Quando parece que nossas orações não chegaram a Deus

Tempo para tudo – para ser curado ou morrer

“Tudo tem o seu tempo determinado”, assim começa o capítulo três do livro de Eclesiastes, escrito por Salomão, rei de Jerusalém, no décimo século antes de Cristo, tendo como um de seus propósitos refletir as experiências e desesperanças de seu autor. Desta forma, este “é o livro do homem ‘debaixo do sol’ que filosofa sobre a vida…, representa a visão do mundo de um dos mais sábios homens, que sabia da existência de um Deus Santo que julgará todas as coisas um dia”[1].
A repetição das expressões como “vaidade das vaidades”, “tudo é vaidade”, “correr atrás do vento” deixa claro que, para o “pregador” – como Salomão se auto intitula neste livro – muito de suas experiências o levou à conclusão de um vazio nas realizações. Ele se encontrava frustrado porque muito daquilo que buscou durante sua vida não tinha valor duradouro. Desta forma, este livro demonstra que “a vida vista unicamente a partir da perspectiva humana resultará em pessimismo, e oferece a esperança por meio da obediência humilde e da fidelidade a Deus até o dia do julgamento final”[2].
Certamente que a compreensão da revelação divina, que nos proporcionaram os séculos que nos separam do sábio Salomão, nos permite afirmar que há uma sabedoria acima de tudo e de todos. Podemos assegurar, sem a menor das dúvidas, que há uma eternidade para ser vivida e que Deus, com sua infinita sabedoria, governa o mundo, governa a história e governa nossas vidas. Assim o Deus de Salomão, desde sempre, sabe discernir todos os acontecimentos e seus reais propósitos, de tal modo “o conhecimento que Deus possui dá-lhe o discernimento de tudo quanto existe e que poderá vir a existir. Tendo em vista que Deus existe por si mesmo, seus conhecimentos estão além de nossa simples imaginação, são ilimitados” [3]. Esta sabedoria é sintetizada desta forma pelo salmista: “Nosso Senhor é grande, com força sem limite: nunca compreenderemos o que ele sabe e faz”[4].
Este Deus que dá sentido à vida e que é surpreendentemente sábio, cura alguns e permite que morram outros. Seria longa a lista de cristãos sinceros, que tivemos a alegria de conhecer, por pouquíssimo tempo, pois já não estão mais entre nós, dizimados por doenças terríveis. Muitos destes servos que dormem em Cristo partiram muito cedo, poderiam ter vivido conosco muitos anos ainda, entretanto, a despeito das orações e consagrações por suas curas, ela não veio. O Senhor tinha outros planos, muito mais elevados que os nossos e agora eles aguardam o dia da gloriosa manhã da ressurreição.
Quando parece que nossas orações não chegaram diante de Deus e a morte chega, quando o Senhor não cura, alguns acreditam que ele esteja imputando um juízo sobre nós, ou mesmo que as orações não foram acompanhadas de fé genuína. Há quem chega a pensar que Satanás triunfou trazendo a morte e que Deus não pode fazer nada para mudar a sorte da pessoa que tanto amamos e pela qual tanto oramos.
“Se tudo der certo, Ele é Deus, mas se não der, continua sendo Deus”
baseado em romanos 8: 18-28, John Piper faz seis afirmações sobre a questão das doenças e da morte: (1) ele lembra que o pecado submeteu nosso corpo às enfermidades e a morte, (2) em seguida recorda que “há um tempo determinado” para a nossa redenção, onde nem as enfermidades nem a morte não mais existirão; (3) que Cristo conquistou o direito de uma vida sem doenças na eternidade; (4) que Deus controla todo sofrimento para o bem de seu povo; (5) que nossas orações devem suplicar além da cura, para que tenhamos força na provação e, finalmente (6) que devemos sempre confiar no poder e na bondade de Deus a despeito dos desfechos que estes cenários possam chegar.
Gostaríamos de enfatizar duas destas afirmações, pois o Deus da Bíblia não desperdiça sofrimento do seu povo, mesmo que sejam sofrimentos terríveis, o Senhor tem o controle de tudo, tudo está em suas mãos, nada passa despercebido diante dele. Quando Ele permite que a morte alcance o cristão, devemos entender que Ele está no controle: “Saibam todos que eu, somente eu sou Deus; não há outro Deus além de mim. Eu mato e eu faço viver; eu firo e eu curo. Ninguém pode me impedir de fazer o que eu quero” (BLH, Dt 32.39).
Após entendermos que o Senhor, que tem o controle de tudo, permitiu que a morte chegasse, devemos igualmente fortalecer a nossa fé de que ele é bom, sua bondade não tem limite. Se a Ele pareceu por bem permitir que a pessoa que tanto amamos iniciasse seu repouso, devemos continuar crendo em seu amor e na sua bondade para conosco. Pode ser que nunca saibamos o verdadeiro motivo que levou o Senhor a ter optado por um fim diferente do que gostaríamos, mas a verdade é que “o Deus Eterno diz: Os meus pensamentos não são como os seus pensamentos, e eu não ajo como vocês. Assim como o céu está muito acima da terra, assim os meus pensamentos e as minhas ações estão muito acima dos seus” (Is 55.8,9). Se o tempo da separação chegou, o Deus soberano, bondoso e amoroso sabe o que é melhor para cada um de nós, pois “os caminhos e pensamentos de Deus, Seus desígnios e Suas operações são celestiais e estão acima dos desígnios e operações dos homens, que são apenas terrenos”.
Finalmente, como diz a canção do hino de Delino Marçal: “Se a doença vier, Ele é Deus. Se curado eu for, Ele é Deus. Se tudo der certo, Ele é Deus. Mas se não der, continua sendo Deus”.
Quando a enfermidade chegar, a igreja de Cristo deve fazer o que se espera que ela faça: “orai uns pelos outros”. Ela deve exercitar a oração, o clamor, a súplica, a crença, a perseverança, mas, se a despeito de tudo isso a cura não chegar e a morte for o fim inevitável, é Deus fazendo o que se espera que um Deus faça! Que dê a palavra final sobre os dilemas que afligem sua criação.
Como dizemos, nem sempre iremos entender o que ele faz, é por isso que vivemos pela fé! Cremos na existência dele e que tudo é governado por ele. É possível que um dia tenhamos algumas respostas! Até lá caminhemos na certeza de que ele governa tudo com graça e misericórdia, sabendo que, quanto àquele que partiu com Cristo, iremos revê-lo na grande multidão dos salvos, iremos reencontrá-lo, reconhecê-lo, abraçá-lo, festejar com ele, participaremos com ele da mesa do Senhor!
Celebraremos o final desta página da história da humanidade manchada pelo pecado! “Não vos entristeçais como os demais que não têm esperança”. Nossa história não termina aqui. A morte não tem a última palavra. O reino eterno é de Deus e do nosso Cristo! A vida será eterna! Não mais morte! Não mais dor! Há tempo para todas as coisas aqui e haverá tempo para a eternidade ali. “Consolai-vos uns aos outros com estas palavras”.

