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Jonas e o grande peixe

Será que precisamos de uma “Baleia Azul” para acordar?

Hipoteticamente, imagine um jovem que já não recebe mais o carinho do pai e da mãe. É um rapaz que já não acredita mais em seus amigos, pois eles o abandonam e só o buscam quando precisam. Esse jovem não recebe apoio na igreja que frequenta. Porém, no meio de uma crise existencial gigantesca e, mergulhado numa situação como esta, surge uma suposta solução. Aparece algo que, aparentemente, pode suprir este vazio: neste mar de decepções e desilusão, desponta uma “baleia azul”.
Tenho certeza que, nas últimas semanas, você ouviu falar muito nesta “baleia azul”. Este jogo surgiu na Rússia e tem levado pessoas ao suicídio, sobretudo jovens e adolescentes. A proposta é que os jogadores cumpram 50 desafios, sendo que o último deles é cometer o suicídio. De acordo com a imprensa, já houve vários casos de vítimas do jogo, aqui no Brasil.
Quando li a respeito deste jogo fiquei pensando numa história muito famosa da Bíblia Sagrada. Após ser chamado por Deus para ir pregar em Nínive, Jonas tenta fugir da presença de Deus e pega um navio sentido à cidade de Társis. Mas no meio do caminho, uma grande tempestade sobrevém sobre a embarcação e os tripulantes ficam com medo. Diante disso, eles começam a se questionar porque uma grande tempestade estava os afligindo até que Jonas lhes conta que estava fugindo de Deus. Ao saberem disso, lançam Jonas no mar.
Ao ser jogado no mar, Deus envia um grande peixe que engole Jonas e o leva até a cidade de Nínive. Não sabemos ao certo se este grande peixe era realmente uma baleia, pois a Bíblia diz apenas sobre um peixe muito grande. Contudo, o fato é que Jonas, dentro da baleia, se deparou com um grande desafio. Agora ele repensa sobre tudo o que havia feito, sobre sua rebeldia perante Deus. Mas acima de tudo, este encontro com o grande peixe o fez perceber o quanto estava longe de Deus.
Diante disso, penso que estes jovens, que estão jogando “Baleia Azul” estão tentando, de alguma forma, fugir de suas realidades, fugir de suas famílias que não lhes dá atenção, dos seus círculos de amizades que não os acolhem. Ou talvez estejam fugindo de si mesmos, pois não conseguem enxergar Deus. Qual o nosso papel como cristãos, à vista disso? Nossa função é mostrar Jesus a essas pessoas.
Enquanto vemos nossos jovens morrendo “na boca” da “Baleia Azul”, podíamos estar mostrando Jesus, o único capaz de trazer sentido pra vida. De acordo com pesquisas, os jovens têm perdido a fé de uma maneira assustadora, e na busca de algo que lhes dê sentido e satisfação, esta juventude se entrega a tudo que este mundo oferece. No entanto, após perceberem que nada disso faz sentido, então eles se recolhem.
Recolhem-se em seus quartos escuros, como se fosse um cais em frente a um mar de solidão e desespero. E ali lançam suas vidas ao mar para serem abocanhados pelas “baleias azuis”. Basta um clique na tela do celular para que eles sejam apanhados e tenham suas vidas completamente falidas. Basta um descuido por parte dos jovens, uma falta de atenção por parte dos pais. É apenas isso que basta para que esta juventude tenha sua vida interrompida.
Jonas teve de se deparar com um grande peixe, para que um filme passasse em sua mente e ele então percebesse o quão longe estava de Deus. Será que precisamos esperar que nossos filhos, irmãos ou amigos se deparem com a “Baleia Azul” para perceber isso? Claro que não. Hoje, em momento oportuno ou não, falemos de Deus para os nossos jovens.
Fico triste ao ver dentro de muitas igrejas jovens distantes de Deus. Eles frequentam os cultos, cantam e tocam no grupo de louvor, mas seus corações estão longe, muito longe de Deus.
Se você é jovem, fale de Cristo nos seus círculos de amizade. Deus pode usar você para salvar vidas que, muitas vezes, estão indo em direção à alguma “Baleia Azul”. Diante de tudo isso, eu me questiono: Jonas já teve seu grande peixe, será que precisamos de uma baleia?! Definitivamente, não!

Lucas Timóteo Moraes, seminarista pela Convenção Paranaense, é estudante de teologia no Centro de Estudos Teológicos Adventista da Promessa (CETAP).

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