… o Filho do homem estará três dias e três noites no coração da terra. (Mt 12:40b)
O Promessistas.org e a Editora Promessa publicam com exclusividade, parte do estudo de O Doutrinal “O dia da crucificação e da ressurreição de Jesus”, que trata dos acontecimentos descritos nos evangelhos acerca dos últimos momentos de Jesus, antes, durante e depois da sua crucificação, morte e ressurreição. Esses dois dias, o da crucificação e o da ressurreição, para os crentes em Jesus, são incrivelmente cheios de significado. Neles, a vitória sobre a morte foi decretada e confirmada, através do que o Senhor fez. O objetivo é mostrar quando essas coisas aconteceram.
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Talvez você se pergunte: “Por que um estudo só para descobrir o dia em que Jesus morreu e ressuscitou?”. O estudo se faz necessário porque a maioria dos cristãos, em todo o mundo, diz que Jesus morreu em uma sexta-feira e ressuscitou num domingo. E mais: utilizam-se desse argumento para validar a observância do domingo em lugar do sábado. Mesmo que isso tivesse realmente acontecido, não significaria, em hipótese alguma, que o domingo deve ser guardado como dia de descanso. Se o dia da sua ressurreição serve de base para confirmar o dia a ser observado, este, então, continua sendo o sábado, como veremos na sequência.
1. O dia da crucificação de Jesus: Há uma estreita relação entre a antiga páscoa dos judeus e a morte de Jesus. A afirmação de Paulo: Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós (1 Co 5:7b), fortalece ainda mais essa relação, pois, como cordeiro pascal, Jesus morreu por ocasião da celebração dessa importante festa. A páscoa era a primeira festa do calendário judaico. Acontecia no mês de abibe ou Nisã (Dt 16:1). Era celebrada todo ano, no dia catorze do primeiro mês, ao entardecer (Lv 23:5). Foi instituída pelo próprio Senhor, por ocasião da libertação do seu povo da terra do Egito (Ex 12:1-14). Segundo as instruções divinas, no dia 10 de abibe, o cordeiro deveria ser separado para o sacrifício, que acontecia no dia 14 do mesmo mês, ao entardecer (Êx 12:1-11).
A cada ano, ao comemorarem a páscoa, as famílias de Israel celebravam ao Senhor pela libertação do cativeiro egípcio. No dia seguinte à Páscoa, dia 15 de abibe, era celebrado o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos: E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães asmos do Senhor: sete dias comereis pães asmos (Lv 23:6). A Festa dos Pães Asmos se estendia até o dia 21 de abibe, fazendo com que a festa toda (a da páscoa e a dos pães asmos) durasse oito dias. Essas duas festas eram tão estreitamente ligadas uma a outra que, pela época do Novo Testamento, o período todo dos oito dias de celebração, às vezes, era chamado de “Páscoa” e, às vezes, de “Festa dos Pães Asmos”. Um exemplo disso é o texto de Lucas capítulo 22: Estava próxima a festa dos pães asmos, chamada páscoa (v. 1). Observe que, aqui, os dois termos são usados como sinônimos. Precisamos entender muito bem essas questões, pois serão fundamentais para descobrirmos o dia da morte de Jesus.
É muito claro, pela leitura de todos os evangelhos, que Jesus foi traído e preso na mesma noite em que ceou com os seus discípulos. Sobre os preparativos para essa noite, Mateus, Marcos e Lucas registram: E no primeiro dia dos pães asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a páscoa (Mc 14:12 – grifo nosso –; cf. Mt 26:17; Lc 22:7). O primeiro dia dos Pães Asmos não era o dia de se sacrificar o cordeiro pascal. Isso acontecia no dia da Festa da Páscoa, isto é, em 14 de abibe. Todavia, conforme já explicamos anteriormente, “Festa dos Pães Asmos” e “Festa da Páscoa” são termos usados como sinônimos, no Novo Testamento. Este é o caso, aqui. O primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, nesse texto, é, na verdade, o dia da Festa da Páscoa.