Pr. Aléssio Gomes de Oliveira é responsável pela IAP em Vila Maria (São Paulo, SP).

Referências
1) Bíblia Sagrada, SCOFIELD, C.I. pg 662
2) Bíblia de Estudo de Genebra, 2ª Edição, 1984, pg 854
3) HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, CPAD, pg134
4) A MENSAGEM, Bíblia em Linguagem Contemporânea, Salmo 147.5
5) CHAMPLIM, Russel Norman, O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Ed. Hagnos, 2003, pg 2946

Quem semeia pouco, colhe pouco

Tempo para tudo – plantar e colher

Certamente, você já conhece o ditado popular: “Quem planta, colhe!”. Sem dúvida, a expressão surge como reflexo de um ensino muito claro nas Escrituras: “…tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6.7,8). Também em I Coríntios 9.6, Paulo reforça o ensino: “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará”.
Esta lógica existencial de causa e efeito também foi percebida por Salomão ao ensinar que há tempo para todas as coisas (Ec 3:1). Depois de observar a vida como ela é, o sábio rei reconhece que os prazeres saudáveis da vida vêm da mão de Deus e devem ser desfrutados com responsabilidade (Ec 3:12, 17).
Entretanto, a vida é uma sucessão de momentos e eles nem sempre são agradáveis. Neste texto, vamos refletir sobre os tempos de plantar e colher em sua relação com a vida. Em geral, preferimos o tempo da colheita. Todos queremos experimentar bons resultados no trabalho, ministério e vida pessoal. Esperamos receber um bom aumento de salário, ver o crescimento da igreja e da família. Amamos sentar-nos à mesa para desfrutar de uma boa comida, queremos celebrar a vitória de nosso time de futebol e ouvir uma edificante pregação no culto do fim de semana.
De fato, os tempos de colheita são bons demais. As sensações que nos proporcionam são inesquecíveis. Entretanto, a lógica bíblica também se reflete na vida. Antes da colheita, vem o tempo do plantio. Se nada for plantado, nada será colhido. Por isso, pensar no tempo da semeadura é fundamental para viver o tempo da colheita. Logo, precisamos considerar três princípios para vivermos bem, ambos os tempos.
1 – O tipo da semente. Você não pode plantar morangos e esperar colher pêssegos. De igual forma, não pode levar uma vida carnal e esperar ser um cristão fervoroso e cheio do Espírito. Como disse Josué Gonçalves, “se não gostas do que estás colhendo, olhe para trás e veja o que tu plantastes”. Portanto, semeie para o Espírito. Ore, estude a Escritura, ame o próximo, deleite-se em Deus. Somente a vida no Espírito poderá gerar uma vida abundante.
2 – A quantidade de sementes. Como diria o comentarista esportivo Arnaldo Cezar Coelho, “a regra é clara!”: quem semeia pouco, colherá pouco. Então, semeie tantas coisas boas quanto puder. Trabalhe com afinco, sirva com dedicação a todas as pessoas, evangelize quantas pessoas puder. Como disse o próprio Salomão: “Tudo o que te vier às mãos para fazer, faça conforme as tuas forças… (Ec 9:10a).” Se as sementes que você plantar forem boas, acredite, os resultados podem ser surpreendentes (Mt 13:23).
3 – O desgaste do trabalho. Uma coisa é certa: plantar dá trabalho. Não pense que será um processo simples e agradável. As coisas não são assim desde a queda (Gn 3:19). Os resultados não aparecem de imediato e você deverá ser perseverante e paciente. Novamente, o rei pregador nos ensina: Semeie pela manhã e continue a trabalhar à tarde… (Ec 11:6a).” Não dê chances para a preguiça e o desânimo, pois a recompensa é certa. Veja o que diz o salmista: “Os que semeiam com lágrimas colherão com gritos de alegria. Choram enquanto lançam as sementes, mas cantam quando voltam com a colheita” (Sl 126:5,6 – NVT).
Que tempo está mais evidente para você neste momento de sua vida? Tempo de plantar ou de colher? Seja como for, em certa medida, estamos plantando e colhendo o tempo todo. Hoje colhemos frutos que outros semearam e amanhã, outros se fartarão daquilo que estamos plantando. O importante é que precisamos estar conscientes de que há sempre uma boa maneira de viver qualquer um desses momentos.
Talvez você esteja desgastado pelo intenso trabalho e ansioso por colher bons frutos. Não desanime! Não se canse de fazer o bem, pois no tempo certo iremos colher coisas boas (Gl 6:9). Faça todo o bem que puder, a todas as pessoas que puder, da melhor maneira que puder. É bem provável que isso lhe dará muito trabalho. Mas seja paciente! O tempo de colher sempre chega e você poderá sorrir de alegria.

Pr. Silvio Gonçalves é vice-diretor da Convenção Regional Paranaense e pastor responsável pela IAP em Paranavaí (PR).

Referência
GONÇALVES, Josué. 37 Qualidades do Líder que ninguém esquece. São Paulo: Editora Mensagem para Todos, 200

