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Um ombro amigo

Os quatro homens que levaram o paralítico a Jesus nos ensinam o valor da verdadeira amizade

 
Descobrir a grandeza que há nos relacionamentos é um fator decisivo para que haja mudança na forma de tratar as pessoas. Nas diversas áreas da vida, família, igreja, trabalho ou escola, podemos ser excelentes naquilo que fazemos, mas se não soubermos nos relacionar com o próximo, dificilmente iremos longe. No capítulo 2 do evangelho de Marcos, dos versos 1 ao 12, é registrada a cura de um homem que foi levado por quatro amigos até Jesus. Essa passagem nos ensina algumas lições essenciais sobre relacionamentos.
O episódio acontece em Cafarnaum, que significa aldeia / cidade do consolo. O  mais interessante é que o nome faz jus à cidade. Ali Jesus realizou os seus maiores milagres como a cura do servo do centurião (Lc 7.1-10), a cura da sogra de Pedro (Mc 1.29-31), libertou um endemoniado (Lc 4:31-37), a cura de dois cegos (Mt 9:27-31), a cura de um filho do oficial do rei (Jo 4:46), entre outras maravilhas.
A primeira lição que podemos aprender é que os amigos de verdade nos ajudam quando não podemos andar com as próprias pernas. Jesus acabava de chegar à Cafarnaum e logo a notícia se espalhou pela cidade. Rapidamente muitas pessoas se reuniram ali, lotando a entrada da casa para ouvir Jesus. No meio dessa multidão, quatro amigos trouxeram consigo seu amigo que era paralítico (v. 3). O rapaz não podia andar por causa de sua deficiência física, mas graças a ajuda de seus amigos, ele chegou até o local onde estava Jesus. Eles se preocupavam verdadeiramente com aquele jovem que vivia daquela maneira. O escritor John C. Maxwell cita em seu livro O coração e a mente do líder que “a beleza da preocupação genuína é a disposição de se envolver sem ser influenciado pelo que se pode receber em troca”.
A segunda lição é que os amigos de verdade não desistem de nós quando surgem os obstáculos. O verso 4 nos diz que “Não podendo levá-lo até Jesus, por causa da multidão, removeram parte da cobertura do lugar onde Jesus estava e, através de uma abertura no teto, baixaram a maca em que estava deitado o paralítico”. A convicção de que apenas Jesus poderia cuidar do problema do amigo forneceu coragem e determinação aos homens. Eles poderiam ter dito: “Ele é muito pesado”, “Tem muita gente” ou “Perdemos a oportunidade”. Aquele não era um dia comum e a passagem até a casa era complicada devido ao grande número de pessoas que estavam ali aglomeradas. A maca estava sendo carregada por quatro amigos determinados que tinham a esperança de uma vida melhor para o seu amigo paralítico. Devido à sua doença, esse rapaz dependia da ajuda de outras pessoas em seu dia a dia. A união deles e o espírito de cooperação, fez com eles cumprissem o propósito que tinham em mente. Quando se tem um firme objetivo e uma fé alicerçada naquele que pode todas as coisas, os obstáculos se tornam transponíveis.
A terceira e última lição no mostra que só chegamos a algum lugar se tivermos amigos de verdade. Aquele homem não teria chegado até o lugar da sua vitória, se não fosse o esforço dos seus quatro amigos. Observe a importância dos relacionamentos. Em Eclesiastes, lemos que se “o cordão (da amizade) for de três dobras; não se quebra com facilidade” (Ec 4:12). É louvável a fé desses homens que carregaram o amigo sobre a maca. Eles demonstram a importância da intercessão. Esses homens tinham a certeza de que, naquele momento, a coisa mais importante do mundo era levar o amigo até Jesus. Por isso, eles subiram no telhado. Sem dúvida, eles tiveram pensamentos do tipo: “Isso vai atrapalhar o culto”; “Nunca fizemos nada assim antes”; “O que as pessoas pensarão?” Contudo, eles não desistiram — eles não podiam desistir. Por quê? Porque tinham um serviço a fazer que era mais importante do que a ameaça de ser diferente.
No verso 5, “Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: Filho, os seus pecados estão perdoados“. Em meio à incredulidade, aos questionamentos e aos pensamentos das pessoas questionando o poder e a autoridade de Jesus, Ele opera o milagre para a glória de Deus e os versos 10 ao 12 narram assim “Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados — disse ao paralítico — eu lhe digo: Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa”. Ele se levantou, pegou a maca e saiu à vista de todos. Estes ficaram atônitos e glorificaram a Deus, dizendo: “Nunca vimos nada igual!“. Valeu a pena! Com certeza isso deve ter passado na mente de cada um daqueles quatro homens. A recompensa para eles foi ver o seu amigo andando!
Só Jesus nos traz perdão dos pecados e mudança de vida! Ele nos ajuda a andar quando não conseguimos, não desiste de nós mesmo com nossas imperfeições e nos garante a salvação, que é o prêmio para todos aqueles que confiarem nele e o confessarem como Senhor e Salvador!
Diego da Silva Barros é diretor da UMAP em Piedade (Rio de Janeiro) e colaborador da equipe de Capelania Prisional da IAP.

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