Surge, portanto, uma pergunta: Jesus e os discípulos comeram a Páscoa regular do dia 14 de abibe? O apóstolo João, sobre essa mesma noite, diz: Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chagada a sua hora… (Jo 13:1). Em outra versão, esse texto está assim: Faltava somente um dia para a Festa da Páscoa (NTLH). Nessa noite, Jesus foi preso. O evangelho de João narra que, depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa (Jo 18:28). Então, de acordo com essa narrativa, os líderes religiosos ainda não haviam comido a páscoa. Isso mostra, de forma muito clara, que a páscoa que Jesus comeu não foi a mesma que os líderes religiosos de Jerusalém comeram.
Lendo, porém, os outros três evangelhos, notamos que o dia em que Jesus ceou com seus discípulos era o dia em que o cordeiro pascal era sacrificado, isto é, o dia da Páscoa. Afinal, em qual dia Jesus ceou a Páscoa? Precisamos entender algumas questões relativas a essa celebração. Por ocasião da sua instituição, a páscoa era uma cerimônia essencialmente doméstica. Eram os próprios anciãos de Israel que sacrificavam o cordeiro em suas casas, segundo as suas famílias (Êx 12:21). Com o passar do tempo, porém, a páscoa deixou de ser uma cerimônia familiar para ser uma cerimônia pública (Dt 16:1-7). Assim como nos dias de Ezequias (2 Cr 30:1-27) e Josias (2 Cr 35:1-19), na época do Novo Testamento, o cordeiro era abatido no templo, pelo sacerdote. Depois do abate do animal, a refeição podia ser consumida, dentro de qualquer casa, nos limites da cidade de Jerusalém. Qualquer grupo que quisesse se reunir e celebrar a Páscoa, como se fosse uma família, poderia fazê-lo. Esse foi o caso de Jesus com os seus discípulos.
Na época do rei Josias, só este ofereceu mais de trinta mil animais para serem sacrificados na Páscoa (2 Cr 35:7). No período do Novo Testamento, esse número aumentou expressivamente. Cerca de duzentos e cinquenta mil cordeiros eram sacrificados. Para que todos eles fossem mortos até o pôr-do-sol[1] do dia 14 de abibe (Êx 12:6), haveria a necessidade de centenas de sacerdotes realizando tal tarefa. Na prática, seria quase impossível que eles conseguissem sacrificar tantos cordeiros em tão pouco tempo. Imaginemos também o número assustador de pessoas que circulavam pela área do templo, nesse período de tempo, a maioria querendo sacrificar o seu cordeiro para poder comer a refeição da Páscoa.
Havia algo que ajudava a aliviar ou amenizar todo esse tumulto. É bem provável que os sacrifícios fossem realizados em mais de um dia, isso por causa da existência de duas maneiras diferentes de se comemorar a Páscoa. Os judeus da Galileia, em estrita conformidade com Êxodo 12, sacrificavam o cordeiro no início do dia 14 de abibe, segundo a contagem oficial do calendário, e comiam a refeição pascal na noite desse mesmo dia,[2] enquanto os judeus que moravam em Jerusalém e nos distritos circunvizinhos (provavelmente, toda a Judeia) seguiam um plano diferente: sacrificavam o cordeiro pascal no fim do dia 14 de abibe, comendo, assim, a refeição da páscoa na noite do dia 15 de abibe. Isso explica por que Jesus e seus discípulos – todos galileus, com exceção de Judas – comeram a páscoa numa noite e, ao amanhecer, os líderes judeus – todos habitantes de Jerusalém – ainda não haviam celebrado a Páscoa.[3]
Um texto que merece nossa consideração é João 19:14. Esse texto diz que o dia em que Jesus foi crucificado era a o dia da preparação da Páscoa. Fica bem evidente que, quando Jesus foi crucificado, a Páscoa oficial, ou seja, a de Jerusalém, ainda não havia acontecido. Observe o termo “preparação da páscoa”. Os discípulos o usaram no dia anterior ao da morte de Jesus (Mt 26:19; Mc 14:12). O dia chamado de “preparação da Páscoa” era o dia em que os cordeiros eram mortos.[4] Então, fica claro, pela comparação dos outros evangelhos com o de João, que havia dois dias em que os preparativos eram feitos, os cordeiros eram mortos e a páscoa era comida. Ao entardecer do dia em que Jesus foi crucificado, os líderes religiosos e os judeus em geral, especialmente os que moravam em Jerusalém, sacrificaram o cordeiro pascal e celebraram sua páscoa, ao passo que Jesus e seus discípulos o fizeram na noite anterior.
