A ilusória parceria entre o bem o mal

A série Good Omens alia forças divinas e diabólicas para um “bem comum”

Foi ao me deparar com uma chamada em um importante site de notícias que resolvi escrever o presente texto. Eis o título que me chamou a atenção: “Com humor, Good Omens desmistifica luta entre ‘bem’ e ‘mal’”. Ao clicar nele, fui direcionado ao artigo denominado: “O bom, o mau e o armagedom”[1]. Trata-se da descrição da série cômica Good Omens, recentemente exibida em uma plataforma de streaming.  O seu enredo mostra a história fictícia de um anjo e um demônio que se unem para impedir a concretização do armagedom, que culminaria com a destruição de tudo. Para realizar tal façanha, eles decidem parar os cavaleiros do Apocalipse e frear o Anticristo.
Pois bem, o nosso intuito não é tentar impedir o telespectador de assistir séries do gênero, mas de alertá-lo ao cuidado de não se deixar levar pela falsa impressão de que as forças divinas e diabólicas podem se aliar para um bem comum, como sugere o enredo da série em questão. Se você não tiver uma percepção genuinamente bíblica do assunto, passará a crer que há, entre anjos e demônios, uma relação amistosa, e ignorará a seriedade e gravidade da guerra que, há muito, tem sido travada entre os exércitos de Deus e as hostes satânicas. Lembre-se de dois fatos importantes: primeiro, a rivalidade entre o bem e o mal, antes de ser um enredo de cinema, é uma realidade que atinge o ser humano em todas as áreas da sua vida; segundo, todos nós, de um modo ou de outro, estamos envolvidos nessa guerra, pois, nela, não há como se manter neutro: ou se está do lado de um ou do lado de outro.
Só para ficar claro, NÃO é possível haver parceria alguma entre o bem e o mal. É a Bíblia, a palavra de Deus inspirada e inerrante, investida de autoridade divina, que afirma isso: […] porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno?… (2 Co 6:14,15). Entendeu? A luz não se une com trevas. Elas não ocupam o mesmo espaço. Se você é daqueles que cogitam o possível arrependimento do diabo, lamento lhe informar que isso está fora de questão. Ele jamais fará o bem a alguém. Ele pode até astutamente fingir que é seu amigo, mas não passará disso, de fingimento. Ele não é a amigo de ninguém, ao contrário, ele é o nosso adversário que anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar (1 Pd 5:8).
Não pode haver parceria entre Deus e o diabo porque o primeiro se propõe a salvar o pecador e o faz com atitude sacrificial, entregando, com um amor imensurável, o seu Filho Unigênito à morte de cruz (Jo 3:16); o último, por sua vez, pretende destruir a vida de tantos quanto puder, e, para tal, faz o que for necessário. Não pense, portanto, que os demônios são seres inofensivos, que riem para você com boas intenções. Não ignore os ardis de Satanás. As hostes malignas maltrataram e aprisionam pessoas; elas destroem famílias, arrasam casamentos, derrubam ministérios, provocam mortes. Para o seu próprio bem e para o bem da sua família, resista ao Maligno e apoie-se totalmente em Jesus Cristo.
Por fim, evite imaginar que Deus e o diabo estão no mesmo patamar de autoridade e poder. O diabo bem que tentou tornar isso real, mas não conseguiu. Um dia, ele maquinou e agiu para tomar o trono de Deus, mas não resistiu ao poder deste, que o humilhou e o expulsou dos ambientes celestiais (Ez 28:13-18). Deus é infinitamente maior que qualquer principado e potestade do mal. O mesmo Deus que humilhou Satanás, o destruirá de uma vez por todas, lançando-o no lado de fogo, juntamente com aqueles que o seguem (Ap 20:10). Diante de tudo o que meditamos nesse texto, pergunto: De qual lado você está?

[1] Fonte: https://www.uol/entretenimento/conteudo-de-marca/amazon-prime-good-omens.htm?utm_source=uol&utm_medium=tvhome#tematico-1, acessado em 18/06/2019.