Leia o artigo do Pr. João Augusto da Silveira (in memorian)
Muitíssimos esforços vêm sendo empregados para se descobrir o meio mais eficaz de se agregar novas pessoas as igrejas, e conservar nelas os seus fiéis, mediante variados métodos, assim como: congressos, festas, passeios e coisas do tipo, substituindo, em boa parte, na igreja, as atuações do Espírito Santo, tal como lemos em Atos dos Apóstolos. Algumas igrejas realizam programas tão sabiamente redigidos e sistematicamente praticados, de forma a deixar boquiaberto todas as rainhas da Etiópia (1 Rs 10:5-6), que não deixam uma oportunidade para o Espírito de Deus operar a Sua parte.
Ainda outras põem seus fiéis em rigorosa disciplina do corpo, que o apóstolo Paulo não lhes nega que há algo que “aparenta” piedade e sabedoria em disciplina do corpo, e que consiste em não tocar nisso ou manusear aquilo que, para eles, é um grande pecado, mas o apóstolo diz: “Que não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Cl 2:20-21).
Se o manjar, criado por Deus para os fiéis, ainda o mais delicioso e limpo, for tomado no sentido de melhorar o coração, o praticante está perdendo o seu precioso tempo para consegui-lo. Diz o apóstolo: “… não é a comida que nos recomendará a Deus; pois não ficaremos piores se não comermos, nem melhores se comermos” (1 Co 8:8). Jesus disse que o que comemos não vai ao coração (Mt 15:17-18). O coração realmente precisa de fortificante espiritual, mas esse não é, de modo algum, extraído dos alimentos que saboreamos. No passado, houve quem praticou isso, nesse sentido, mas nenhuma mudança experimentou no seu coração. Por quê? “… pois é bom que o coração seja fortificado pela graça, e não por alimentos” (Hb 13:9).
Nada alcançaremos sem a fé, nada a predecerá que nos habilite a receber os inefáveis dons da graça. Foi esse e outros pontos fracos que levaram alguns judeus com todo o seu zelo cego a rejeitarem o Salvador Jesus (Rm 10:1-4) e que deu imenso trabalho aos apóstolos no combate às suas investidas no meio das igrejas gentílicas (At 15:1; Gl 3:1-2).
Dogmas, ritos e ordenanças não satisfazem os anelos de um coração quebrantado e contrito. Ouçamos mais uma vez o apóstolo Paulo no tocante a estas práticas, que na igreja cristã primitiva não encontrou guarida: “Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2:20-23).
O Batismo no Espírito Santo, essa indispensável virtude prometida e dada para a igreja cristã, jamais será recebido, senão pela única base, a fé. Ele continua sendo um dos dons da graça e não uma honra ao mérito (At 2:33).
Eis aqui a verdade no tocante ao avivamento de que precisa a igreja, em que consiste e da maneira como recebê-lo. Não esqueça o caro leitor que o corpo sem o Espírito está morto! Pelo que diz: “Desperta tu que dormes e levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá” (Ef 5:14); “Porque o reino de Deus não consiste em comidas e nem bebidas, mas em justiça, paz e gozo no Espírito Santo” (Rm 14:17”.
Vem visita a tua igreja,
Oh! Bendito Salvador!
Sem tua graça, ela murcha
Ficará, e sem vigor
Vivifica, vivifica,
Nossas almas, Oh! Senhor.
*(Texto extraído de “O Restaurador”, nº 53, de Março de 1945, p. 1).
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