A idolatria do bem estar

Temos uma tendência a questionar Deus quando as adversidades chegam

Arthur Ashe foi um grande tenista afroamericano nascido em Virginia, Estados Unidos. Foi o primeiro negro a fazer parte da equipe que disputaria a Copa Davis, sendo campeão por duas vezes e também campeão em Wimbledon. Além disso, Ashe foi um lutador contra as políticas raciais no Sul da África.
Em 1988 veio o grande golpe. Após uma transfusão de sangue devido a uma cirurgia, ele contraiu o vírus da AIDS. Por ser um ícone americano, muitas pessoas mandaram cartas de apoio e, em uma carta específica, a seguinte pergunta: “Por que Deus teve que escolher você para essa terrível doença?”
Arthur respondeu: “No mundo, 5 milhões de crianças aprender a jogar tênis, 5 mil conseguem jogar em torneios importantes, 50 chegam a Wimbledon, 2 a final.
Quando eu estava levantando os troféus nunca perguntei a Deus – “Por que eu Senhor?” e hoje, na minha dor, eu não vou perguntar.”
Temos uma tendência a questionar Deus quando as adversidades chegam em nossas vidas. Temos a dificuldade de lidar com problemas de saúde, morte, problemas financeiros, solidão, dificuldades nos relacionamentos etc. O ser humano busca uma constante satisfação e bem estar e, geralmente, a primeira pessoa a ser colocada “contra a parede” é o próprio Deus.
Em contrapartida, quando recebemos um aumento de salário, ganhamos um presente, somos curados, estamos cercados de pessoas que nos amam, desfrutamos de uma vida de paz, não questionamos ao Senhor: “Por que eu?, porque comigo?”. Pensamos que é algo merecido e que Deus tem a obrigação de nos abençoar.
Esse tenista nos ensina a mesma lição de Jó quando perdeu tudo: “O Senhor deu, o Senhor levou, bendito seja o nome do Senhor.”
No mundo teremos aflições, vamos sofrer, vamos perder pessoas que amamos, vamos adoecer, vamos sentir saudades, vai ser difícil!!! Mas Jesus disse: “tenham bom ânimo, eu venci o mundo”.
Que Deus nos ajude a viver a palavra: “Dando sempre graças POR TUDO a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” (Efésios 5:20)
Gratidão gera intimidade e é isso que o nosso Pai quer.

Uma mentirinha só…

A verdade, não a mentira, deve ser a base dos relacionamentos

“Não mintais uns aos outros, uma vez que já vos despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3:9).
Mentir parece ser algo bom. Só parece! Imagine um pai ou uma mãe que costuma mentir para os filhos. Que benefícios eles colherão no futuro? Nenhum! Pelo contrário, essa atitude põe em risco a formação ética e moral deles. Um filho que costuma ouvir os pais mentirem para obter benefícios, não demorará fazer o mesmo. De tanto ouvir mentiras, aprenderá a pronunciá-las também. Engana-se quem pensa que a mentira traz boas consequências para a vida de quem a profere. Jacó mentiu, e pagou um alto preço. Seus filhos o imitaram e, depois, se viram em grandes apuros.
A prática da mentira é um grave desvio de comportamento. Quem se acostuma à mentira, tem dificuldade de viver sem ela. Logo, não cultive a mentira em sua vida. Caso contrário, ela poderá destruir você. Cuidado para que o seu relacionamento com o cônjuge e com os filhos não se baseie em palavras e atitudes falsas, pois o prejuízo será incalculável. Exemplo disso é a perda da credibilidade. Na manutenção dos relacionamentos, a prática da verdade é fundamental, conforme orienta o texto de Efésios 4:25: …deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Se você não quer perder a credibilidade de suas palavras e não deseja levar má fama, fale a verdade com o seu próximo. A verdade, não a mentira, deve ser a base dos relacionamentos.
Sobre o dano à credibilidade de uma pessoa, é preciso considerarmos duas verdades necessárias. Em primeiro lugar, atitudes hipócritas abalam a credibilidade. Falar uma coisa e viver outra é hipocrisia. O hipócrita defende um pensamento, mas suas atitudes nada tem a ver com o mesmo. Um pai hipócrita exige honestidade do filho, quando em si mesmo, não há honestidade alguma. Uma mãe hipócrita exige controle financeiro da filha, mas ela mesma não se contém diante da oportunidade de “torrar” o limite do cartão de crédito. Não minta para as pessoas. Se der um conselho para alguém, seja você o primeiro a segui-lo.
Em segundo lugar, a perda da confiança abala a credibilidade. Quem mente perde a confiança dos outros. As palavras dos mentirosos perdem a credibilidade até quando são verdade. Há uma frase antiga que decreta: “a mentira tem pernas curtas”. Esta é antiga e verdadeira. Quantos cônjuges deixaram de confiar no (a) companheiro (a) por causa da mentira? Quantos patrões perderam a credibilidade porque agiram de má fé com seus subordinados? Quantas amizades se desfizeram, vítimas do engano? Isso é um risco que eu e você não precisamos correr. O texto sagrado é um conselheiro fiel de todos nós: não mintais uns aos outros … (Cl 3:9).  Credibilidade não se ganha, se conquista. Então, não seja uma farsa. Não destrua a sua família por conta da mentira. Fale a verdade. Se você errou, admita o erro. Se alguém errou, mostre-lhe, com amor, o erro. Não minta para ficar bem com as pessoas. Não engane, não ludibrie. Seja verdadeiro. Seja autêntico.