Viva a vida breve

Tempo para tudo – para nascer e morrer

Nessa vida tudo tem sua hora. Existe um tempo certo para tudo: “há hora de nascer e hora de morrer “(Ec 3.2). Você sabe como e quando chegou aqui. Não sabe, porém, como e quando vai partir daqui. Apenas quem teceu você no útero da sua mãe está por dentro desse “quando”.
Está dito, em certo lugar da Bíblia, que todos os dias determinados para você viver foram escritos no livro de Deus, pelo próprio Deus, antes de qualquer deles existir. Alguns têm mais dias. Outros, menos dias. Uma coisa, porém, é fato: a vida é breve para todos.
Alguém até pode tornar a própria vida mais breve ainda. Os que se acham doentes das emoções – que pensam ser melhor morrer do que viver – o fazem com as próprias mãos. Mas não existe a menor chance de alguém fazer o oposto: alongar a própria vida com as próprias mãos.
Quando chega a hora de morrer, “tanto morre o sábio, quanto morre o tolo” (Ec. 2:16). Todos são pó, e ao pó todos tornarão. E quem morre, morto fica (Ec. 9:6). Mas sabe o que acho legal no texto que serve de base para esse post e para os demais textos, que virão pela frente?
Ele fala da hora de nascer e da hora de morrer, mas não para por aí. Segue em frente. Fala da outras horas, que ficam entre uma hora e a outra, a de nascer e a de morrer. Fala da hora de plantar, da hora de colher, da hora chorar, da hora de sorrir, da hora de construir.
Fala, ainda, da hora de abraçar, da hora de ganhar, da hora de falar, da hora de calar. Enfim, fala da hora de viver. O texto nos chama a viver a vida breve. O texto em questão está de acordo com os outros textos da Bíblia. A Bíblia fala da morte, mas não fala mais da morte do que da vida.
O autor final deste livro, e dos outros que compõem a Bíblia, é Deus, o Deus da vida. O tema do Deus da Bíblia é a vida. O Deus da Bíblia não tem prazer na morte, nem na morte do ímpio, nem na morte do justo. O Deus da Bíblia tem prazer mesmo é na vida.
O Deus da vida enviou o seu Filho amado ao mundo, para que todos tenham vida, e vida com abundância. Jesus não é apenas o caminho e a verdade. Jesus é a vida. Quem crê nele, ainda que esteja morto viverá. E quem vive e crê nele nunca morrerá eternamente.
As palavras de Jesus são palavras de vida. A água que Jesus oferece é água viva. E o seu pão é o pão da vida. Por que insisto no tema da vida? Porque já existe muita gente se ocupando com o tema da morte. Tem gente que não pensa noutra coisa senão na morte.
A morte virou ideia fixa. Não é à toa que muita gente ama a morte e odeia a vida. Vamos, então, cantar a vida, pregar a vida, ensinar a vida e, claro, viver a vida, contente em toda e qualquer situação. A vida é breve, mas sempre vale a pena vivê-la.

Pr. Genilson Soares é responsável pela IAP em Vila Camargo (Curitiba – PR).

O Jesus do Evangelho

Talvez você ainda não O conheça

Estou prestes a concluir mais uma leitura do Evangelho de Jesus, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Eu o leio todo início de ano, numa versão diferente. Agora mesmo estou lendo A Mensagem: Bíblia em Linguagem Contemporânea, de Eugene Peterson.
Dizem por aí que a maioria dos evangélicos nunca leu o Evangelho de Jesus por completo. Se isso for verdade, e tudo indica que seja, os evangélicos não conhecem o Evangelho de Jesus. É por essa razão que o Jesus de muitos evangélicos não é o Jesus do Evangelho. É o Jesus da Religião.
E o Jesus da Religião não é o Jesus do Evangelho. É só da religião. Mas qual a diferença entre um Jesus e outro? O Jesus da Religião prende. O Jesus do Evangelho solta. Essa é a diferença essencial, nas palavras do próprio Jesus do Evangelho.
Ele, o Jesus do Evangelho, diz: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” (Jo 10:9). Preste atenção, por favor, nos dois verbos: “entrará, e sairá”. O Jesus do Evangelho não salva de uma prisão para prender em outra. O salvo pelo Jesus do Evangelho sai. Entra e sai.
E sai porque o próprio Jesus do Evangelho manda sair. Como assim? Explico: O Jesus da Religião só tem “vem”. Não tem “vai”. “Vai” tem a ver com liberdade, e o Jesus da Religião tem aversão à liberdade. O negócio dele é cadeia. O Jesus do Evangelho, todavia, é o Jesus do “vem” e do “vai”.
O Jesus do Evangelho é o Jesus da liberdade. Ao libertar alguém, liberta verdadeiramente. É por essa razão, que o Jesus do Evangelho diz “vai” para os salvos por ele. Diz “vai” para a mulher perdoada do adultério. Diz “vai” para a mulher que bebeu da água da vida. Diz “vai” para o rapaz liberto da legião de demônios.
Diz “vai” amar a Deus, de todo o coração, e de toda a alma e de todo o pensamento. Vai amar ao próximo como a si mesmo. Vai amar não de palavra, mas de fato e de verdade. E indo, o salvo pelo Jesus do Evangelho, espalha a boa notícia do Evangelho daquele que o libertou, a boa notícia de que quando o Jesus do Evangelho liberta, a pessoa é verdadeiramente livre.
Ah, antes de concluir, quero deixar o convite do Jesus do Evangelho (Mt 11:28-29) para quem não aguenta mais o Jesus da Religião: “Vocês estão cansados, enfastiados de religião? Venha a mim! Andem comigo e irão recuperar a vida. Vou ensiná-los a ter descanso verdadeiro. Caminhem e trabalhem comigo! Observem como eu faço! Aprendam os ritmos livres da graça! Não vou impor a vocês nada que seja muito pesado ou complicado demais. Sejam meus companheiros e aprenderão a viver com liberdade e leveza”.

Pr. Genilson Soares da Silva é responsável pela IAP em Vila Camargo (Curitiba – SP).

Pronto para ouvir, tardio para falar e lento para se irar

É possível vivenciar estes ensinamentos nestes tempos loucos?

O menor osso do corpo humano é a bigorna do ouvido, ou o estribo, localizado mais precisamente dentro do osso temporal, em uma região chamada de orelha média. Ele nos possibilita a arte da escuta. Alguém disse que Deus nos deu dois ouvidos e uma boca para ouvirmos muito e falar pouco.
Ser comedido ao falar é pensar antes de falar. Salomão nos fala sobre a palavra falada em tempo oportuno (Pv 27.11). Paulo nos fala da palavra temperada com sal (Cl 4.6) no sentido de gerar ou promover edificação aos ouvintes.
Ser tardio para falar é necessário quando ouvimos algo que nos confronta, que nos fere. Não é fácil, mas temos que praticar, disciplinando nossas bocas e o nosso temperamento. Davi orou pedindo que o Senhor colocasse um cadeado na sua boca. (Sl 141:3).
Ter raiva não é o maior problema, mas sim permanecer na ira. Por isso que a Palavra nos adverte a ser “lerdo” para ficar com raiva, como dizem, contar até 10.
Em todo tempo, precisamos do fruto do Espírito Santo chamado domínio próprio. Ele nos permite controlar e dominar o nosso eu (leiam-se nossas fraquezas).
Pronto a escutar, tardio em falar e tardio em se irar (Tg 1.19) nos livrará de muitos embates desnecessários. Peçamos a Deus sensibilidade no Espírito Santo, Ele nos convencerá às mudanças necessárias. Particularmente, reconheço que preciso da graça de Deus para ser pronto para ouvir, tardio no falar e lento no irar. E você?

