Lei aprovada nos faz pensar em que momento se inicia a vida.
“O anencéfalo jamais se tornará uma pessoa”
Lei aprovada nos faz pensar em que momento se inicia a vida
No último dia 12 de abril, foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal a antecipação de parto de feto anencéfalo. Tão repugnante quanto a decisão foi a frase de Marco Aurélio Mello, relator da ação no STF: “O anencéfalo jamais se tornará uma pessoa. Não se trata de vida potencial, mas de morte segura”.
Cremos que desde a concepção já existe uma pessoa, um ser humano à imagem e semelhança de Deus. Isso nos é garantido pelo texto do Salmo 139:15-16: “Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia.”
O nosso ser já faz parte da história, já é sim uma pessoa, por este pequenino Jesus também morreu, pois Ele já o tinha visto no ventre de sua mãe, já contava entre os filhos, entre os seres humanos. O sangue de Jesus foi derramado por todos, independentemente de sua situação física ou psíquica, cada ser humano recebe o amor imensurável de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Como podemos nós julgarmos e determinarmos o fim da sua vida? Deus é o único autor da vida, assim, somente Ele pode determinar quando esta deve parar e não nós, cheios de argumentos e sabedoria totalmente questionáveis.
A cada dia a ciência faz novas descobertas que contestam afirmações que ontem eram certas e descobre coisas que o homem jamais conhecia.
Já tive a oportunidade de conhecer mais de uma pessoa que, ao sofrer um enfarto, o coração criou um novo caminho para que o sangue passasse, uma vez que a antiga artéria estava totalmente entupida e hoje vive normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Deus é poderoso e pode colocar vida onde ele quiser, mas muito além disso, cada ser humano tem um propósito e direito à vida que Deus lhe deu, assim, não podemos tirar-lhe este direito de ser recebido com carinho, amor e dignidade.
Se Cristo pensasse assim de nós, não teria morrido na cruz para nos salvar, pois somos cheios de defeitos, horrorosos, temos muitas deficiências e jamais seríamos dignos do seu sangue, mas o seu amor não olhou para estas coisas, antes nos purificou, nos limpou e nos amou.
Veja alguns testemunhos de mães que enfrentaram este grande sofrimento com seus filhos:
“Ele nasceu às 13:15h do dia 09.07.2002, foi registrado como um cidadão brasileiro e faleceu às 11:25h do dia 10.07.2002. Tive a oportunidade de segurá-lo no colo e me despedir dele. Hoje trago uma linda e real lembrança de uma gravidez que teve algumas dificuldades intrínsecas à situação, mas que me trouxe muitos benefícios enquanto pessoa humana e meu deu uma grande alegria: a de ser mãe. Sou mãe do Thalles, vivo ou morto, bonito ou feio, presente ou ausente.” Janaína da Silva Serra
“O fato de que o bebê irá morrer logo após o seu nascimento não é motivo para o aborto. Se você tivesse um filho de 10 meses que tivesse uma doença grave que lhe oferecesse apenas 9 meses de vida, você o envenenaria ou jogaria de um prédio para antecipar este triste acontecimento? Desde que nascemos, a única certeza que temos é que vamos morrer. Sou feliz por não ter negado ao meu filho a breve vida à qual ele foi destinado.” Milene Falcão, mãe de Luiz Eduardo.
“Após ter tido 6 filhos saudáveis (…) isso era a última coisa que esperávamos (…). Uma interrupção também teria sido um exemplo horrível para meus filhos, pois teria significado que se algo não tivesse corrido bem com um deles, eu também o teria abortado.” Sue Mansfield, mãe de Analise
Pense: não é porque o STF aprovou uma lei que devemos concordar ou aceitar esta decisão. A escolha é de cada cidadão, de cada pessoa que escolhe em que caminho quer trilhar.
Escolha o caminho do amor, escolha o caminho de Cristo, nunca você será abortado por ele, mas sempre será acolhido em seus braços renovadores.
Maria Regina Guimarães Longo Mendes é diaconisa na IAP em Pq. Itália (Campinas – SP) e integrante do Departamento Ministerial