O poder de ser servo

Se a ambição e o individualismo ocupam lugar na igreja, passam a ser os maiores inimigos do próprio Evangelho

 
Na Carta aos Filipenses, Evódia e Síntique exemplificam a situação de muitos cristãos ao longo da história. Ambas são reconhecidas por sua cooperação com o Evangelho (Fp 4.3), mas se encontram em desarmonia em seu relacionamento na própria Igreja. Pode parecer que a concordância entre cristãos deva ser de gostos, opiniões e afetos, porém, nos relacionamentos interpessoais cabe aos cristãos, acima de tudo, a concordância no amor incondicional, princípio fundamental da fé (Mt 22:36-40; Mc 12: 29-34).
Ter opiniões, procedimentos e preferências diferentes é uma questão de individualidade, mas não pode ser de individualismo, imposição ou autoritarismo. A comunidade de Filipos manifestou-se em amor e cuidado com Paulo, amparando-o tanto com recursos materiais como humanos, de forma única. Demonstraram por diversas vezes fidelidade ao Evangelho e àqueles que o servem integralmente.
A participação marcante de mulheres como Lídia (At 16.15), Evódia e Síntique, da sensibilidade do feminino em funções importantes de liderança, pode ter colaborado para este diferencial e é um ótimo exemplo para a igreja contemporânea. Mas, fica o alerta de Paulo à possibilidade da perda de harmonia diante das diferenças surgidas nos relacionamentos interpessoais em função da procura de cada indivíduo pelos próprios interesses (Fp 2.2b-4). Afinal, individualidade e individualismo são coisas bem diferentes.
A proposta de santificação da teologia bíblica trata da busca de autocompreensão de si junto a Deus intencionando a renovação da mente (Rm 12.2) para manifestação do fruto do Espírito (Gl 5.22). O Evangelho não nos convida a anular a nossa dignidade e individualidade, mas sim, a reconhecer a dignidade e a individualidade alheias e nos dedicarmos a preservá-las. Jesus manifestou a ética divina em plenitude, por isso, Palavra encarnada (Jo 1.14). Assim, Paulo insere um hino cristológico na Carta aos Filipenses (2.6-11) que sintetiza o Evangelho e destaca o aspecto fundamental do amor encarnado, o da humildade de não se entender superior a nada nem a ninguém, que permite a verdadeira servidão.
O grande poder redentor do Cristo foi exatamente o de abrir mão do poder estruturante que surge nas relações interpessoais em todo e qualquer grupo humano, que busca promover domínio e subjugação, pois confunde a dignidade humana e a individualidade com o lugar e o papel social de cada um, o que é a contramão do conceito de Corpo de Cristo.
Isso permite compreender que a verdadeira alegria é a de aprender a viver na escassez ou na abundância, tanto material como do atendimento dos nossos anseios, pois a solidariedade dos irmãos e irmãs em Cristo, a demonstração de importarem-se e verdadeiramente apoiarem-se é o espírito de humildade e de servir do Cristo encarnado através da Igreja. Se o desejo de servir for desassociado da compreensão de que também somos obra de Deus em andamento, a ambição e o individualismo tomam lugar e passam a ser os maiores inimigos do próprio Evangelho, não precisando de forças externas à Igreja para miná-la.
 

