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Sexualidade, um presente de Deus para a humanidade

É preciso resgatar o entendimento da vivência sexual sadia como culto a Deus

Vergonha, constrangimento, dúvida e culpa são mais comumente associados à sexualidade humana do que beleza, união e manifestação divina. A Palavra de Deus apresenta o ser humano como sua imagem e semelhança manifesta na forma masculina e na feminina, sendo ambas orientadas a multiplicar (ex. Gênesis) e a viver o prazer físico (ex. Cântico dos Cânticos), o que só é possível verdadeiramente alcançarem juntas.
Como unidade integrada nas dimensões do espírito (nous), mente (psique) e corpo (soma), em sua experimentação de vida e de fé, os seres humanos têm, através da sexualidade, a possibilidade de realizarem a integração do casal nessas três dimensões, pelo 1) prazer da partilha e complementaridade dos corpos; 2) da existência do amor e da responsabilidade consciente das mentes; e, 3) da comunhão espiritual, transcendental, na experiência de êxtase atingido no orgasmo.
Para a cultura semita, do mundo antigo, o reconhecimento e a integração dessas três dimensões e o papel da sexualidade sempre foram claros e devidamente tratados como saúde integral pelos terapeutas cristãos (os curad´almas) até o século I d. C.
Esse presente maravilhoso dado por Deus, contudo, teve seu uso e compreensão descaracterizados ao longo da história humana e na própria história da igreja, o que acabou, inclusive, banalizando a importância da continuidade da vida, do milagre do desenvolvimento da gravidez e do nascimento em si. Hoje temos um mundo onde se difunde o sexo feito de qualquer jeito, a qualquer momento, com qualquer pessoa, sem qualquer objetivo e, infelizmente, os reflexos desse pensamento têm influenciado os membros das igrejas.
No aconselhamento de casais cada vez mais ouço sobre a pobreza ou o adoecimento da convivência sexual, sempre desarticulando a tridimensionalidade humana. Já com os adultos solteiros, ouço muitos argumentos mundanos, pelo desconhecimento da seriedade da questão da sexualidade aos olhos de Deus confundido com contextualização de pós-modernidade ou, no extremo oposto, uma castidade de identidade reprimida, frustrada, sem falar na ocultação da orientação homossexual por medo profundo e o não saber o que fazer ou para quem pedir ajuda.
Diante desse cenário, certamente temos que parar com a cultura do proibir, condenar e ocultar, e desenvolver a cultura do explicar, cuidar e ensinar a lidar. É preciso resgatar o entendimento da vivência sexual sadia como culto a Deus, comunhão de gratidão, por sua criação maravilhosa, e manifestação de amor, da própria divindade em nós, por nós e através de nós.

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