Jesus nos ampara e providencia socorro, como fez colocando uma moeda na boca de um peixe .
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E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as dracmas e disseram: O vosso mestre não paga as dracmas? Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios? Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos. Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti. (Mt 7: 24-27).
As cobranças fazem parte do curso natural da vida. Desde o nascimento até a morte, os seres humanos convivem com algum tipo de cobrança. No dia do nascimento, a criança é “cobrada” pelo esforço físico da mãe e ações dos médicos para sair do ventre. Com o passar do tempo, a criança é cobrada, ainda que de forma dócil e carinhosa, para andar e falar. Na adolescência, o ser humano é cobrado a deixar suas atitudes infantis. No inicio da juventude, é cobrado para decidir–se acadêmica e profissionalmente.
Posteriormente é cobrado para acertar na formação da família. Quando responsável por uma família, é cobrado na maneira como educará os filhos.
Diante de exemplos como esses, percebemos que a vida é cheia de cobranças. Não há como evitá-las. No entanto é preciso destacar que a maneira como reagimos às cobranças determina se agradamos ou não a Deus. No texto escrito por Mateus, capítulo 24, Pedro é visto sendo questionado sobre o pagamento da didracma. Didracma era um imposto anual que todo judeu deveria pagar aos cofres do templo. Segundo o Teólogo Champlin, uma Didracma equivalia a duas drácmas. Esse valor era considerado alto para uma pessoa pobre. Pedro havia voltado para Cafarnaum acompanhado por Jesus e seus discípulos. Mas, ao deixar Jesus em casa e regressar à rua, o discípulo se viu sozinho diante da pressão imposta pelo coletor.
Às vezes temos a impressão de solidão diante das cobranças. Pedro se sentiu assim. Porém, ao chegar em casa, antes do apóstolo tecer qualquer comentário a respeito do incidente, Jesus toca no assunto pelo qual Pedro havia passado. Em sua onisciência, Jesus sabia exatamente que tipo de constrangimento seu pupilo havia passado. É preciso lembrar que quando somos cobrados, não estamos sozinhos, pois Jesus está nos observando atentamente. Quando as cobranças vierem e nos trouxerem constrangimentos e tristezas, confiemos em Jesus, que olha para nós, com olhar de ternura e cuidado.
Diante disso é preciso encarar as cobranças com maturidade. Quando encaramos as cobranças com maturidade, Deus providencia os meios para sermos vitoriosos, mesmo que para isso seja necessário a realização de um milagre. Às vezes ele atuará pelos meios naturais. Porém, quando esses meios não forem suficientes, seus milagres aparecerão em nossa vida. Na solução do problema resultante da cobrança, Pedro teria que pegar um anzol e pescar no mar de Cafarnaum. Não poderia ser uma rede e nem tampouco em outro mar. Sob as ordens de Jesus, o apóstolo encontraria, na boca do primeiro peixe pescado, um estater, moeda equivalente a duas didracmas, que serviria para pagar o seu imposto e o de Jesus. Nas cobranças da vida, é necessário seguir às orientações de Jesus. É preciso utilizar a ferramenta certa e ir ao lugar certo. A voz de Jesus sempre conduzirá à vitória diante das cobranças que nos sobrevém. Quando as cobranças vierem, lembremos que não estamos sozinhos. O nosso Mestre, mesmo que não percebamos, nos observa cuidadosamente. Ele dará as coordenadas que precisamos para lidarmos apropriadamente com todas as cobranças da vida.
Pr. José Wilbert Magalhães é vice-superintendente da Convenção Litoral e Leste Paulista.