Coloque a Pedra no assunto!

Este Jesus é ‘a pedra que vocês, construtores, rejeitaram, e que se tornou a pedra angular”. (Atos 4.11)
Talvez você já tenha ouvido alguém dizer ou até mesmo dito assim: “Vou colocar uma pedra nesse assunto”.
Sempre que usamos a frase “colocar uma pedra”, estamos dizendo que queremos esquecer uma situação ruim ou pelo menos não tocar mais no assunto. Nunca dizemos: “quero colocar uma pedra no assunto que se refere ao aumento do meu salário”, ou “quero colocar uma pedra no assunto de que fui curado de um câncer terminal”. As boas novas queremos propagar, mas quando se trata de algo desagradável o que mais queremos é colocar “uma pedra no assunto”.
É horrível viver na sombra de uma decepção, de uma traição, de um mal entendido, de alguma desavença, da perda de um emprego, de acusações mentirosas enfim, momentos que não queremos mais que façam parte de nossas vidas.
O certo mesmo é colocar a Pedra nesses assuntos!
A pedra mais significativa em edifícios importantes é a pedra angular. Geralmente é a primeira pedra em uma cerimônia formal. Muitas vezes é gravada com a data da construção, ou talvez outra inscrição, homenageando uma pessoa ou um evento. Assim, não devemos nos surpreender que Jesus  seja chamado de gonia, ou “pedra angular”.
Quando colocamos a Pedra – Jesus, em situações dolorosas como as citadas acima, poderemos até lembrar dos problemas, mas lembraremos deles sem a dor, sem mágoa, sem rancor, pois entenderemos que Jesus nos perdoa e o mesmo devemos fazer!
Coloque Jesus nas decepções, coloque Jesus na traição que sofreu, coloque Jesus na causa!
O melhor é que quando colocamos a Pedra em nossa vida, a construção da nossa história passa a ser melhor alicerçada e assim acaba com as chances de sermos derrubados pelas tempestades da vida.
“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.” (Mateus 7.24-25)
 

Cuidado com os rótulos!

Categorizar as pessoas pode nos afastar delas, perdendo a chance de estabelecer relacionamentos

