“Que os homem nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” (I Co 4:1-2)
Todo líder cristão sempre está dando ênfase à “maturidade espiritual”, isto é, ao desenvolvimento espiritual, ao crescimento nas coisas espirituais, na vida cristã, naquilo que se abraça, em que se acredita, que se prega e que se vive. É importante dizer que “vida cristã” não se vive de esforço próprio, mas por meio de Cristo em nós. E, se somos nós que decidimos o que faremos com nossa vida, dificilmente poderemos viver uma verdadeira vida cristã. Mas, se abrirmos o coração e deixarmos que Cristo seja entronizado em nós, seremos novas criaturas. Entregar-se a Cristo envolve submissão do intelecto, das emoções e da vontade. Ao recebermos Cristo em nossa vida, começamos a grande aventura para a qual Deus nos criou (I Pe 2:9-12).
Viver Cristo é pensar como Cristo, agir como Cristo, é ter Cristo em nós. Ele quer nos dar poder e forças para vencermos todas as dificuldades; quer se expressar através de nossas emoções, falar através da nossa boca e agir através dos nossos membros. Precisamos entender que, mesmo vivendo em uma cultura secularizada, devemos desenvolver hábitos e costumes próprios de pessoas íntegras e justas, segundo os ensinamentos das Sagradas Escrituras. No mundo de hoje, fala-se muito de Cristo, prega-se muito a sua palavra, mas não se vive Cristo. Entre aqueles que exaltam as virtudes da luz, muitos há que vivem nas trevas. Isso nos leva à grande preocupação: estamos nós, pastores, cumprindo a obrigação de apascentar, cuidar e alertar o rebanho de Deus?
Como estamos vivendo? Segundo os princípios de Deus ou segundo os nossos próprios princípios? Cristo é visto em nossa vida, em nosso ministério? Fomos chamados para ser modelos, exemplos para o rebanho: “Sê exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza. Persiste em ler, exortar e ensinar” (I Tm 4:12). “Em tudo te dá por exemplo de boas obras: na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe” (Tt 2:7). Somos alertados a andar em conformidade com a vontade de Deus e a participarmos de sua própria natureza. Para isso, é necessário que vivamos uma vida consagrada, de modo que as virtudes cristãs, tais como a santidade, a piedade e a reverência, possam desenvolver-se em nossas vidas.
É necessário que tenhamos fome da “palavra de Deus” e busquemos sempre a unção do Espírito Santo, que é quem vai dar vida ao nosso ministério, que, segundo Paulo, é uma “excelente obra”. Procuremos, pois, sempre ter paixão por Cristo, pelo evangelho e pelo ministério. A paixão é como uma espécie de fogo que queima o coração; é o poder de Deus na vida do pregador. Que Deus nos dê a alegria de ver a nossa igreja vivendo um tempo de restauração espiritual e que essa restauração comece por nós, pastores.
Pr. Efraim Silvino Teixeira, superintendente da Convenção Paranaense e integrante do Departamento Ministerial – Geral.
Texto publicado originalmente no Boletim Informativo Ministerial, ano 2008, nº 2