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Um “sim” consciente

Estou preparada para ser esposa de pastor?

Às vezes, somos levadas a tomar decisões, analisando somente o momento, a partir de sonhos e expectativas utópicas, sem pensar no futuro que nos aguarda.
Noto que, há alguns anos, com raras exceções, os pastores assumiam o ministério já casados, com suas famílias constituídas. Assim, os dois compreendiam e enfrentavam o ministério juntos, já com alguma experiência acumulada.
Hoje estamos vivendo outra época, em que o ministério pastoral, em muitos casos, vem antes do casamento. Neste cenário, o relacionamento monogâmico e permanente, baseado nos princípios e valores do Evangelho cristão, será construído paralelamente à carreira ministerial, repleta de desafios, pressões e variações.
O que nos leva a desejar ser esposa de pastor, diante de tantas alternativas acadêmicas e profissionais, além dos fatores sociais, emocionais e psicológicos envolvidos?
Seria o reconhecimento da igreja? Ou o status pela posição de destaque, ao lado de um ministro do Evangelho? Ou ainda, o sonho de viver um relacionamento romântico ao lado de alguém que experimenta do conhecimento da Palavra de Deus e que, portanto, será mais compreensível, quase perfeito? Seria a ilusão de que nada do que planejamos dará errado, afinal, estaremos a serviço de Cristo, não sobrando espaço para questionar a nossa felicidade virtual?
O ministério é muito mais do que isso. É sonho que se sonha com os olhos abertos. Há muita alegria envolvida mas também, em muitas situações, você deverá estar preparada para dividir o seu esposo com muitas pessoas e tarefas, um dia após o outro.
É necessário estar preparada para acompanhá-lo em missões com casais, visitas a hospitais, comemorar aniversário de casamento fora da data, arrumar a mala dele quando for necessário viajar e ficar em casa sozinha, desistir de algum posto de trabalho para recomeçar a carreira em outra cidade, estado ou país, lembrando que o chamado para o ministério também é seu.
Deus fez a mulher para ser ajudadora, não atrapalhadora. Quando Deus viu que o homem estava só, fez com que ele dormisse um sono profundo e de sua costela fez a mulher, sua companheira (Gn 2. 21-24).
Nós precisamos entender que o chamado é glorioso, mas envolve renúncias. Se insistirmos em, por exemplo, não cortar o cordão umbilical com a família, desejando morar próximo, isso pode trazer sérios problemas. Uma vez que nossa escolha foi feita, precisamos entender que a vontade do Senhor é a melhor para nossa vida e que sempre encontraremos alegrias na família cristã, em cada igreja onde estivermos.
Se você vai se casar com um pastor, é hora de decidir com razão e oração, aproveitando a ocasião para questionar o coração.
Sou casada com um pastor há 20 anos e sei bem o que é deixar pai, mãe e filha, mas sou muito feliz porque o ministério não é só dele, eu aceitei o chamado também, para juntos fazemos a obra do Senhor.
Não se iluda pelas as aparências. Ore, espere e não se precipite na decisão de se casar. Mas se você se alegra com a ideia de ajudá-lo no ministério, provavelmente o chamado já começou tomar forma em seu coração. “Que a esposa deixe o marido feliz por chegar em casa, e que este a deixa triste ao partir. ’’ (Martinho Lutero) Que isso não aconteça por desentendimento, mas por amor.

Dsa. Andréa Cristina Machado congrega na IAP em Jd. Primavera – Sumaré (SP), é pedagoga, casada com pr. Elias Higino, mãe de dois filhos e integra a equipe do Ministério de Vida Pastoral (MVP) – Convenção Geral

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