Em tempos de alimentação vegana, intolerância ao glúten e à lactose, dietas hipocalóricas e alergias as mais diversas, tornou-se essencial ler os rótulos dos alimentos. Da mesma forma, a fé na abstinência de alguns alimentos demanda esse cuidado. Não só questões alimentares, mas também a preocupação ecológica tem levado as pessoas a prestarem cada vez mais atenção aos rótulos de produtos de beleza, higiene e até do vestuário. Parece exagero, mas tem gente que não consome nada sem saber sua origem e composição.
Os rótulos são úteis porque servem para descrever o conteúdo de uma embalagem, suas propriedades e riscos que eventualmente ofereça. Eles simplificam a nossa vida e mesmo que não tenhamos um motivo especial para isso, ler os rótulos é uma boa prática para saber o que estamos levando pra casa.  Mas existem situações onde os rótulos podem não ser tão bons assim: quando eles são aplicados às pessoas. Desses não conseguimos fugir, pois o tempo todo recebemos rótulos e os colocamos nos outros.
Os que recebemos são principalmente fruto de nossa criação e de nosso relacionamento com pessoas próximas. A maioria de nós ouviu coisas boas e ruins a seu respeito, durante toda a vida.  Bem ou mal, sobrevivemos às marcas que nos foram colocadas pelos pais, pelos professores e pelos amigos. Como consequência há pessoas que levam para a vida adulta marcas emocionais profundas e percepções distorcidas de si mesmas. Relacionamentos são prejudicados, capacidades e potenciais são desperdiçados por conta de críticas, palavras pesadas e comparações, que foram grudados com eficiência em nós.
A prática de rotular se tornou tão comum, que hoje em dia qualquer pessoa, mesmo sem nenhum conhecimento profissional, se acha competente para diagnosticar um problema emocional ou de comportamento. Assim, é comum ouvirmos que uma pessoa age de tal maneira porque “sofre de depressão”, “tem TOC (Transtorno Obssessivo-Complusivo)”, “está surtada”.  Ao agir dessa maneira irresponsável, procuramos uma forma simples e conveniente de descrever os comportamentos do outro, colocando nele uma marca. É um jeito de nos distinguirmos e afirmarmos a nossa “normalidade” na suposta “anormalidade” do outro.  Essa simplificação também nos serve de álibi para não nos envolvermos, pois a mesma habilidade que demonstramos para rotular, não apresentamos na hora de ajudar, jogando o problema para a esfera profissional.
Assim, da mesma forma que os rótulos dos produtos simplificam a nossa vida, procuramos simplificar as nossas relações pessoais categorizando as pessoas pela aparência, pela classe social, pela religião, pelas qualidades morais e posicionamento político, dentre outros. Quando agimos assim, além do sofrimento que causamos, nos afastamos das pessoas e perdemos a chance de estabelecer relacionamentos mais profundos com elas, inibindo riquíssimas oportunidades de troca, de crescimento e até mesmo de evangelismo.
O próprio Jesus foi vítima de rótulos: foi chamado de beberrão, glutão, subversivo, amigo de pecadores, sendo que muitos dos que o seguiam de perto foram incapazes de saber quem Ele era de verdade. O mais incrível foi ter sido reconhecido na sua essência por um ladrão na cruz, que num único e doloroso contato, viu nEle o Salvador da humanidade!
É fato que não conseguimos fugir dos rótulos quer como vítimas, quer como algozes. Porém, como pais precisamos tomar cuidado com o que falamos, para não ferir ou paralisar o potencial de nossos filhos; como filhos, perdoar nossos pais por palavras pesadas, que não precisamos carregar como uma marca para o resto de nossas vidas; como cristãos, jamais esquecer de que Cristo nos vê e nos aceita além das marcas que carregamos, verdadeiras ou não.  Que possamos julgar menos e ver mais como Ele: não com os olhos, preferências ou opiniões, mas com o coração!
 
 

A pós-verdade e a fé cristã

Quando o que “eu sei”, o que “eu acho” e o que “eu faço” predominam, não estamos seguindo a Palavra de Deus

