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Nossos filhos e nossas mudanças

Mantenha sempre o diálogo aberto e dê tempo a eles para a adaptação

Ao longo destes 27 anos de vida ministerial passei por algumas igrejas, cidades e um estado diferente. Para nós, apesar do muito trabalho com o “desfazer uma casa e faze-la em outro lugar”, sempre foi motivador, pois sabíamos que Deus estava nos direcionando. Temos três filhos e recordo-me, quando pequenos, nos acompanharam com alegria e curiosidade. Já em outro momento, adolescentes, preferiram ficar na mesma igreja dos amigos, o que pareceu-nos estranho no início, mas concordamos em deixá-los livres para servir a Deus com inteireza de coração. Estar conosco não significava “estar com Deus”.
Nossos filhos por vezes sofrem com as nossas mudanças de casa, cidade, as rotinas são modificadas, seus amigos deixados para trás. Eles se deparam com o desafio de começar tudo de novo, onde terão que adaptarem-se ao novo contexto e fazer um novo círculo social. Isto não é uma tarefa fácil para eles e nós precisamos ajudá-los.
Gostaria de mencionar alguns passos importantes, segundo minha vivência, para facilitar este momento da vida de nossos filhos.

  1. Mantenha sempre o diálogo aberto.
    Conversar sobre a mudança com detalhes, expor o plano da família para o “novo momento”.
  2. Planejem juntos a nova rotina.
    Procure ouvir os seus filhos, fale sobre as possibilidades de locais para o estudo, lazer, convívio social. Deixe que se manifestem e verifique com carinho suas sugestões.
  3. Dê tempo para a adaptação. Não exija de seus filhos atitudes “prontas” diante do novo. Algumas personalidades precisam de mais tempo para se adaptar ao novo e dependendo da faixa etária em que se encontram precisaram de um tempo maior.
  4. Dedique-se a acompanhá-los neste processo. Eles precisarão de atenção e de espaço para se manifestarem à medida que se confrontarem com algumas novidades em sua nova vida. Será preciso ouvi-los com carinho (sem críticas), esclarecer onde houver dúvidas e dar apoio no que for preciso.
  5. Esteja atenta.
    Algumas mudanças afetam o comportamento de nossos filhos, em alguns casos causam desequilíbrio emocional e podem trazer enfermidades (somatização).
    Mudanças causam insegurança, ansiedade e precisamos ser o “porto seguro” de nossos filhos neste início de caminho.
  6. Não se ocupe demasiadamente com suas diversas tarefas ministeriais. Dedique-se a fazer com que os seus filhos tenham um período de adaptação saudável e tranquilo.

Para finalizar a minha experiência do primeiro parágrafo, em nosso último ministério assumimos a igreja em uma cidade, morávamos em outra próxima. Meus 2 filhos mais novos (21 e 23 anos) permaneceram em suas igrejas onde continuaram a trabalhar e foram liderados por outros pastores.
Hoje casados, homens de Deus e dedicados, o mais velho seguiu conosco nas igrejas que passamos até quando ele foi morar nos Estados Unidos.
Não existem mágicas…
No mais (ou tudo), é oração, oração e oração.

Miss. Ilma Farias de Souza é educadora cristã, pedagoga e esposa de pastor.

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