Pr. Omar Figueiredo congrega na IAP em Bairro dos Pimentas (Guarulhos – SP)

Janeiro Branco

Sua mente agradece!

Você provavelmente conhece ou já ouviu falar sobre as campanhas de prevenção e combate ao câncer: outubro rosa e novembro azul, mas e o Janeiro branco, você sabe o que significa?
Mobilizar a sociedade em favor da saúde mental, essa é a resposta à pergunta do parágrafo anterior. Vivemos no “século da depressão”, é cada vez maior o número de pessoas diagnosticadas com ansiedade, fobia, pânico, entre outros sintomas reais que tem afetado cada dia mais a vida das pessoas. Tal crescente nos traz um alerta, é preciso cuidar dos aspectos mentais e emocionais da nossa vida. Se você se propor a começar fazer exercícios físicos, um componente muito importante com certeza é o sapato adequado para evitar os impactos, principalmente nos joelhos, faz sentido cuidar do corpo, previne doenças e contribui para um futuro saudável, mas e os impactos emocionais que diariamente nos acometem, por que não vestir algo que amorteça esses impactos também?
O conceito de saúde mental, é a capacidade de administrar a própria vida e suas emoções, é um estado de equilíbrio que proporciona bem estar à pessoa, é estar em contato com a realidade, lidando com as situações diárias sem adoecer. Nem sempre você conseguirá isso sozinho. É por esse e outros motivos que os psicólogos existem e trabalham, é preciso extinguir de vez o tabu que ainda persiste sobre saúde mental, ir ao psicólogo “não é coisa de louco”, isso faz parte de uma cultura ultrapassada, atualmente, é reconhecida a importância do psicólogo no cuidado da saúde mental e emocional, do qual todos nós temos. Buscar ajuda psicológica é sinal de inteligência, é não perder o controle daquilo que controla todo nosso corpo, pensamentos e comportamentos.
O mês de Janeiro representa início e a cor branca simboliza o papel em branco, comece um novo ano escrevendo uma história diferente sobre saúde mental, você pode participar dessa campanha promovendo e/ou participando de palestras, encontros, debates, ajudando a si mesmo e ao próximo, isso não é motivo para vergonha, é um gesto nobre. As escrituras sagradas nos traz o exemplo de uma mulher que soube ouvir, Rute aceitou os conselhos de sua sogra Noemi e hoje é lembrada como modelo de caráter feminino, é claro, que sua fé e obediência à Deus são os principais temas desse livro na Bíblia, mas ouvir e aceitar ajuda fizeram parte da história dessa mulher virtuosa. A sua história ainda está sendo escrita, não deixe o ano passar em branco, quem cuida da mente cuida da vida.

Por: Simone Baldi estudante de Psicologia congrega na Igreja Adventista da Promessa na 2° igreja de Jales
Publicado originalmente em: http://fesofap.portaliap.org/em-destaque/saude-sua-mente-tambem-precisa/

"Eu já pensei em me matar"

Pastores não são super e podem passar por doenças emocionais

Ano após ano, a gente ouviu e assistiu o falso ensino de que uma vez que Jesus levou sobre si as nossas doenças, todo aquele que acredita nele não fica mais doente. Milhões creram nisso.
Creram, mas ainda adoeciam. E quando isso ocorria era um “Deus nos acuda”. Sabe por quê? Porque a doença passou a ser vista como fruto de falta de fé ou de alguém pecado pessoal ou familiar.
Creram, mas ainda adoeciam. E quando isso ocorria era um deus nos acuda. Sabe por quê? Porque a doença passou a ser vista como fruto de falta de fé ou de alguém pecado pessoal ou familiar.
Diante disso, o medo de ser visto doente tomou conta de todo mundo. Omitir ou negar toda sorte de doença – até mesmo uma simples gripe – virou moda nas igrejas do Brasil e do mundo afora.
Alguém com dores não podia sequer sonhar em dizer: “está doendo”. E se o alguém fosse um pastor? Aí que não podia mesmo. Não poder falar da própria doença nem as dores advindas dela, adoece mais ainda. Adoece a mente.
Se as doenças do corpo são difíceis de lidar, o que dizer das doenças da mente. Alguém doente da mente pode pensar um monte de coisa, inclusive pode pensar em acabar com a própria vida. Até um pastor pode pensar assim? Sim, pode! Um pastor não está livre de pensar que é melhor morrer do que viver. Pastor não é super nem sumo. Pastor super e sumo apenas Jesus, como está dito em certo lugar.
Pensa, mas não fala. Quem pensa em se matar, quase sempre fala disso antes de fazê-lo. Pastor tem maior chance de fazer sem falar. “Quem vai querer me ouvir falar que quero me matar?”, pensa.
Pastor não tem amigos. O ministério pastoral é o ministério da solidão. Em reuniões só para pastor, não há lugar para falar dessas coisas. Fala-se de batismos, de reformas, de decisões, de vitórias, de conquistas.
E as ovelhas que estão sob os seus cuidados? Bem, ele ouve as ideias de morte delas, mas, por causas questões ditas acima, jamais pode falar da suas próprias ideias de morte com elas.
Sou pastor de igreja desde 1994. Nunca pensei em me matar. E olha que já passei por muitos perrengues. Mas sei de pastor que já pensou.
Não sei se as ovelhas dos dois pastores assembleianos, que se enforcaram na semana passada, sabiam que o pastor delas pensava em se matar. Deus o sabe. E o seu pastor, será que já pensou? Lição de casa: chegue junto dele, e sonde-o. E se ele lhe disser, “eu já pensei em me matar”, acolha-o e ajude-o.

Pr. Genilson Soares da Silva é responsável pela IAP em Vila Camargo, Curitiba – PR.

Qual o “porquê” da sua vida?