Devemos lembrar, também, que os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas revelam o plano das autoridades judaicas para matar Jesus antes das festividades da Páscoa (Mt 26:3-5; Mc 14:1-2; Lc 22:1-6). Eles conseguiram. Portanto, em suma, podemos afirmar que Jesus foi crucificado na tarde do dia 14 de abibe, e, após o pôr-do-sol, já no dia 15 de abibe, os judeus de Jerusalém e distritos circunvizinhos comeram a Páscoa. É bem provável que, pela hora em que Jesus expirou, entregando o seu espírito nas mãos do Pai, os cordeiros estivessem sendo mortos no templo. Enquanto para os habitantes de Jerusalém aquele era um dia festivo e de celebração, pela libertação da escravidão do Egito, para os seguidores de Jesus, aquele era um dia triste, pela morte do seu Senhor. Todavia, por causa desse acontecimento, hoje, podemos celebrar, triunfantemente, pois Cristo nos libertou da escravidão do pecado.

2. O dia da ressurreição de Jesus: Já sabemos que Jesus foi crucificado no dia 14 de abibe. Veremos, agora, em que dia da semana caiu essa data, para descobrirmos em que dia ele ressuscitou. Jesus foi crucificado por volta da hora terceira e faleceu por volta da hora nona (Mt 27:46-50). Ao cair da tarde desse mesmo dia, foi sepultado, como registram os evangelhos (Mt 27:57-60; Mc 15:42-46). Guardemos, portanto, esta informação: Jesus foi sepultado pouco antes do pôr-do-sol do dia 14 de abibe. Quanto tempo ele permaneceu no sepulcro? Talvez esse seja um dos pontos mais importantes deste estudo. Vários textos bíblicos atestam afirmações do próprio Jesus, dizendo que, depois de três dias, ele ressuscitaria, indicando ser esse o tempo em que ele ficaria no sepulcro (cf. Mt 16:21, 17:23; Mc 8:31, 9:31, 10:34; Lc 9:22, 18:33; Jo 2:19).
Certa ocasião, os escribas e os fariseus solicitaram um sinal de Jesus que provasse ser ele o Messias. O sinal dado foi este: … assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra (Mt 12:40 – grifo nosso). Note que Jesus foi bem específico: “três dias e três noites”. Ele não disse parte de um dia, ou duas noites. São “Três dias e três noites” completos. Sendo assim, para Jesus ter ficado três dias e três noites no coração da terra (sepultado), levando em conta que foi sepultado antes do pôr-do-sol do dia 14 de abibe, ele deveria ressuscitar antes do pôr-do-sol do dia 17 de abibe, em cumprimento de sua palavra, em Mateus 12:40. Conforme veremos, assim mesmo aconteceu.
Diz a Bíblia que, no final do sábado, ao despontar o primeiro dia da semana, quando as mulheres foram ao sepulcro de Jesus, ele já havia ressuscitado (Mt 28:1, 6). Se ele ressuscitou no fim do sábado, ao entardecer, e permaneceu três dias e três noites no coração da terra, temos de concordar que foi colocado no túmulo na quarta-feira, momentos antes do pôr-do-sol. O dia 14 de abibe daquele ano, então, caiu numa quarta-feira. Esse é o verdadeiro dia da morte de Jesus.
O testemunho bíblico dos evangelhos sustenta essa afirmação. Lucas diz o seguinte: Era o dia da preparação e o sábado estava para começar (Lc 23:54). Marcos também utiliza a expressão “o dia da preparação”, mas acrescenta: … isto é, a véspera do sábado (Mc 15:42). A que dia da preparação e a que sábado Lucas e Marcos se referem? Para entendermos, voltemos a algumas questões relacionadas à instituição da festa da Páscoa.
