Toda vez que chega dezembro, ao me aproximar da Bíblia, volto aos textos que tratam do nascimento de Jesus. Não porque eu acredite que Jesus tenha nascido exatamente nessa data, mas porque, nesse período, as pessoas que não conhecem o Salvador tendem a pensar, de alguma forma, na figura histórica de Jesus. Então, sempre me questiono: se alguém me perguntar sobre o nascimento de Jesus, o que saberei explicar? O que direi?
E se no trabalho ou ao sair de casa, alguém lhe perguntar: por que Jesus nasceu? Por que se fez homem, já que Ele existia antes de nascer? É importante – mais do que mencionar que o Natal tem origem em uma festa pagã – que você esteja preparado para responder às perguntas das pessoas e anunciar Cristo a elas. Ou você vai deixar isso nas mãos dos anúncios que fazem do Papai Noel o centro da festa?
O profeta Miqueias se dedicou a anunciar o juízo sobre Israel e Judá (capítulos 1 e 2), e sobre os líderes nacionais (capítulo 3), por causa do pecado: desvio da Lei de Deus, corrupção, crimes, mortes e ensinamentos que levam ao erro. Esses foram alguns dos pecados que conduziram a nação ao cativeiro. No entanto, a partir do capítulo 4, a mensagem muda: Deus promete restaurar Israel e transformar o destino do seu remanescente fiel. No capítulo 5, o profeta mostra como a vinda de Cristo ao mundo, foi capaz de trazer mudanças profundas naquele que crê.
O Menino de Belém veio trazer eternidade
Após o cativeiro, séculos depois, nasceria um Menino que mudaria todas as circunstâncias da nação e do mundo. Mas não seria um bebê comum. Apesar de nascer como todas as crianças e ter um endereço físico, na pequena Belém Efrata, Miquéias declara algo extraordinário sobre Ele:
“E você, Belém Efrata, que é pequena demais para figurar entre os grupos de milhares de Judá, de você sairá aquele que será o governante em Israel, cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5:2).
Aqui, duas verdades se destacam: (1) O Menino de Belém reinaria em Israel, ocupando o trono de Davi, cujo reino não terá fim (Isaías 9:7); (2) o Menino de Belém tem uma origem eterna. Embora tenha nascido como um bebê humano, Ele é eterno, como o apóstolo João afirma:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus… E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1:1, 14).
Esse Menino, que nasceu em Belém, é o Rei que deve reinar em nossas vidas. Ele governa toda a criação, a igreja e o coração daqueles que creem Nele. Sua origem eterna nos assegura que Ele pode nos oferecer a eternidade: entrou no tempo para nos redimir e, um dia, nos dará corpos glorificados, semelhantes ao Seu, para vivermos com Ele no novo céu e na nova terra (Apocalipse 21:1-4).
O Menino que nasceu em Belém veio para cuidar do Seu povo
Na profecia de Miqueias, o Menino de Belém é comparado a um pastor de ovelhas que cuidará do remanescente fiel de Israel, aqueles que seguiram os planos de Deus e retornaram à terra após o cativeiro:
“Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do Senhor, na majestade do nome do Senhor, seu Deus; e eles habitarão seguros, porque agora ele será engrandecido até os confins da terra” (Miqueias 5:4).
Jesus disse ser esse pastor em João 10:11: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas.”
Ele cuida de nós em momentos de alegria e tristeza, de paz e tribulação. O Nascimento de Cristo nos lembra que Ele resgata, protege e guia suas ovelhas. Ter Jesus como Salvador é viver sob o cuidado do Pastor que nunca nos abandona, como prometido em Hebreus 13:5: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.”
O Menino que nasceu em Belém trouxe muitas bênçãos
O profeta Miquéias revela que o Menino de Belém seria a paz do Seu povo: “Ele será a nossa paz” (Miqueias 5:5). Pensando nisso, Jesus nos traz paz em três dimensões:
- Paz com Deus – por meio de Sua morte, reconciliou-nos com o Pai (Romanos 5:1).
- Paz interior – o Espírito Santo nos assegura que somos filhos de Deus e nos dá nova vida (Gálatas 4:6-7).
- Paz com os outros – por meio Dele, aprendemos a amar e perdoar.
Além disso, o Menino de Belém é comparado ao orvalho: “O remanescente de Jacó estará entre muitos povos como orvalho vindo do Senhor” (Miqueias 5:7). O orvalho é um símbolo de renovação e vida. Jesus veio para regar corações secos e trazer vitalidade espiritual.
Ele também é descrito como um leão: “O remanescente de Jacó estará entre as nações… como um leão entre os animais da floresta” (Miqueias 5:8). Aqui, vemos o juízo e a bravura de Cristo, que destruirá os inimigos de Deus e protegerá Seu povo. Como o Cordeiro, Ele se entregou por nós; como o Leão, Ele reina com poder.
Diante dessas verdades, somos chamados a ser pacificadores, espalhando a paz de Cristo em nossos lares, comunidades e no mundo (Mateus 5:9). Que a vinda de Cristo ao mundo nos inspire a viver como instrumentos de Sua paz e graça.
Texto: Andrei Sampaio/ Agência Promessista de Comunicação (APC).