Não perca o motivo de viver

O “porque” em questão não é “por que” de pergunta. É “porquê” de motivo. Talvez você nunca parou para pensar no “porquê” de motivo. A sua mente se ocupa mais com o outro “por que”, o de pergunta. É normal pensar mais nele mesmo, ainda mais quando se lida com o Deus soberano, o Deus que, como está dito em certo lugar, “faz tudo o que lhe apraz, no céu e na terra, no mar e nas profundezas das águas”. Muitas dessas ações dele nos deixam cheios de questões!
Mas o “porque” que agrega sentido à vida não é o “por que” de pergunta. É o “porquê” de motivo. É por causa desse “porquê”, o de motivo, é que muita gente não joga a toalha na lutas diárias. Quanto mais forte esse “porquê”, mais forte se torna a sua alma. Assim sendo, vale a pena pensar um pouco no seu “porquê”. Diga aí: Qual é o seu “porquê”?
Nem todo mundo tem o mesmo “porquê”. Para alguns, esse “porquê” é casa, é filho, é compra, é carro, é viagem, é lazer. Para outros, esse “porquê” é grana, é mulher, é poder, é amigo, é fama. Sabe qual a grande questão desses “porquês”? Eles não se mantêm para sempre. Tudo isso – casa, filho, compras, carro, viagem, lazer, grana, poder, amigo, fama – passa com o tempo. Esses “porquês”, mais cedo ou mais tarde, se perdem.
E perder o “porquê” é coisa séria, porque tem a ver, dentre outros coisas, com perder o motivo que faz você acordar todas as manhãs, se levantar da cama, tomar banho quente, se perfumar, se alimentar, sair para trabalhar. Enfim, perder o “porquê” é perder o que ou quem dá valor à sua vida. E o maior risco de quem sofre essa perda é achar que a vida não vale mais a pena.
A única forma de você não se perder na perda de algum desses “porquês” é fazer de Cristo o “porquê” último da sua vida. Jesus é o “porquê” dos “porquês”. O “porquê” que é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Quando Jesus se torna o “porquê” ou a razão da sua vida, você não se indaga mais: “como vou lidar com essa perda?”, porque com Jesus você pode enfrentar qualquer como, sem se quebrar por dentro! Através da força dele você pode todas as coisas! Sempre!

Genilson Soares da Silva é pastor da IAP em Vila Camargo (Curitiba – PR).

A igreja da Palavra – uma síntese para quem perdeu (e para quem foi também)

No último final de semana de novembro, estivemos reunidos no Congresso “A Igreja da Palavra – o ensino a serviço da missão”. Dias intensos, muitas atividades, palestras, trilhas, amizades e boas conversas. Para nós, que nos envolvemos com a organização, muita correria! Esse texto não se trata de um resumo abrangente, muito menos cronológico daquilo que foi aprendido pelos participantes, mas o que proponho é uma síntese realmente. Vamos lá!
A tese do congresso é que o ensino deve estar a serviço da missão. Isto é, se somos daquelas igrejas que ainda valorizam o texto bíblico como única fonte e regra de fé e prática, se valorizamos a Bíblia como Palavra de Deus inspirada e revelada, ensiná-la significa vive-la a tal ponto que ela impacte nosso estilo de vida e que também seja nossa fonte e inspiração da prática da missão, pois fomos chamados para participar do plano cósmico do Deus Criador, que decidiu redimir toda a sua criação por meio de Jesus, seu Filho, nos concedendo o Espírito Santo como parceiro e guia de nossa missão no mundo até que a história encontre sua conclusão.
A tese é linda! Mas a realidade, por vezes, parece ser a antítese do exposto acima. Classes de escola bíblica esvaziadas, jovens que não leem a Bíblia, professores de adolescentes que não sabem mais o que fazer porque não conseguem se comunicar com eles, músicos que cantam verdades eternas e não vivem por elas ou que cantam besteiras, mas não conseguem discernir porque desconhecem a fonte, a Palavra! Então, você pensa assim: “você está abordando os que não aprendem por ausência ou omissão, mas temos aqueles, ainda que em menor número, que participam das nossas classes de escola bíblica…” Pois é, parece que também esses tem adquirido um conhecimento racional das coisas da Palavra, mas nem sempre isso se torna prática de uma vida em missão, porque muitos de nossos alunos (e talvez dos professores também) partem do pressuposto que o ensino é para edificação pessoal e não para servir à missão. Um professor meu tem uma frase interessante para as reuniões de culto de muitas denominações: “temos diversos encontros e reuniões sobre Deus, mas poucos encontros reais com Deus em nossas reuniões”. Vou parafraseá-lo para o ensino: “temos muitas aulas sobre Deus, mas pouco ensino efetivo e prático sobre como expressar Deus na sociedade”.
Qual é a síntese desse paradoxo entre o ideal e o real? O congresso desse final de semana foi feliz em apresentar essa discussão. O ensino bíblico é central enquanto conteúdo para que o evangelho seja presente na vida daquele que aprende. Consistência doutrinária é importante para que o ensino inspire confiança. Porém, nada disso é possível sem dois aspectos fundamentais que são a síntese do que vivenciamos nesse tempo de ensino do congresso: primeiro, o professor precisa ser transparente, inspirador, contextualizado, sábio, seguro do conteúdo e resiliente. Pastores, líderes de ministérios e pessoas ligadas ao ensino da igreja: precisamos aliar integridade no ensino (conhecimento bíblico e testemunho de vida) com relevância (contextualização e linguagem). Segundo, é necessário caminhar a segunda milha da atualização nas metodologias e práticas do ensino voltadas intencionalmente não somente para a edificação pessoal, mas para o serviço que podemos e devemos praticar.
Assim, eu e você, no contexto de nossos ministérios, como líderes ou mestres, precisamos ter uma postura que valorize a missão de Deus em nossas próprias vidas, através de integridade e relevância. Aquilo que ensinamos ou pregamos, precisa estar centrado na Palavra e intencionalmente direcionar para a prática da missão no dia a dia, através de abordagens e aplicações que incentivem e inspirem a uma vida de serviço ao Reino de Deus.
A tese é linda. A antítese é preocupante. A síntese é a busca que devemos empreender diante de Deus, clamando para que o Espírito Santo nos capacite para o ensino relevante, cativante e transbordante dos desafios sempre presentes de um Deus que está em missão. Topa?

