Skip to content

O ministério do feijão

Somos responsáveis, diante de Deus, pelo que falamos
 
Ao assumir como pastor numa determinada Igreja, reunidos num momento de descontração, fui questionado: “Pastor, o senhor gosta de feijão?” Asseverei que sim, em seguida uma pessoa me explicou: “Pastor, feijão, aqui, é quando nos reunimos para falar sobre a vida dos outros, é o momento em que colocamos “as notícias” em dia”. Retruquei com seriedade, boquiaberto, admirado com tal heresia. Afinal, feijão é um nome comum para uma grande variedade de sementes de plantas de alguns gêneros da família Fabaceae (anteriormente,Leguminosae), e não fofocas.
Aproveitando a deixa, eu disse: “Por que vocês, então, não se tornam fofoqueiros(as) do evangelho de Cristo?Por que gastar o tempo precioso de vocês assim?” Uma dessas pessoas tinha sérios problemas relacionais, todas sabiam perfeitamente que este “ministério do feijão”, definido por elas, não era e nem é de Deus, e as pessoas que dele participam meramente refletem suas obras carnais destruidoras.
Saiba que, diante de Deus, você é responsável pelo que fala, denigre ou comenta da vida de alguém com maldade ou segundas intenções. Neste caso, fofocas, quase  sempre na ausência da pessoa, quando não é capaz de falar pessoalmente, conforme regra bíblica (Mateus 12:37), se assim acontece, e se for este seu comportamento, estará exercendo o “ministério do feijão”. 
Saul estava a perseguir a Davi, com medo de perder o trono, “seu status em Israel”. Ele foge para a cidade sacerdotal de Nobe, onde Aimeleque ou Aquimeleque sumo-sacerdote, bisneto de Eli, lhe sai tremendo ao encontro…Davi mente a Aimeleque afirmando que Saul o havia enviado em uma missão especial.(I Samuel capítulos 21 e 22). Doegue, que estava “detido”, provavelmente por lepra, escutou.Davi e sustentou a mentira (I Samuel 21:8). Doegue conta a Saul, alterando os fatos. Após uma ordem de Saul, Doegue matou naquele dia 85 consagrados (sacerdotes), conforme I Samuel 22:18.
Quem participa do “ministério do feijão” não poupa nem consagrados, mata com a própria língua ou usa “outras ferramentas e ainda se vangloria na sua maldade, como Doegue. Mesmo a guarda real de Saul tendo recusado tal ordem, não cometeram tal morticínio, Doegue, o fofoqueiro, não pestanejou. Segundo o historiador Flávio Josefo, após esta fofoca, foram provocadas as mortes de 385 pessoas, entre homens, mulheres e meninos de peito, bois, jumentos e ovelhas (I Sm 22:19). Constatamos que a maledicência no seio da Igreja de Cristo é algo assustador, destruidor, satânico, pois produz morte espiritual, desânimo, letargia, rancor, fraqueza, desestímulo às pessoas,que desejam participar dos cultos e escola bíblica. Levítico 19:16 nos adverte: “Não andarás como mexeriqueiro”.
A Palavra de Deus identifica como morte poraborrecimentos (I João 3:15-16). O  fofoqueiro(a) sempre chama a atenção para si, para “sua causa”, em detrimento ao outro lado da versão da história (desconfie de quem é assim, sempre ouça a outra versão para não se precipitar em julgamento injusto contra ninguém, principalmente, contra pastor,presbítero, diáconos e servos de Deus em geral).
Doegue chamou a atenção “real” para si, de forma maquiavélica para usufruto de benefícios, não importando em quem pisava ou matava literalmente. O fofoqueiro é um murmurador (I Coríntios 10:10-11), ranzinza, insatisfeito, agitador, que gosta de por defeitos em tudo, ao invés de somar, ele divide.Nada está correto para ele(a), só reclama. Devemos nos preocupar em extirpar do nosso meio (se houver) este maldito “ministério do feijão”. Deus deseja que sejamos idôneos em tudo: pensamentos, palavras e obras. Não podemos e nem devemos tropeçar assim.  O Salmo 52: 1-9 é um desabafo de Davi, até ele sofreu com as fofocas do seu desafeto, Doegue: “Tu amas mais o mal do que o bem e mais a mentira do que falar conforme a retidão” (v 3 – ó, língua fraudulenta..; v 4 – Como somos do ministério de Cristo, estamos respaldados na: evangelização, adoração, no perdão, integração e compreensão. Nossa fala precisa ser enriquecedora, ponderada, com confiabilidade e qualidade, características de um cristão autêntico.
Existe na Bíblia um mandamento esquecido, veja em Tiago 1:19: “Todo homem, pois seja pronto para ouvir, tardio pra falar … Se alguém não tropeça no falar é perfeito… Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade”. “Fala pouco e serás um sábio, fala menos ainda e serás o maior entre eles”(Johannes Peter). “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo”.(Provérbios 25:11) “A virtude do silêncio consiste não em cessar o ofício da língua, mas em calar e falar a seu tempo” (Pe. Manuel Bernardes).
Doegue, com suas fofocas, provocou tragédia na vida de muitas pessoas e famílias. É bom aprendermos aqui a maneira pela qual não devemos proceder. Romanos 15:4: “Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito”. Eu preciso entregar o controle da minha indomável língua ao Espírito Santo de Deu, a Bíblia nos incentiva a isso. Isaías nos diz que o Senhor purificou os seus lábios e ainda lhe deu uma língua erudita (Isaias 6:7 e 50:4). Davi diz que Deus lhe deu uma língua, como a pena de um destro escritor.(Salmos 45:1).
Da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo destas três peneiras: VERDADE, BONDADE e NECESSIDADE, antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, afinal: “pessoas inteligentes falam sobre ideiais,; pessoas comuns falam sobre coisas e pessoas medíocres falam sobre pessoas.” Portanto, irmãos, a vida ou a morte estão no poder da língua (Provérbios 18:21). Que a sua língua seja justa e santa, sempre. ”A boca do justo fala de sabedoria, a sua língua fala do que é reto”.(Salmos 37:30).
Pr. Omar Figueiredo é responsável pelas IAPs em Jardim Paineira e Itaquera, na Convenção Paulistana  Leste.

Notícias