O dia 14 de abibe era o dia oficial da comemoração, como vimos anteriormente. O dia seguinte, 15 de abibe, era o primeiro da Festa dos Pães Asmos, que durava sete dias (Êx 12:15). Acontece que o primeiro e o último dia da Festa dos Pães Asmos, dias 15 e 21 de abibe, eram de santa convocação: nenhuma obra servil era feita (Lv 23:4-8). O primeiro e o sétimo dia dessa festa eram de descanso, considerados sábados, quando acontecia uma cerimônia religiosa. Lembremos que um dos significados do verbo hebraico shâbat é, tão somente, “descanso”. No calendário judaico, alguns dias de festa e de repouso eram considerados sábados (Hb. shâbat), sem, necessariamente, caírem no sábado semanal, o sétimo dia da semana (cf. Lv 23:24, 32).[5] Esse é o mesmo caso do dia 15 de abibe, o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos. Quando os autores dos evangelhos se referem ao sábado após o dia da morte de Jesus, não têm em mente o sétimo dia da semana, mas um sábado de festa, o dia 15 de abibe, o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos.
Podemos constatar a veracidade dessa informação pelas seguintes razões: Em primeiro lugar, por causa do evangelho de João. O evangelista faz questão de frisar, quando se refere a esse sábado: … era grande o dia daquele sábado (Jo 19:31). A Almeida Século 21 traduz esse texto assim: … aquele sábado era especial. A NVI, desta forma: … seria um sábado especialmente sagrado. O sábado a que João se refere não é o de uma semana regular, mas um sábado especial, por causa das festividades.[6] O mesmo João, um pouco antes, escreveu sobre o dia da preparação que antecedeu esse sábado: … era o dia da preparação da Páscoa (19:31). Então, o “dia da preparação” a que os outros evangelhos se referem não é uma sexta-feira, mas, simplesmente, o dia da preparação da Páscoa, dia 14 de abibe, que antecedia o grande sábado, 15 de abibe. O dia 14 era considerado como “o dia da preparação” por ser o dia em que o cordeiro era morto e assado para ser comido na comemoração da Páscoa. Na época do Novo Testamento, pães Asmos, vinho, ervas amargas e condimentos também eram providenciados para a ceia, nesse dia.
Em segundo lugar, afirmamos que o sábado do dia posterior ao sepultamento de Jesus não era o sábado semanal por causa da prudência da narrativa de Mateus, ao se referir a esse dia. Observe o que ele diz: No dia seguinte, que é o dia depois da preparação (27:62). O texto em questão é o que narra o momento em que os principais sacerdotes e fariseus reuniram-se diante de Pilatos para pedir que o túmulo de Jesus fosse guardado até o terceiro dia. Isso aconteceu no dia seguinte ao seu sepultamento. Note a maneira com que Mateus se refere a esse dia: o “dia depois da preparação”. Se esse era um sábado regular, por que o evangelista não disse simplesmente “sábado”? Outro detalhe interessante, nesse texto, é que Mateus diz que eles fizeram esse pedido “no outro dia” (Mt 27:62). Se “o outro dia”, aqui, fosse o sábado semanal e Jesus tivesse ressuscitado no domingo cedo, então, o pedido dos líderes religiosos para que o túmulo fosse guardado até o terceiro dia não fazia sentido; bastaria dizer “até amanhã”. É óbvio que, na mente daqueles líderes, ainda faltava mais de um dia para o momento em que Jesus disse que ressurgiria (no terceiro dia). A quinta-feira é, portanto, o dia que mais se encaixa neste contexto.
Em terceiro lugar, um fato que também mostra que o sábado posterior ao sepultamento de Jesus não era o sábado semanal é uma aparente contradição entre os textos de Marcos 16:1 e Lucas 23:56. Marcos diz que as mulheres compraram as essências aromáticas após o sábado, enquanto Lucas diz que elas prepararam essas essências antes do sábado, e, no sábado, descansaram, conforme o mandamento. Fica claro, por esses textos, que essa semana teve dois sábados: o cerimonial (dia 15 de abibe) e o semanal, o sétimo dia da semana. O sábado cerimonial caiu numa quinta-feira. As mulheres compraram as essências depois desse dia, numa sexta-feira, e, no sábado semanal, descansaram conforme o mandamento.
