Aos 75 anos de idade, ela compartilha suas experiências no cuidado do rebanho de Cristo e nos ministérios regionais.
Quando o cuidado das igrejas era uma tarefa designada apenas para os homens, Deus foi esclarecendo à Igreja Adventista da Promessa que, mesmo limitando-as na realização das ordenanças, as mulheres deveriam tomar parte nesta tarefa. Há 35 anos, a Missionária Yldecir de Morais Dias, da Convenção Mato-grossense, recebeu das mãos dos históricos pastores promessistas, Daniel de Oliveira e José da Costa Menezes, que já dormem no Senhor, a credencial como uma das primeiras missionárias da denominação e a primeira a cuidar de uma igreja local.
Em sua jornada, ela contou ao Promessistas.org que o fato de ser mulher não foi uma barreira em sua experiência pessoal, apesar dos desafios que surgiram. Ela quebrou paradigmas quando precisou assumir, por 30 dias, a direção da Convenção Regional em tempos passados, devido à falta de um Superintendente Regional (vacância), até a designação de um novo líder.
“Não me queixo de nada. Fui muito apoiada, valorizada e respeitada em minha trajetória. Sinto que fui, e continuo sendo, acolhida com carinho por esta igreja, e principalmente, pelo nosso Deus”, testemunha.
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Agora, aos 75 anos de idade e com 48 anos de conversão ao Senhor Jesus, ela conta que está engajada como líder do ministério de intercessão da Convenção Mato-grossense e como missionária que auxilia o pastor local da Promessa no bairro Morada da Serra, denominado CPA, em Cuiabá (MT).
Igreja na qual congrega há 30 anos, e que cuidou por 12 anos, permanecendo até hoje: “Continuo fazendo a obra, pois tenho saúde e disposição para o trabalho, e de Deus ninguém se aposenta” (risos), brinca ao falar sobre sua alegria em servir a Cristo.
Bacharel em Letras e Inglês (Licenciatura) pela UNIC e Bacharel em Teologia pela FATAP, atual CETAP, Yldecir compartilha suas experiências de cerca de 35 anos de ministério. Ela aconselha os jovens, orienta mulheres, e testemunha que continua firme na graça de Deus. Leia a entrevista na íntegra:
Promessistas.org: Missionária Yldecir, fale sobre sua fé – quando se converteu a Cristo e como nasceu a vontade de se dedicar ao ministério?
“Minha mãe aceitou Jesus e sempre que tinha oportunidade falava-me do amor Dele. Eu, após muitos conflitos interiores e consultas na Palavra, também O aceitei em 24 de Janeiro de 1976, sendo que, em maio daquele ano, fui batizada nas águas pelo Pastor Francisco José Vieira, em Ji-Paraná (RO).
No mesmo ano, viemos para Cuiabá (MT) e fomos a terceira família promessista a morar na cidade. Éramos ao todo, seis adultos e quatro crianças. Nos reuníamos aos sábados para o estudo da Lição Bíblica, a cada final de semana em um dos três lares.
Em 1980, a Direção Geral enviou um Missionário, que por sinal era meu tio, Joaquim Bento de Oliveira. Congregamos muito tempo na sala da sua casa. Começamos a ganhar almas para o Senhor e assim foi crescendo a igreja aqui. Hoje, contamos com seis igrejas e aproximadamente 1 mil pessoas.
Aprendi muito com meu tio e Missionário, ajudando-o em todo o trabalho, amar as pessoas não foi difícil, pois eu era professora e já exercitava essa dádiva cuidando de crianças”.
Você foi a primeira missionária a cuidar oficialmente de uma igreja na Promessa?
“Passados alguns anos, foi criada a Região Rondoacre, que abrangia os estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre, depois, Noroeste do Brasil, hoje a Convenção Mato-grossense. Fui mais tarde convidada pelo Pr. Sinhozinho Tavares da Silva, para substituir o Secretário-Tesoureiro, Pr. Manoel Quirino da Silva. Eu assumi o cargo, mesmo sendo funcionária da Embratel à época, era um trabalho voluntário.
Por volta do ano de 1989, recebi das mãos dos pastores, Daniel de Oliveira e José da Costa Menezes, a credencial de Missionária da Igreja Adventista da Promessa. As experiências quanto a igreja local e Departamentos Regionais – como eram chamados, foram por vezes muito desafiadores, porém muito importantes para o meu crescimento espiritual e como pessoa.
Como foi sua experiência em cargos regionais?
“Ocupei os seguintes cargos: 1) Como presidente da SOFAP, atual Ministério de Mulheres local, por vários anos, mais ou menos umas trinta vezes; 2) Como presidente de Resofap, atual MM regional, por umas dez gestões (sendo os primeiras 5 mandatos bienais); 3) Como Secretária-Tesoureira da Região, durante 25 anos; 4) Assumi a presidência da Região num período de 30 dias, por motivo de vacância no cargo; e 5) Fui Diretora da Fatap/Cetap por 8 anos. Formamos 5 turmas, totalizando aproximadamente 150 alunos aprovados.”
Fale sobre sua experiência à frente das igrejas locais. Enfrentou muita resistência?
“Quanto a sofrer resistência, não me queixo de nada. Fui muito apoiada, valorizada e respeitada, na minha trajetória. Ao olhar pelo ‘retrovisor da vida’, sinto que fui, e continuo sendo, acolhida com carinho, por esta igreja, e principalmente pelo nosso Deus.”
O que uma mulher deve ter para trilhar o caminho do ministério?
“Eu diria que para trilhar esse caminho, nós mulheres devemos ter uma vida de comunhão com Deus, buscar incessantemente a sabedoria que vem do alto, dedicar-se às pessoas, saber ouvir, saber calar, mas também saber falar e responder com sinceridade e autoridade dada por Deus. Nunca podemos ser levianas no sentido comportamental.”
Atualmente, como a senhora está em relação à igreja, seu envolvimento?
“Eu continuo fazendo a obra, pois tenho saúde e disposição para o trabalho, e de Deus ninguém se aposenta (risos). Ajudo meu pastor e percebo que ele confia no meu trabalho. Assumi o Ministério de Intercessão da Convenção Mato-grossense e, como missionária, respondo como segunda pessoa do Pr. Fábio Honório da Silva – ‘co-pastora’, na Promessa Morada da Serra (CPA).”
Que conselho daria para as gerações mais jovens?
“Aos jovens, eu recomendaria que sejam espertos para entender, viver e ter prazer em serem chamados filhos de Deus. Ter o cuidado de não comprometer seu futuro com as coisas passageiras, mas ter os pés firmados em Cristo Jesus. Influenciar e não se deixar influenciar.”
Assista na TV:
Texto por: Andrei Sampaio Soares/APC Jornalismo.
Fotos por: Reprodução/Arquivo pessoal.