 
“E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.” (Jo 8.32)
Pós-verdade é um neologismo  utilizado pela primeira vez pelo dramaturgo Steve Tesich  em 1992, que descreve a situação na qual, na hora de criar e modelar a opinião pública, os fatos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais. A Universidade Inglesa de Oxford classificou esta palavra como principal para esclarecer muitos acontecimentos políticos pelo mundo. Se algo está sendo dito repetidas vezes nas redes sociais, alcançando respaldo nas convicções pessoais, independente de que seja verdade ou não, passa a ser assimilado como um fato pela maioria. E, desta forma, baseado no “eu”, as pessoas montam um “kit” dessas verdades aparentes e passam a nortearem-se por elas. Mas, será verdadeiro um assunto ou posicionamento por ter sido massificado? Nem sempre. Muitas vezes, temos presenciado a verdade vir à tona, mesmo depois de um assunto ter virilizado nas redes sociais. No entanto, mesmo que a verdade apareça, as pessoas preferem continuar acreditando na mentira, por estar de acordo com a sua ótica. O que prevalece é o seu “achismo” independente da verdade. Assim, rejeitam a verdade e escolhem a pós-verdade.
Gostaríamos muito que o termo “pós-verdade” fosse aplicado apenas às notícias políticas, porém, temos visto este fenômeno relacionado aos valores espirituais. Por isso, o aumento dos desigrejados (sem igreja) ou poligrejados (participam em mais de uma igreja). Nestes casos, formam um kit religioso pessoal e ficam sem uma igreja para servir ao Senhor ou participam em várias igrejas simultaneamente. Por exemplo, congregam em uma igreja pela música, em outra pelo ensino ou pregação, e ainda em outra pela estrutura física do prédio. Este comportamento, por ser similar ao “pós-verdade” da área política, gera insatisfação e muitas vezes reflete a aceitação da velha mentira de Satanás no Éden, ao relativizar a Palavra de Deus e escolher seu próprio destino.[1] Ou seja, uma exaltação exacerbada do “eu”. Quando o que “eu sei”, o que “eu acho”, o que “eu faço” predomina, independente da Bíblia Sagrada e do modelo de Cristo, isso equivale a se colocar embaixo do senhorio de Satanás e trilhar o caminho da apostasia que conduz à perdição. É querer ser igual a Deus, quando na verdade, não passa de um minúsculo “deus”.
Para a fé Cristã alguns valores são inegociáveis como a Bíblia, a Igreja e Jesus Cristo.
A Bíblia é inspirada[2] e inerrante[3] em seu conteúdo; eterna;[4] clara nos princípios Divinos;[5] suficiente para mostrar os propósitos do Reino de Deus;[6] indispensável para o crescimento espiritual[7] e uma revelação especial do Evangelho Eterno.[8]
A Igreja, apesar de suas fraquezas e ainda não estar glorificada, Ela é a Noiva do Cordeiro;[9] o Corpo de Cristo;[10] a Família[11] e a Lavoura[12] de Deus; o Sacerdócio Real, a Nação Santa, o Povo adquirido de Deus;[13] o Rebanho[14] e o Edifício[15] do Senhor. A perfeição será após o arrebatamento da Igreja, na glória eterna.
Quanto à Cristo, Ele é o personagem central da Bíblia, do evangelho e da história.[16] O princípio e a finalidade de todas as coisas.[17] O Rei dos reis e Senhor dos senhores.[18] O único salvador por viver de maneira santa,[19] morrer na cruz[20] e ressuscitar.[21] [22]
Saciemos nossas vidas nas fontes da salvação que jorram profusamente da Bíblia Sagrada. Perseveremos com os nossos irmãos na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações.[23] Aceitemos, ministremos e celebremos a “verdade” libertadora de Cristo[24] pois podem passar os céus e a terra, mas essa verdade nunca será “pós”.
[1] Gn 3.1-5
[2] 2 Pe 1.21
[3] Lc 16.17
[4] 1 Pe 1.25
[5] 2 Tm 3.16
[6] Hb 4.12
[7] Sl 1
[8] Rm 15.4
[9] 2 Co 11.2
[10] 1 Co 12.12-31
[11] Ef 2.19
[12] 1 Co 3.6-9
[13] 1 Pe 2.9, 10
[14] Sl 100.3
[15] 1 Co 3.9
[16] Jo 1.1-3
[17] Cl 1.16
[18] Ap 19.16
[19] Hb 4.15
[20] Jo 19.30
[21] Jo 14.6
[22] At 7.55, 56
[23] At 2.42
[24] Jo 8.32

Espremi a laranja, saiu suco

Me espremeram, saiu…

“Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca.” (Isaías 53:7)
Quando uma laranja é espremida, o resultado é o suco da laranja. O limão espremido resulta em suco de limão, a azeitona espremida, dá azeite e tantos outros produtos que, uma vez espremidos, têm como resultado a essência do produto.
Quando você é “espremido” pelas adversidades da vida, o que “sai” de você?
Quando você é injustiçado, quando você é difamado, maltratado, rejeitado, confrontado, o que sai de você?
A Bíblia diz que a boca fala do que está cheio o coração. Quando as adversidades espremem você, consegue ver Deus agindo a seu favor? Você consegue ver Deus forjando o caráter de Cristo na sua vida? Você consegue se calar, orar, louvar, agradecer, amar?
Abraão foi espremido e saiu fé.
Ester foi espremida e saiu oração e jejum.
Maria foi espremida e saiu entrega.
Paulo e Silas foram espremidos e saíram louvores.
Estevão foi espremido e saiu adoração.
Jesus foi espremido, moído, afligido e dele saiu amor.
É nas adversidades que revelamos quem realmente somos, onde estão plantadas nossas raízes, nossa essência. É nas adversidades que vemos o resultado da nossa vida no Secreto, aos pés do Pai. E se o resultado tem sido algo negativo, talvez seja necessário parar, respirar, ver onde caímos e recomeçar. O mais importante de tudo isso é que Deus sempre está disposto a nos dar uma nova oportunidade e nos ajudar em todo processo.
Você tem sido espremido pelo Pai? Qual tem sido o resultado?
 