Publicado originalmente em: http://fumap.portaliap.org/a-igreja-da-palavra-uma-sintese-para-quem-perdeu-e-para-quem-foi-tambem/

A oração que muda a história

Precisamos persistir, ser sábios ao pedir e confiar

Agora, pois, ó Senhor nosso Deus, te suplico, livra-nos da sua mão; e assim saberão todos os reinos da terra que só tu és o Senhor Deus.” (II Rs 19:19)
Desde sempre, o homem se comunica e não vive sem comunicação. Os persas, por exemplo, usavam o couro de animais como “papel” para se comunicarem. Pombos correio com cores pré-estabelecidas e navios também levavam comunicados aos seus interessados.
Os gregos, na Antiguidade, utilizavam arautos no intuito de informar e avisar o destinatário de forma verbal. Os romanos inventaram uma espécie de jornal (tábua branca) para informar sobre as deliberações do imperador. Na China surgiu o papel, cujo meio de comunicação é usado até a atualidade. Hoje em dia a comunicação é muito fácil: internet, celular e outros.
E para se comunicar com Deus? Será que é fácil? Nossa “correspondência” pode ser extraviada no meio do caminho? Será que ele recebe nossa comunicação? Quando recebe, será que ele responde logo ou nos deixa sem resposta?
“A oração é nosso canal direto de comunicação com o Pai Celestial”. Jesus afirma que, se orarmos com fé, a oração será respondida (Mt 21:22).
Em primeiro lugar, a oração muda a história quando há persistência.E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.” (Lc 11:5-10). “E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” (Lc 18:7).
Em segundo lugar, a oração muda a história quando há sabedoria. Deus não segue nosso cronograma. Ele atende e responde a oração no tempo certo e se for de sua vontade. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4:3). Sabedoria também é obediência e temor às suas leis, pois se assim não proceder, sua oração não é atendida. “Se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações serão detestáveis” (Pv 28:9).
Em terceiro lugar, a oração muda a história quando não há dúvida. Acazias foi um rei que não deu crédito e duvidou do Deus de Israel. Ele caiu da sacada do seu quarto e preferiu consultar um deus chamado Baal-Zebude sobre sua saúde, não o Deus de Israel. Sua história poderia ser bem diferente, se buscasse o Deus verdadeiro (II Rs 1:2,4). Elias, ao contrário, tinha certeza de quem era o Deus de Israel. “O anjo do Senhor disse a Elias: ‘Acompanhe-o; não tenha medo dele’. Então Elias se levantou, desceu com ele e foi falar com o rei. Ao chegar, disse ao rei: “Assim diz o Senhor: Acaso não há Deus em Israel? Por que você mandou consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom? Por isso, você não se levantará mais dessa cama e certamente morrerá! E Acazias morreu, conforme a palavra do Senhor, anunciada por Elias” (vv 15-17a).
Por fim, a oração muda a história quando direcionamos a glória a Deus. Ezequias foi um rei que confiava muito em Deus. Sua oração era suplicando livramento das ameaças do inimigo (II Rs 18:28-38), mas sobretudo, ele reconhecia a grandeza de Deus. “Agora, Senhor nosso Deus, salva-nos das mãos dele, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus” (II Rs 19:19).
Ezequias nos ensina a suplicar com persistência, com sabedoria, sem duvidar e a glorificar a Deus.“Então Isaías, filho de Amoz, enviou uma mensagem a Ezequias: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Ouvi a sua oração acerca de Senaqueribe, o rei da Assíria” (vv.20).
A oração dirigida a Deus muda nossa história quando persistimos, apresentando nossos problemas a ele; com sabedoria, invocando o seu nome; sem duvidar, confiando que ele vai responder, para que o Seu nome seja glorificado. Amém!

Da. Jonatas Ribeiro congrega na IAP em Jd. Amelia – Sumaré (SP)

Ansiedade nossa de cada dia

O medo de perder algo, ou deixar de ganhar, tira nossas forças

Você é ansioso? Você se sente assim por vezes? Eu sim, e cada vez mais tenho aprendido e preciso descansar em Jesus, confiando a ele toda a minha vida.
A ansiedade como outro qualquer mal estar emocional tem sido o que mais dá lucro à indústria farmacêutica. Uma pesquisa muito recente mostra que a Indústria farmacêutica lucrou 12% a mais este ano, por conta disso.
E o que é ansiedade senão um medo de perder algo ou deixar de ganha-lo? Perdemos o que temos e deixamos de ganhar aquilo que não temos. As pessoas, neuroticamente, ficam com pensamentos acelerados antevendo que podem perder sempre, preocupam-se se vão ou não passar no vestibular, ser acometido por uma doença, estar fadado a ficar sempre sozinho sem uma companheira ou um companheiro.
Ansiedade, no original grego, nesse contexto, significa “estrangulamento”, sufocar, tirar as nossas forças.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 50% das pessoas que passam pelos hospitais são vítimas da ansiedade.
O tempo é um mal estar social que pode conduzir a ansiedade. Ao esperar o metrô, no meu caso no Metrô Butantã, em São Paulo, tem um reloginho que conta em forma decrescente 2;00, 1:59, 1:58m para o trem vir . Um aplicativo diz que horas o ônibus encosta no ponto; os semáforos vermelhos vão ficando paulatinamente verdes, formas que os homens encontram
de lidar com a ansiedade, sem saber que isso os faz ainda mais ansiosos.
A proposta de solução de Jesus, em Mateus 6. 25-34 é “Observai” – (Vs 26) olhar ao redor, ver o que está acontecendo, ver os movimento da vida e o que Deus tem feito ao redor.
Deus cuida de nós. Vivi uma época que em casa chegamos a dividir um ovo para três pessoas, lembro que colocávamos farinha de mandioca para dar mais “sustança” e passávamos aquele dia. Hoje, eu já diria como Paulo, estou treinado em qualquer circunstância, sei comer, sei passar necessidade. Mas o que importa de tudo isso é que Deus nunca nos deixou.
Hoje Deus quer pacificar o seu coração e a sua alma, então viva um dia de cada vez. Afrouxe o cinto, respire fundo e permita-se ser amparado e amparada pelo cuidado de Deus sobre a sua vida.
Um outro ponto é que Jesus diz que ansiedade é um problema de fé e espiritualidade (v. 32) . A ênfase que Jesus dá nesse texto é que ficamos ansiosos não por causa de pessoas, mas por coisas.
De 1950 para cá, está provado, consumimos 5 vezes mais. O consumismo pode ser uma chaga mortífera. 70% dos assuntos que nos deixam ansiosos NUNCA irão acontecer, isso está provado estatisticamente.
É o dinheiro que deixa você ansioso? Eu aprendi uma coisa – sempre doar, nem que seja 1 real, mas exercite assim, evitando a mesquinharia e a ansiedade em ter mais.
Eu acredito claramente que precisamos mudar a nossa mente, nossa trajetória, dar um giro de 180º e voltar para onde era melhor, voltar para Cristo.
Que o Senhor nos ajude.

Marcio Albuquerque, Psicanalista em São Paulo, Publicado originalmente em
http://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/ansiedade-a-luz-de-jesus-no-sermao-do-monte-mt-6-25-34

A vida está difícil de novo?

