A história do perdão
“A semente do Jardim (Gn 3: 6-7) frutificou, nutrida pelo abundante amor de Deus (Jo 3.16)”
O perdão tem história; na verdade, ele tem muita história pra contar…
Essa palavrinha ecoou no Éden. Tudo começou lá, Deus plantou no centro do jardim a semente do perdão e ela veio desabrochar na cruz do Calvário quando Seu único filho foi entregue por Ele para derramar Seu sangue por nós, pecadores indignos do perdão de Pai; e hoje o vivemos nas ações do Espírito Santos entre nós – é Triunidade mostrando o significado do perdão!
Jesus conhecia bem esse vocábulo… Ele o experimentou no Éden e no Calvário.
Nós não temos ainda muita noção do que seja, pois o dicionário humano é falho para explicá-lo e a essência da palavra fica longe de ser o que se expõe; a lógica mesmo do perdão excede à nossa compreensão de mortais falhos e orgulhosos das nossas ‘ciências exatas’.
Analise comigo: se perdoamos o nosso ofensor, como somar ou multiplicar o que “esquecemos”? Na verdade, ao armarmos a conta usamos os símbolos da multiplicação, mas Cristo os utiliza fazendo uma subtração…
Observaram como a matemática divina é bem diferente?!
O sinal é o da multiplicação (x), mas na lógica, do Mestre por excelência, o que se faz é uma subtração (-). Na conta humana, o resultado é 490, mas na dEle é zero (Aleluia!).
Isso ocorre porque ao declarar perdão, nosso irmão está livre do pecado de nos ter ofendido. A partir do momento em que se perdoa, já não existe mais ofensa, logo não há como chegar ao número 490, somente a 0 (simples, não é?!).
Essa é a lição matemática, da qual não devemos esquecer; ela deve ser ‘efetuada’ em nossos corações e em nossa mente, pois a lógica do nosso Deus é incontestável e sobremaneira excelente!
Antes do advento de Cristo, o perdão era executado por meio de expiação (Lv 4.20; 19.22; Nm 15.25); até que Jesus, em um único e último sacrifício revelou perdão à humanidade e hoje desfrutamos do privilégio de sermos filhos de Deus e não escravos do mundo.
Para acabar com essa história de esquecer entre aspas, vou explicar logo o que me faz insistir nessa ‘formatação’:
Quando digo que esquecemos é uma maneira de dizer perdoamos, pois, como fazemos em um computador, podemos fazer na nossa vida: jogamos coisas na lixeira e depois podemos esvaziá-la, o que jogamos lá some, mas se você usar um determinado programa, você pode recuperar tudo o que estava na lixeira. No jogo do perdão é assim, se você esvazia a lixeira das ofensas contra você e depois usa um programa para ativá-las, você não perdoou verdadeiramente.
A memória humana guarda tudo o que acontece conosco, está tudo armazenado, mas aquilo que não nos afeta e nem tem importância, esvaziamos da lixeira. As ofensas poderão até estar guardadas, mas se perdoamos essas lembranças não afetaram nossa relação com o ofensor. Daí por que coloquei o verbo entre aspas; de fato, não esquecermos, só não damos mais importância.
Resolvido o problema do verbo “esquecer”… então, até a parte III.
Esther Maria de Souza Braga tem-se destacado como escritora de temas teológicos e seculares (foi vencedora do Prêmio Dalcídio Jurandir de Literatura 2010 –categoria crônica). É mestre em Linguística e especialista em Língua falada e o ensino do português.É professora da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e atuou na FATAP Extensão Norte. Nasceu em berço adventista e desempenha diversas atividades na igreja.
Autora: Ester Braga
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