“Onde você estava?”

A pergunta de Deus a Jó nos faz refletir sobre a grandeza e soberania dele

 
Bill Gates perde toda a sua fortuna em razão da quebra da Microsoft. Bill Gates perde seus imóveis e se torna morador de rua. Bill Gates perde todos os seus filhos em um único desastre. Bill Gates é diagnosticado com tumor maligno em fase terminal.
Chocante, não? Foi o que aconteceu com Jó. Inicialmente a comparação com Bill Gates pode parecer exagero, mas se lembrarmos que Jó era o homem mais rico do Oriente (1:3), os exemplos se aproximam.
As tragédias listadas seriam lastimáveis para qualquer um de nós, mas por que nos causa um espanto maior se acontecessem com Bill Gates, afinal,  aconteceram com Jó? Porque, de acordo com a mentalidade que impera nos dias de hoje, o dinheiro passa a ideia de estabilidade e de segurança. Afinal, todos nós estudamos para conseguir um emprego legal, que proporcione a nós e à nossa família estabilidade financeira.
Se outras perguntas de Deus a personagens bíblicos podem ser consideradas filosóficas, brandas, talvez essa seja a mais desafiadora. “Onde você estava quando lancei os alicerces da terra…?” (Jó 38.4) Com esse questionamento, Deus nos mostra que não importavam os bens de Jó, nada disso se compara à grandeza e soberania de Deus.
Onde a gente estava quando Deus criou os céus? Quando separou a terra dos mares? Quando pensou em cada etapa do plano de salvação? Para todas essas perguntas a resposta é a mesma: em lugar nenhum. Para concluir, vamos ficar com dois pensamentos.
Primeiro, é legal estudarmos, conquistarmos nossos feitos, alcançarmos nossas metas, mas absolutamente nada do que ganharmos, fizermos ou formos se compara à grandeza de Deus. Aquele que criou o Universo inteiro e sustenta a vida em todas as suas formas não pode ser comparado.
Segundo, a consequência disso é nossa obrigação em nos afastarmos de Deus ante a sua grandeza e a nossa insignificância? Absolutamente não! Deus nos faz essa pergunta não para nos rebaixar, mas para nos mostrar que não há o que temer, que qualquer tentativa de nos preocuparmos é em vão. As ondas podem vir, mas alguém também está no barco. Três podem ser lançados na fornalha, mas quatro serão vistos em meio ao fogo. Confie!
 
Estevão Cardoso de Oliveira é estudante de Direito e congrega na IAP em Vila Maria (São Paulo, SP).

Deus de perguntas

O que pensar quando a resposta de Deus não é bem como imaginamos?

Deus é o Criador de todo o Universo, Jesus é o caminho, a verdade e a vida; e o Espírito é o Consolador prometido. Esses atributos, somados a tantos outros, revelam que Deus deve ser a rocha fundamental da nossa vida. Ele é a resposta para nossos dilemas. Mas o que pensar quando esperamos respostas e Deus nos faz perguntas?
Aquele que servimos não é um mero Google, um livro de autoajuda. Ele não nos cria, salva e aviva simplesmente para fazermos perguntas esperando que o Pai aja como um mero Google.
Definitivamente não, o Deus que servimos é muito mais cuidadoso, Ele se preocupa em nosso aprendizado através de nossas próprias reflexões.
Muitas vezes, como forma didática, Ele nos faz perguntas para que possamos refletir sobre diversos aspectos do Evangelho e de nossa própria vida.
Pense na pergunta feita por Deus a Adão logo após a queda, consumada pelo fruto proibido. Através dessa pergunta, Deus nos leva à reflexão sobre dois pontos. Primeiro: Hebreus 4:13 confirma o atributo onisciente de Deus e que nada está oculto aos Seus olhos. Sendo assim, é evidente que Ele não precisava perguntar a Adão, assim como não precisa perguntar a nós. Então por que Ele o faz? Porque o nosso Deus é Pai, e, sendo o Pai perfeito, quer criar um relacionamento conosco. Dessa forma, Deus nos pergunta, mesmo não precisando, como forma de criar uma ponte, um relacionamento, para que possamos confessar nossos pecados e nos comunicar com nosso Pai.
Segundo: Adão tinha comido o fruto proibido juntamente com Eva. Reparou que Deus não perguntou “O que você fez?”, mas sim “Onde Estás?”. Trazendo a reflexão para o aspecto do pecado, é possível perceber que Deus não quer apenas saber o que fizemos para depois confessarmos, mas sim nos levar à reflexão sobre as consequências do erro. O pecado de Adão é evidente: a queda. Contudo, a resposta à pergunta de Deus (Onde estás?) mostra que Adão estava escondido por conta de sua nudez, o que só ocorreu em razão do pecado.
Concluindo, tenha sempre em mente que Deus não tem a necessidade, mas sim o interesse, de nos perguntar o que fizemos e o que pensamos, com o objetivo de criar um relacionamento.
Por fim, de acordo com a pergunta feita por Deus, não pense apenas em seu pecado, mas em que situação ele coloca você, onde ele leva você.
O nosso Pai quer se relacionar conosco, quer nos dar a correta dimensão do que fazemos e nos livrar de toda e qualquer amarra.
 
Estevão Cardoso de Oliveira é estudante de Direito e congrega na IAP em Vila Maria (São Paulo, SP).