Não perca de vista o norte de Deus

Tem coisa pior do que se achar o cara? Tem, sim! Pior do que se achar o cara, é se achar o único cara. Elias se achou assim, ao ser achado por Deus na gruta do Sinai. Não posso falar assim de Elias? Posso! Por uma razão simples: como está dito em certo lugar, “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós”. Ele não era Deus. Era gente, gente como a gente. Pois bem, assim que Deus quis saber dele razão de estar na gruta do Sinai, disse que era o “único” que não tinha quebrado a aliança de Deus, o “único” que não tinha derrubado os altares de Deus, o “único” que não tinha matado os profetas de Deus, o “único” que tinha servido a Deus e só a Deus, o “único” que tinha sobrevivido e que era o “único” que sofria ameaças de morte. Vamos voltar um pouco na história. Com a ajuda do alto – e só por causa da ajuda do alto – Elias fez Israel virar as costas para Baal e o rosto para Deus. Talvez, depois disso, chegou a pensar que a vida, por algum tempo, iria pegar leve com ele. Pura ilusão. Assim que a mulher do Acabe – mulher macho, sim, senhor – soube do ocorrido com os servos de Baal, ficou louca da vida. E mandou logo um aviso: “Vou me vingar de você! Juro que amanhã, à esta hora, você estará tão morto quanto aqueles profetas”. Elias – mesmo não sendo um profeta afrescalhado, assombrado – tremeu na base. Para salvar a própria pele, fugiu para bem longe de Jezabel. Foi , como já disse acima, se abrigar numa gruta do Sinai. A vida ficou difícil de novo para ele. Tão difícil que clamou pela própria morte: “Basta, ó Eterno. Leva a minha vida”. Talvez você venha orando assim, não mais pela proteção da sua vida, mas pela cessação dela. Caso seja assim, me permita oferecer algumas dicas para você. A vida está difícil de novo? Primeira dica: Por favor, não perca de vista o norte de Deus! Até a ameaça da mulher de Acabe, Deus era o norte de Elias. Ele se guiava por Deus. Por essa razão, nunca perdeu o rumo da sua vida. Mas assim que a vida dele ficou difícil de novo, achou melhor seguir o próprio rumo. Deus não se agradou da atitude dele, tanto que quis saber dele: “O que faz aqui, Elias?” Desde que a sua vida ficou difícil de novo, você anda sem rumo. Que tal se voltar para o norte de Deus? Com o norte de Deus, você não apenas vai saber que está no lugar errado, como também vai saber como voltar para o lugar certo.
A vida está difícil de novo? Segunda dica: por favor, não perca de vista o poder de Deus. Por três vezes, Elias correu um sério risco de morrer de fome e de sede. Por três vezes, o poder de Deus o salvou, dando-lhe de comer e de beber. Na última vez, Elias foi salvo pelo poder de Deus, quando tentava se salvar pelo seu próprio poder, isto é, quando fugia para a gruta do Sinai. Pode crer: você não pode salvar a si mesmo. Apenas o poder de Deus pode salvá-lo.
A vida está difícil de novo? Terceira dica: Por favor, não perca de vista a missão de Deus. Ao ver o povo de Israel, o mesmo que seguia a Baal, se ajoelhar com o rosto no chão, gritando: “O Senhor é Deus!. Só o Senhor é Deus!” Elias pensou que o seu dever havia sido cumprido e sua missão havia sido concluída. Só que não. Deus ainda tinha missão para Elias. Quando o achou na gruta do monte Sinai, Deus lhe deu mais três missões: ungir os próximos reis da Síria e de Israel e ungir Eliseu, aquele que seria, treze anos mais tarde, o profeta que iria ficar no lugar dele. Você pensa que a sua missão acabou? Acabou nada. Saia da gruta onde você está agora mesmo. Deus ainda tem missão para você. Aprume-se outra vez! Ah, tire da mente essa ideia de se achar o único cara fiel a Deus. Deus tem por aí um monte de outros caras que são tão fieis a Deus quanto você. E sabe de uma? Eles estão do lado de fora da gruta, arriscando a própria vida pela missão de Deus. E a vida, de igual modo, está difícil para o lado deles. Mas eles sabem que quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por causa de Deus e pelo o ensino dele salva-la-á! E quem está atrás deles é alguém muito mais forte que a mulher de Acabe. É o diabo, o nosso inimigo. Ele anda por aí como uma leão que ruge, pronto para matar quem lhe der mole.
Mas não se aperreie não, pois o Deus que tem por nós um amor sem limites e que nos chamou para tomarmos parte na sua eterna glória, por estarmos unidos com Cristo, ele mesmo nos aperfeiçoara e dará firmeza, força e verdadeira segurança. A ele seja o poder para sempre! Amém.

Pr. Genilson Soares da Silva é pastor da IAP em Vila Camargo (Curitiba – PR).

Queremos ser aceitos – II

Deus nos aceita, mesmo conhecendo nossas falhas

Ainda analisando o intrigante diálogo de Jesus com a mulher samaritana (João 4), no versículo 6, diz que a samaritana foi buscar água por volta do meio dia. Se observarmos os versículos 8 e versículo 28 e 29, constatamos que o poço ficava fora da cidade, ou seja, era necessário andar uma certa distância para chegar até ele.
Se você tivesse que tirar água de um poço para fazer suas tarefas domésticas e beber, ou seja, carregar um balde ou dois super pesados, você escolheria fazer bem cedo, pela manhã, quando o sol não estivesse tão quente.
Mas aquela mulher foi por volta do meio dia, por que será?
Esta ida dela ao poço nesse horário indica a rejeição que ela sofria. Ela não queria encontrar com as pessoas. Ela estava tão cansada de ser julgada que preferia encarar um sol escaldante e os riscos de sair da cidade sozinha do que ir no melhor horário e ter que se deparar com o olhar de desprezo das pessoas, com as palavras acusadoras e até mesmo com gestos de hostilidade.
Ela não aguentava mais não ser aceita. Quando ela encontrou alguém que não ligava para o fato dela ser samaritana e que, ao invés de a repreender pelo fato de viver com um homem que não era seu marido, elogiou sua coragem em dizer a verdade, ela se abriu para receber a mensagem do evangelho, se abriu para saber mais sobre Deus.
Ter sido aceita mudou toda a trajetória de vida daquela mulher. Ela quis saber mais sobre Deus, como adorá-lo e imediatamente passou a ser mensageira de Deus, anunciando aos demais que o Messias estava lá para aceitar a todos.
Ela se tornou missionária imediatamente após ter sido aceita por Jesus e compreender o que é adorá-lo. Deus sabe quem você é e o aceita aqui e agora, do jeito que você está.
Jesus não liga para rótulos, até porque ele mesmo não tinha boa fama entre os religiosos da época. Ostentava o título de amigo de pecadores e publicanos.
Nosso desafio, enquanto pessoas aceitas na comunidade religiosa, é entender e lembrar que todos os dias, algumas de nossas atitudes ofendem profundamente a Deus, mas todo dia ele renova sobre nós seu amor e sua aceitação. Todas as vezes que precisamos, Deus nos aceita, mesmo conhecendo nossas falhas.

