Se o relacionamento com os filhos é apenas para corrigi-los, estamos muito longe deles
Recentemente, vi uma charge em espanhol, que, além de boas risadas, me levou à reflexão. O pai se dirige ao filho adolescente, numa tentativa de diálogo: “Meu filho, Pablito, sei que a vida moderna nos deixa pouco tempo para conversar sobre nós, mas eu gostaria de conhecer suas inquietudes, seus desejos, seus hobbies, suas novidades… enfim, gostaria de saber mais sobre você”. E o filho, automaticamente, responde: “Como não? Veja www.pablito.com”. O gato do adolescente emenda: “Atualmente, se você não tem uma página na internet …você não existe”.
Esse pai desejava recuperar o tempo perdido, retomar o diálogo com o filho, mas talvez, para ele, fosse tarde. Fiquei pensando se, de igual forma, não corremos esse risco. Nessa vida agitada que levamos e com a substituição dos relacionamentos reais por virtuais, quando é que conversamos sem pressa com os filhos? Para saber o que eles estão pensando, suas angústias, como eles, de fato, estão? Para compartilhar a Palavra de Deus e seus ensinamentos para nossa vida?
Certamente, tempo para a correção não falta – quando fazem algo errado, até sentamos para conversar, olhando no olho. Mas este diálogo, embora necessário, não pode resumir o nosso relacionamento com eles.
Filhos precisam de atenção, apoio, elogios, abraços, precisam ser ouvidos, além da disciplina! Quando há proximidade, a correção produz obediência, mas quando a proximidade não existe, a correção se torna um campo fértil para a rebelião. A Bíblia nos adverte: “Pais, não tratem seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos”. (Ef 6:4 – NTLH).
O argumento da falta de tempo é generalizado, mas não justifica nossa omissão. Sempre temos tempo para o que é prioridade: igreja, trabalho, descanso etc. Portanto, se os filhos forem prioridade, não será difícil tirar tempo de outra tarefa para dedicá-lo a eles. Pois se ficarmos esperando sobras na nossa agenda, será impossível.
Tome atitudes que gerem proximidade com seu filho. Converse com tempo e sem olhar no relógio, leia a Bíblia e orem juntos, perdoe e peça perdão, faça passeios que ele goste, faça um jantar especial apenas para ele, elogie suas notas, ajude-o nos estudos, enfim, abra a porta do diálogo! Certamente, eles se surpreenderão com você e Deus abençoará seu empenho.
Dsa. Lilian Mendes C. Oliveira congrega na IAP em V. Nhocuné (SP) e integra a equipe do Depto. Ministerial da Convenção Geral.