Em quarto e último lugar, o sábado posterior ao sepultamento de Jesus não era o sábado semanal porque, como já afirmamos, de acordo com os evangelhos, foi esse o dia em que Jesus ressuscitou. O evangelho de Mateus diz: No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro (28:1; cf. Mc 16:2; Lc 24:1-2; Jo 20:1). As expressões “no findar do sábado” e “ao entrar o primeiro dia da semana” devem ser bem entendidas. Revelam o momento em que as mulheres foram ver o sepulcro e não o momento da ressurreição de Jesus, pois, quando elas chegaram lá, ele não estava mais ali, ressuscitou como havia dito (Mt 28:6).
Jesus já havia ressuscitado, o que significa que isso aconteceu antes do “findar do sábado” e do “entrar do primeiro dia da semana”. É interessante a expressão “como havia dito”, pois nos remete a Mateus 12:40. Ali, Jesus diz: … assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra, ou seja, exatamente, um pouco antes do pôr-do-sol do sábado, conforme cremos.
O texto bíblico que parece contradizer esse argumento é Marcos 16:9, que diz: Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena (ARA). Essa tradicional versão bíblica, juntamente com outras, como a ARC, colocam a vírgula deste texto no lugar errado, dando a entender que Jesus ressuscitou no domingo. Nas versões bíblicas NVI e Almeida Século 21, isso não acontece. Nelas, os tradutores respeitaram o sentido do texto grego e colocaram a vírgula após o verbo “ressuscitar”. O texto está assim: Quando Jesus ressuscitou, na madrugada do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena (NVI). Com essa construção, o versículo ainda pode ser entendido de duas maneiras: “a madrugada do primeiro dia da semana” pode tanto indicar o dia da ressurreição quanto o dia do aparecimento de Jesus a Maria Madalena.
Estamos certos de que a última opção é a verdadeira. O que nos dá ainda mais certeza é o texto grego. Nele, há uma conjunção adversativa (δε)[7], entre as sentenças “Havendo Jesus ressuscitado” e “na madrugada do primeiro dia da semana, apareceu …”. Uma conjunção adversativa tem como função firmar uma divergência de sentido entre duas sentenças. Fica muito claro pelo texto grego que “a madrugada do primeiro dia da semana” diz respeito, não ao dia da ressurreição (que aconteceu no final do sábado), mas ao dia do aparecimento de Jesus a Maria Madalena. A conjunção adversativa entre as sentenças não deixa dúvidas quanto a isso. Veremos, a seguir, baseados nesses eventos, a crucificação e a ressurreição de Cristo, importantes certezas para a nossa vida cristã.
CONCLUSÃO: Diante de tudo que vimos, neste estudo, realmente não faz sentido algum dizer que Jesus foi morto na sexta-feira e ressuscitado no domingo. Se ele tivesse sido sepultado ao entardecer da sexta-feira, a sua ressurreição, obviamente, teria de ocorrer, não no domingo cedo, mas no pôr-do-sol de segunda para a terça. Isso teria de ser assim para que a predição de Jesus se cumprisse plenamente (Mt 12:40).
Sendo assim, a única possibilidade bíblica é esta: Cristo foi crucificado no dia 14 de abibe, em uma quarta-feira, dia da preparação da Páscoa. Nesse mesmo dia, antes do pôr-do-sol, foi sepultado e, depois de três dias e três noites no seio da terra, ressuscitou, no sábado, pouco antes do pôr-do-sol, provando, com este importante fato, que ele é verdadeiramente o messias, o salvador da humanidade. Porém, mas do que pensar nos dias em que esses fatos acontecera, devemos celebrar, compartilhar e viver por aquele que por nós morreu.
Adaptado e publicado por: APC Jornalismo e Editora Promessa.
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Referências:
[1] Alguns pensam que seja o período entre o pôr-do-sol e a escuridão da noite, isto é, entre 6 a 7 da noite; outros, entre a hora em que o sol começa a declinar e o pôr-do-sol, isto é, entre 3 a 5 da tarde (Ryrie, 1991:95).
[2] Precisamos lembrar que os dias se iniciavam com o pôr-do-sol. As horas da noite eram as primeiras do dia.
[3] MacArthur Jr. (2003:36).
[4] Daniel-Rops (1983:230).
[5] Vaux (2003:512).
[6] Dake (2009:1555).
[7] A conjunção adversativa δε pode ser traduzida por: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.