Tiago trata em sua epístola a língua de uma forma singular (3: 1-12), quando vamos ao verso 4, e as figuras de: controlar o cavalo com freio e o navio com leme, percebemos serem imagens recorrentes no antigo Mediterrâneo, que seriam entendidas por todos, assim como no caso do cavalo que era um animal utilizado para o transporte de pessoas e cargas, e ambos precisavam destes instrumentos para o seu controle.
Já no versículo 5, temos o exemplo de como uma floresta pode ser incendiada por uma pequena fagulha de fogo, da mesma forma temos na língua um pequeno membro que pode incendiar muitas pessoas. Não é a toa que o salmista nos alerta: “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios” (Salmos 141:3). Não se deve amaldiçoar as pessoas, que foram feitas à imagem de Deus (Tiago 3:9-12).
A língua é cheia de veneno mortal. Lashon hara’ (literalmente “língua do mal”) no judaísmo se refere à fofoca, calúnia, boato, difamação e outros maus usos da fala. O Talmude a condena severamente: se alguém fala lashon hara’, é como se ele negasse a Deus… o pecado de lashon hara’ é classificado igualmente aos pecados de idolatria, imoralidade sexual e assassinato.
Os três pecados nomeados são aqueles pelos quais, um judeu preferia perder sua vida a cometê-los.
Os antigos rabinos ainda ensinavam que ninguém deveria dizer: “Que meu próximo seja envergonhado’, pois assim você estaria envergonhando aquele que foi criado à imagem de Deus” (sobre Gênesis 5:1). O que dizer sobre nosso tempo de cancelamentos e fake news? Quando vidas têm sido destruídas na internet em pouco tempo?
Vale pensar de qual lado da torcida nós estamos? Se do lado para ver o circo pegar fogo, ou para que as pessoas sigam bem suas vidas…
Lembre-se que nossa melhor pregação é nossa vida, portanto de nada irá adiantar dominarmos nosso corpo, mas deixarmos que nossa língua entregue o que está em nosso coração.