O Filho se torna o Pai; e o Pai, se torna o Filho
Há menos de um ano sou pai, 11 meses de pura felicidade, bondade e noites mal dormidas adentraram nossa vida. As três melhores coisas no mundo quando vêm acompanhadas de um filho. No dia 2 de setembro de 2017, o Théo nasceu, trazendo um novo sentido pra minha vida e de toda minha família. Quem diria que os cabelos brancos do Ed, meu pai, seriam tão precisos? Que todo o carinho da dona Rê, minha mãe, seria cirúrgico? Eu (rs)!
Sempre tive como herói meu pai – haja vista a montagem que fiz pra ele alguns anos atrás. Tanto que, quando pequeno, sempre falei que me casaria aos 25 anos, como ele. Cresci, amadureci e me esqueci completamente desta obrigação. E não é que, com 25 anos eu me casei? Foi no momento do casamento que eu vi toda a responsabilidade que meu pai tinha como marido, provedor e pastor da casa, afinal, dali em diante, era comigo.
Depois de um ano e meio, veio o Théo (Theleco para os íntimos). E acredite se quiser, eu nasci exatamente no mesmo tempo de casados dos meus pais ou seja, depois de um ano e meio. Quando eu me dei conta disso, pensei: “estou mantendo o padrão do meu pai”, e com muito orgulho.
Mas e agora? Dali em diante era o Théo que tinha que resolver fazer as coisas como o pai dele. E não é que esse menino resolveu me imitar? Assim como eu, aos seis meses ficou em pé. Como eu, é um menino que não para, que sempre está em movimento e querendo fazer algo. Para alguns, é a minha cara (rs). Se você é pai, sabe que ter um filho parecido com a gente nos enche de alegria. Meu pensamento é: “será que ele vai me admirar como eu admirava meu pai?” Espero que no futuro ele diga “sim”.
O Théo tem a vida toda pela frente. Em algumas coisas irá se parecer comigo, em outras com a minha esposa, a Tau. Mas será que ele terá orgulho de mim e me verá como espelho?
No filme “Superman Returns”, de 2006, Kal-El tem um filho com Lois Lane e, num dado momento, ele diz a frase do título: “o filho se torna o pai; e o pai, se torna o filho”. Quando ouvi isso no cinema me vieram muitos pensamentos. Como a herança que meu pai deixará quando chegar o momento dele tirar o time de campo. Como as coisas em que me espelhava em meu pai. Como a responsabilidade que terei de cuidar dele e ajudá-lo, quando ele envelhecer.
Mas, um outro pensamento naquele dia me veio à cabeça: o momento da crucificação de Jesus. Naquele momento, Deus, o Pai, chorou, e lamentou por demais a morte do Filho. Por sua vez, o Filho cumpriu sua missão. Mais importante, ambos, Pai e Filho, choraram e cumpriram a missão pois, enquanto agem de forma separados – Pai, Filho e Espírito Santo – também são um. A missão de um era a missão de todos.
Quando penso nessa singularidade da Triunidade, lembro da missão que Cristo tinha e do seu exemplo para nós, seus discípulos.
Neste dia dos Pais relembre deste chamado que todo cristão tem, a começar em casa, sendo um bom pai, e espalhando essa boa-nova para onde quer que você for.
Feliz dia dos pais! Feliz dia do Pai!
Matheus Longo Mendes é publicitário, congrega na IAP do Parque (Campinas, SP) e lidera a Base J (ministério de jovens).