Fomos perdoados de uma dívida impagável, portanto, precisamos viver para glória de Deus
Paul Earnhart, acertadamente comenta que a palavra “parábola”, a forma aportuguesada da palavra grega, parabole, vem de um verbo grego que significa “atirar para o lado”. Segundo ele, uma parábola é uma história que coloca uma coisa ao lado de outra com o propósito de ensinar. É uma comparação, colocando o conhecido ao lado do desconhecido. Jesus usou muito este método!
Gostaria que pensássemos num destes ensinos de Jesus. Ele contou uma parábola que, de alguma maneira, serve para ilustrar os efeitos da graça de Deus. A parábola se encontra em Mateus 18:21-35, e é sobre um rei que decidiu colocar em ordem as suas contas com os seus servos. Ao fazer isso, esse monarca se deparou com um servo que lhe devia uma soma de dinheiro impossível de se imaginar na economia da Palestina: dez mil talentos. Era muito dinheiro. Para ter uma idéia da dimensão da dívida, podemos compará-la com a informação de que Herodes Agripa ganhava um salário anual de 200 talentos. Pense, o homem mais poderoso daquela região ganhava 200 talentos anuais. O servo devia dez mil talentos!
Um talento era equivalente a seis mil denários. E o denário era o salário pago por um dia de trabalho do trabalhador comum. Para conseguir um talento, trabalhando seis dias por semana, um trabalhador comum (caso do moço da história) levaria 1000 semanas (algo em torno de 20 anos!). Ele devia 60 milhões de denários (10.000 x 6.000), ou seja, mesmo trabalhando a vida toda, ele nunca conseguiria pagar! Ele precisaria viver mais de 150 mil anos para pagar a dívida! Como ele conseguiu dever tanto? Não sabemos; o texto não entra nestes detalhes. Aliás, não é isso que é o mais importante. O que Jesus quis mostrar, com esta parábola, era que a dívida deste servo era impagável. Estamos diante de uma dívida humanamente impossível de ser paga, naquele contexto.
Tanto é verdade que o rei ordenou que o servo, sua esposa, filhos, e tudo o que ele tinha, deveria ser vendido para pagar a dívida. Foi aí que ele rogou paciência, dizendo que um dia pagaria a dívida. O rei sabia que seria impossível de acontecer. Mas, resolveu cancelar a dívida frente aos clamores do endividado. O rei o perdoou livremente. Pois bem, esse homem, recebedor de tamanha graça, não teve o seu coração afetado. Ao se deparar com alguém que lhe devia um valor muitíssimo menor, não teve piedade.
O credor do servo perdoado devia-lhe 100 denários, isto é, o valor referente a cem dias de trabalho. Ele o agarrou pela garganta e exigiu o pagamento imediato da dívida. Não teve a mínima compaixão e mandou-o para a prisão. Quando o credor original ficou sabendo, também cancelou o perdão e o mandou o servo para prisão. Shedd diz que a “ironia desta história, não deve, de maneira alguma, nos desviar da seriedade da questão. Quando Deus cancela a dívida de nossos pecados, que obrigação temos nós, os afortunados recipientes da graça ilimitada de Deus?”. Nós fomos alvos do grande amor de Deus, como não viver para agradá-lo? Como usar esta graça que custou caro para Deus, como desculpa para viver dissolutamente? Sob a ótica da graça, a obediência é vista como uma resposta amável à salvação providenciada por Jesus Cristo.
Nós fomos alvos da graça e, por isso, precisamos viver para glória de Deus. Precisamos viver de maneira agradecida por tão grande salvação e tão grande preço pago por nossa libertação, e recebida de graça por nós. Como não atender às leis deste Deus? Como não viver para ele? Como disse Paulo: O amor de Cristo nos constrange… (2 Co 5:14). O amor não nos obriga, não nos força, ele nos constrange, isto é, nos impele. Impele-nos a que? A viver para Cristo (v. 15). Não é o medo das consequências, nem o desejo de ser recompensado, a força motriz da vida de Paulo é o amor de Cristo. O que Deus fez por nós, em Cristo, deve ser a fonte de sustentação e motivação constante da nossa vida cristã. É assim que a graça, que se manifestou salvadora, nos ensina a viver, dia-a-dia.
Pr. Eleilton Willian de Souza Freitas congrega na IAP em Vila Maria (SP) e é colaborador do Departamento de Educação Cristã (DEC).
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