Aline Gomes Rodrigues congrega na IAP em Industrial (Convenção Mineira).

Queremos ser aceitos

A mulher samaritana tinha a mesma sede que nós temos

O grande dilema humano é ser aceito. Todos nós queremos ser aceitos. Quando crianças, queremos ser aceitos por nossos pais, quando adolescentes aceitos pelos amigos, quando adultos, aceitos pela sociedade.
O texto de Jesus conversando com a mulher samaritana (João 4) trata de aceitação.
Muitas pessoas não sabem que são aceitas e amadas por Jesus da maneira que são. O amor de Deus por nós não é circunstancial, ele não depende do nosso comportamento. Deus é amor, amar é da natureza de Deus e não há nada que façamos que o faça mudar de ideia. Ele simplesmente ama você.
E o que o amor tem a ver com aceitação?
Amor é a aceitação de que entre eu e meu semelhante existem muitas e preciosas diferenças a serem respeitadas.
E o que isso tem a ver com a mulher à beira do poço? Ela se sentia rejeitada, precisava se sentir aceita e foi exatamente isso que ela encontrou em Jesus: a mais completa aceitação. Nós temos a mesma necessidade daquela mulher: ser aceitos.
Ela precisava se sentir aceita porque era samaritana
Judeus e samaritanos eram “primos” que não se davam bem. A origem da briga começara após o término do reinado de Salomão. Israel dividiu-se em dois reinos: reino do norte, cuja capital era Samaria, e reino do sul, cuja capital era Jerusalém. Vivendo tantos anos separados, a relação entre eles começou a esfriar. Em Samaria a idolatria era mais forte que em Jerusalém, tanto que foram castigados com o exílio 200 anos antes de Jerusalém. No exílio, assimilaram ainda mais a cultura pagã. Quando, finalmente, reino do norte e do sul puderam voltar às suas terras de origem, os judeus do sul não aceitaram que os moradores de Samaria comungassem com eles, pois eram impuros demais. Como os samaritanos não eram aceitos nos lugares de adoração tradicionais, eles desenvolveram sua própria adoração, seus próprios lugares de culto e modo de adorar (v. 19 e 20). E isso fez com que o ódio dos judeus crescesse ainda mais, pois os samaritanos, aqueles pagãos imundos, estavam desenvolvendo sua própria forma de adorar a Deus! Que absurdo! Desrespeitavam a Lei de Moisés.
Essa mulher já nasceu estigmatizada, antes de ter feito qualquer coisa, já era considerada impura, indigna de adorar ao Deus verdadeiro.
O estigma era tão grande que ela mesma toma um susto quando Jesus fala com ela (v. 9): “como você pede algo a mim, uma samaritana?”
Pode ser que você tenha nascido já sem aceitação. Talvez as pessoas apontavam para você como o filho do bêbado, filha da mãe perdida. Talvez estigmatizado por sua condição social ou sua cor.
Para Deus, que sonda os corações, a sua origem ou aparência não define quem você é e não interfere no fato de que Ele aceita você. Ele não liga para quem eram seus pais, sua condição social, a cor da pele, do cabelo, o estilo de vestir. Ele aceita você!

Aline Gomes Rodrigues congrega na IAP em Industrial (Convenção Mineira).

Ele não é nosso quebra galho

Deus, Salvador e Senhor, é assim que devemos O reconhecer

“Pois todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.” (Fp 2:21)
Jesus disse que sem ele não fazemos nada, certo? Mas tem gente que acha que pode fazer muito sem Jesus.
Paulo diz que a nossa capacidade vem de Deus, certo? Mas tem gente que acha que o que tem, conseguiu por mérito próprio.
Olha só, a gente pode produzir muita coisa bacana, mas para agradar a Deus, nossas ações precisam ser feitas pela fé no Filho dele, porque sem fé é impossível agradar a Deus.
A verdade é que, por nós mesmos, não conseguimos produzir nada que alegre a Deus. Tudo o que hoje fazemos de bom é obra de Cristo em nós. Quanto mais Jesus estiver dentro da gente, mais frutos bons produziremos. E aqui é que está um grande problema: muitos querem um Cristo que seja seu empregado, em vez de servirem a ele, querem as bênçãos de Jesus mas não desejam lhe obedecer, e isso acontece porque “todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.”
Atenção: a verdadeira vida cristã é Cristo em nós, isto é, reconhecer que Jesus é Senhor e tem todo o direito sobre a nossa vida.
Ele não é nosso quebra galho, é nosso Deus, Salvador e Senhor! Quem manda é sempre ele. Amém?

Pr. José Lima é segundo secretário da Convenção Geral da IAP

Resistente às intempéries

O alicerce que você escolhe determina tudo

“E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.” (Mt 7:25)
Você já teve a experiência de construir a sua própria casa? Ou já viu alguém da sua família fazê-lo?
Ver o terreno, o barro, a areia, o ferro, o cimento; assistir o alicerce ser forjado, as paredes levantadas, o teto erguido. Tudo feito com cuidado para que o prédio aguente as intempéries da vida.
“Construir uma casa” é como “construir a salvação”. Dependendo do material que você usar, se verá se a casa espiritual estará segura na hora em que soprarem os ventos contrários.
Jesus é realista ao dizer que se a casa estiver alicerça da rocha, na hora da forte torrente ela permanece; mas se ela estiver fundada na areia, cai feio na hora da tempestade.
Atenção: o problema não está nos ventos e aguaceiros, mas no fundamento do prédio!
Sua vida está alicerçada nos seus pensamentos, vontades, desejos ou nas palavras de Jesus? Seus planos de vida são frutos da influência do mundo ou da proposta de vida de Jesus?
Dependendo da resposta, a sua vida estará em pé ou no chão.

Pr. José Lima, segundo secretário geral da IAP