O valor da correção

Pais, não desistam de disciplinar seus filhos, de forma equilibrada e amorosa.

“Permitam que Deus eduque vocês, pois Ele está fazendo o que qualquer pai amoroso faz com seus filhos. Pois quem já ouviu falar de um filho que nunca foi corrigido?” (Hb 12:7 – Bíblia Viva).
Parece brincadeira de tão ridículo que é; mas, sim, é verdade. Refiro-me a um episódio ocorrido no início deste ano, na cidade de Ohio, nos Estados Unidos e que, no Brasil, foi noticiado no site da Isto É.1 Trata-se de uma ocorrência policial em que uma garota de 16 anos de idade ligou para denunciar o pai. O motivo: ele confiscou o telefone celular dela como punição por tê-lo protegido por senha. Para justificar sua atitude, a garota argumentou aos policiais que atenderam a ocorrência: “Meu pai pegou minha propriedade, que é um telefone de US$ 800 que não pertence a ele. Ele não comprou”. O pai, por sua vez, explicou que pegou o telefone da filha porque ela é uma adolescente: “Eu não posso inspecionar, porque o telefone está com senha, então, eu tirei dela”. Os policiais ficaram ao lado de Robertson, o pai da menina, e determinaram que se tratava apenas de uma questão disciplinar.
Esse ocorrido traz à memória o que foi alertado pelo apóstolo Paulo no primeiro século, em 2 Tm 2:1-2: Sabe, porém, isto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes. Os tempos difíceis chegaram e, nós, os presenciamos. Convivemos com uma geração difícil de entender, de convencer e de lidar. A impressão que surge é que se foi o tempo em que os cabelos brancos de alguém simbolizavam a virtude da sabedoria adquirida pela longa experiência de vida e, que, hoje em dia, eles não passam de sinais de caduquice, ruína, decadência. Talvez seja este um dos motivos pelos quais muitos filhos não aceitam se curvar à autoridade de seus progenitores; estes filhos maculam o princípio do quinto mandamento da lei de Deus, que orienta: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá” (Êx 20:12).
Os pais são detentores de honra. De acordo com o quinto mandamento do Decálogo, o próprio Deus os investiu de autoridade. Eles merecem o respeito, a consideração e o cuidado de seus filhos. Este princípio é inegociável e irrevogável (Mc 7:10-13). Cabe aos pais, portanto, a incumbência de ensinar a criança no caminho em que deve andar (Pv 22:6). Para isso, é necessário, por vezes, lançar mão do ato da correção. A disciplina é um princípio bíblico e deve ser levada a sério. Nas sábias palavras de Provérbios 6:23b: as repreensões da disciplina são o caminho da vida. O pai e a mãe que aplicam a correção em seu lar fazem bem à família.
A disciplina deve ser levada a sério na família por algumas razões importantes. Em primeiro lugar, a disciplina é uma atitude preventiva: Ele morrerá pela falta de disciplina… (Pv 5:23). Filhos que não recebem a correção quando erram, continuam a cometer os mesmos erros. Pais negligentes condenam seus filhos ao risco de um futuro marcado pela criminalidade. O sacerdote Eli faltou com a correção e seus filhos receberam a morte como castigo (1 Sm 2:29,34). Davi se mostrou negligente ante o pecado de seu filho Amnom e viu a tragédia arrasar sua família (1 Sm 13). Esses males seriam evitados se a correção houvesse sido posta em prática. A disciplina é um remédio que, quando aplicado, pode arder na ferida, mas em seguida, garante a cura; ela obriga os filhos a chorarem no presente para que os pais não lamentem no futuro.
Em segundo lugar, a disciplina é amorosa: “Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hb 12:6). Deus nos ama como filhos e, por isso, nos corrige quando é preciso. É nele que os pais devem se espelhar; como ele os pais devem agir. A correção é, portanto, um ato de amor. Quem ama, corrige. Quem ama sabe dizer “não”. Há quem pensa que o amor é uma porta de entrada para uma vida sem imposição de limites. Quem dá aos filhos tudo o que eles querem, ignorando o que eles realmente precisam, está cometendo um erro grave. Quem ama ensina o limite do outro e corrige quando tal limite é desrespeitado. É isso que ensinam as instrutivas palavras de Pv 13:24: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina.” Ensinar o bem é uma questão de urgência.
Pais, não desistam de seus filhos. Sempre que necessário, os corrijam. Contudo, façam isso em amor. Não os disciplinem sem razão justificável. Explique-lhes o motivo de eles estarem recebendo a devida punição e faça-lhes entender que isso é uma atitude de amor; que você se importa com eles ao ponto de prezar pela formação de seu caráter. Deixo também uma consideração aos filhos: não desistam de seus pais. Aceitem a correção, os conselhos e o amor deles. Diante de Deus, eles são responsáveis pelo bem-estar de vocês. Então, honre-os! A propósito: Coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são os pais (Pv 17:6).
Disponível em: https://istoe.com.br/pai-retira-celular-de-filha-e-ela-chama-a-policia-nos-eua-e-minha-propriedade/, acessado em 03/04/2019.

