Passamos a olhar onde não costumamos olhar: para dentro
Pelas nossas escolhas (Gálatas 6:7) ou por sermos levados pelo Espírito, todos passaremos pelo deserto (Mateus 4:1). De forma figurada, entenda o deserto como quiser: provas, aflições, lutas, perseguições etc. O deserto é sem cor, sem vida, muito quente pela manhã e muito frio pela noite.
Passar algum tempo no deserto desestabiliza nosso raciocínio e faz as emoções chegarem à flor da pele.
Ninguém consegue “pular” o deserto.
Ninguém dá as boas-vindas ao deserto.
Só tem uma coisa boa no deserto: o silêncio.
Não o silêncio opressor ou o silêncio da solidão do deserto. Mas sim, o silêncio que torna o deserto uma escola. Uma escola de um aluno só, não sozinho, mas só.
O silêncio é importante para saber distinguir as vozes que são ouvidas no deserto (Mateus 4:3).
Silêncio que nos fará olhar onde não costumamos olhar quando estamos fora do deserto: olhar para dentro. E olhar para dentro, às vezes, custa caro; pois podemos não gostar de nos conhecer em meio ao deserto. Mas no deserto não vai haver muita coisa para se apreciar mesmo. E os benefícios de se olhar para dentro são enormes.
O silêncio no deserto é o grito da calma que irá nos ensinar a organizar as nossas ações, emoções e desejos; pois nenhum deserto justifica o pecado (Mateus 4:4).
Por isso, quando estiver no deserto, aprecie o silêncio. Ele te acalmará e provocará fome na sua fé, que deve ser alimentada pelo discernimento.
E aguarde, pois no fim de todo deserto há vida, há cor, há alimento e há recomeço (Mateus 4:11).
Deus trabalha no silêncio.
Da. Anderson Zanella congrega na IAP em Itatiba (SP).
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