"Aqui chegamos pela fé"

Quarteto Consagração (SP) convida para 15º aniversário

 
 
Formado por irmãos que congregam na IAP em São Miguel Paulista (Convenção Paulistana Leste), o Quarteto Consagração realizará no próximo dia 24 de março um culto ao Senhor, em gratidão pela 15º aniversário do grupo.
Eles cantarão os principais louvores que marcaram estes 15 anos, além de contar um pouco sobre a história e trajetória dos músicos.
O culto se iniciará às 18 horas. A IAP em São Miguel (Templo Novo) fica na Rua. Taiaçuíra, 45 – São Miguel Paulista
 
 

Idosos não querem só cadeira de balanço

Uma reflexão que alcança todos os pastores jubilados, suas famílias e igrejas.
Nestes últimos dias, tenho pensado na condição dos idosos. Não propriamente no físico deles que, inevitavelmente, os enfraquece, diminui o ritmo, a destreza, e acrescenta dores, mas no paradoxo que o tempo lhes impõe. Quanto mais anos uma pessoa tem, mais poderia falar, no entanto, quanto mais anos o idoso alcança, menos ele é ouvido, recebe atenção, é percebido.  Eliú em Jó 32:6-7 disse: “Eu sou de menos idade, e vós sois idosos; receei-me e temi de vos declarar a minha opinião. Dizia eu: falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria”.
Minha esposa, uma noite, quando cheguei do trabalho me disse: “a mãe esteve reclamando”. Eu perguntei: “reclamando do quê?” Para minha surpresa e reflexão, ela respondeu: “reclamou que está velha, não consegue fazer as coisas que gostaria, não consegue viajar para rever os amigos, tem poucos com quem conversar e sente-se sozinha.” Levei um susto e confesso que pensei em acordá-la para conversarmos.
Antes de me deitar fui à sala e peguei uma revista que minha filha assina. Minha tensão aumentou, pois a matéria que li trazia a seguinte informação: “A falta de saúde mental dos idosos está diretamente ligada aos sentimentos de solidão, é o que afirma estudo realizado na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Idosos que não têm família, ou que se sentem sozinhos, apesar de terem outros por perto, tendem a ter pior saúde física e mental.” Os pesquisadores afirmam que a solidão e o isolamento podem afetar a saúde de diferentes formas, por exemplo, aumentando o estresse, reduzindo a autoestima e podendo levar à depressão” (Revista Psique, nº 73).
Não perdi tempo, no dia seguinte, parei para ouvi-la, misturando um CD de presente, com parte de meu tempo. Selamos assim a paz com o diálogo, varrendo folhas no quintal.
Tenho por certo que é agressão o ato que desata a relação entre novos e idosos. Porém, os hematomas dessa agressão localizam-se na derme do coração. Neste, somente um olhar genuinamente cristão poderá enxergar. É bem verdade que o passar do tempo encurta a passada, embaça o horizonte, distancia os sons e confunde os cheiros, mas o tempo tem muito para falar. Em Sl 71:18 lemos: “Agora também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros”.
Toda a família tem seu idoso, e na via de retorno, todo idoso tem direito a uma família. Que esta não o negligencie, sentindo-se confortável porque comprou-lhe uma cadeira de balanço, para ele ouvir o cantar dos pardais, o ladrar dos cães, restando dizer: “estou consumido Pai, não tenho mais nada para servir”. Igualmente, toda igreja tem os seus idosos, com direto à  uma igreja, que os ouça, acolha, se importem com eles e os deixem falar.  No art. 3º da Lei nº 10.741 encontramos: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.”
“Na velhice, eles ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheios de vida.” (Sl 92:14 – NTLH)
Ismael Pinto Narcizo é pastor na IAP em Douradina (MS).