A dor de ser homem

São cada vez mais evidentes os efeitos desse vazio existencial, que se propaga em meio ao medo

Mais do que nunca, a violência contra a mulher, e o feminicídio como sua maior expressão, tem sido denunciada, debatida e combatida. Milênios de vida humana descrevem os horrores do machismo contra mulheres e crianças. Mas, infelizmente, pouco ou nada se fala sobre os danos causados ao próprio homem. A dor do masculino permanece oculta, ignorada, até mesmo negada.
Contudo, seus efeitos estão cada vez mais evidentes na realidade brasileira, no mundo. Cresce dia a dia uma massa volumosa de homens que não conseguem progredir em estudo, em carreira, em relacionamentos. Estão dentro e fora das igrejas, ao nosso redor, em todas as categorias socioeconômicas. Não é mais um mérito da pobreza. Crescem também, os números de mortes de homens, entre 14 e 25 anos de idades, por violência e suicídio; a superlotação dos presídios masculinos, os desempregados e descasados, cujas companheiras cansaram de sua inércia ou dos vícios diversos.
Homens que não conseguem relacionar-se com outros homens porque assistiram e sofreram até o final de sua adolescência a ação violenta do pai biológico contra sua mãe, ele e seus irmãos. Homens cuja autoestima é tão destroçada pela necessidade não suprida de afeto masculino, a constante ameaça de abandono ou agressão, a responsabilidade de tornar-se precocemente o “homem casa” para supri-la materialmente, ou mesmo afetivamente, as  dificuldades maternas.
Homens que não conseguem acreditar que podem estudar e desenvolver uma carreira, porque aprenderam que virilidade é ter força bruta, impô-la sobre outros, para serem bem sucedidos, conquistar riqueza e satisfação sexual. Homens que acreditam que não lhes resta o que fazer, além do refúgio na bebida, nas drogas, na pornografia e masturbação. E muitos, mesmo conhecendo o Evangelho, não conseguem ter uma experiência com Cristo, uma representação masculina de Deus, porque não sabem como dialogar com sua própria imagem e semelhança.
O silêncio cresce juntamente com a apatia dos meninos das novas gerações, que aguardam, mas não sabem o que aguardam. Um grande vazio existencial, que se propaga em meio a medo. O medo de ser homem. Algo ruim, negativo, sem sentido.
Esperança? Somente se os homens conseguirem admitir o que acontece, quebrantarem-se, e procurarem ajuda para curar suas feridas. A masculinidade redimida, em Cristo, só pode ocorrer pela admissão do que se vive, e não pelo silêncio.  O Cristo certamente  aguarda, como homem perfeito  e amigo, para resignificar a história de vida de cada um.