumar, e ela lhe explicará como desrespeitar a natureza, alimenta-se mal e ter maus hábitos traz consequências. Até uma criança sabe a verdade irrefutável, que sempre que alteramos a ordem natural das coisas, há consequências.
Embora a filosofia de vida do século XXI tente nos convencer de que “o importante é ser feliz”, independente do custo para os outros, as consequências da busca de satisfação a qualquer preço são visíveis em nossa sociedade: jovens nascidos em berço esplêndido se divertindo ao incendiar mendigos, se degradando na violência e nos vícios; adultos com carreiras invejáveis adoecendo mentalmente, perdidos numa vida vazia de alegria e de significado; mulheres bonitas e independentes, dispondo de seu corpo como objeto por uma migalha de atenção; crianças e adolescentes com depressão, à beira do suicídio. Mais perto do que imaginamos, há instituições abarrotadas de crianças abandonadas, presídios cheios de filhos que nunca conheceram seus pais, de mães que trocaram seus filhos por homens ou por drogas. Muitas destas coisas poderiam ser evitadas se as pessoas não ignorassem o papel de procriação, de afeto e de transmissão de valores para o qual Deus constituiu a família.
Nós, cristãos, sabemos que sempre que desprezamos a Lei de Deus ou ignoramos o projeto dele para os relacionamentos, para o casamento e para a vida em família, há consequências, como em qualquer área da vida. Infelizmente, isso não tem impedido que a Igreja sofra com inúmeros problemas na área familiar. Alguns são difíceis de evitar, mas para todos a prevenção e cura provêm da obediência à Palavra de Deus.
Vale lembrar do alerta de que “…tudo que o homem semear isto também ceifará” (Gálatas 6:7b). Os solteiros precisam perceber que o comportamento durante o namoro e as escolhas afetivas que fazem determinam o tipo de relacionamento conjugal e de família que construirão. Os casados devem acordar para o fato de que os compromissos assumidos diante de Deus no dia do seu casamento não deixam de valer com a passagem do tempo ou conforme as circunstâncias e interesses. Filhos devem entender que ter uma vida longa e feliz depende do respeito a pais.
O que é errado não deixa de ser errado simplesmente porque se tornou comum! Se nossa realidade não é a do comercial de margarina, precisamos acolher com amor os frutos dessa nova realidade, mas sem perder de vista que a forma perfeita como Deus planejou e constituiu a família ainda é a melhor solução para uma sociedade imperfeita.
Romi Campos Schneider de Aquino, psicóloga, é diaconisa na IAP em Curitiba (PR).

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