A precipitação nos deixa perdidos e, às vezes, sem saída
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A precipitação nos deixa perdidos e, às vezes, sem saída
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Nesta terça-feira (3) dormiu no Senhor a Dsa. Joana Camargo, uma valorosa serva do Senhor, aos 91 anos.
Ela congregava na IAP em Itaim Paulista (Convenção Paulistana Leste), onde era querida por todos. O velório será na própria IAP, que fica na R. Manuel de Castilho, 165, a partir das 18 horas.
O sepultamento será amanhã (quarta), às 9 horas, no Cemitério Pq das Palmeiras, em Ferraz de Vasconcelos.
Oremos por toda a família.
Joana Camargo dos Santos. Conhecida por alguns como Vó Joana, por outros como diaconisa Joana, não são poucos os que a chamaram de irmã Joana. Mas a nomenclatura toma nova forma quando conviveram e a puderam chamar de mãe, de avó, de bisavó, de tataravó. Os seus pais, Antônio Joaquim de Camargo e Francisca de Souza Camargo a conheciam apenas como filha.
A filha mais velha entre cinco irmãos, Julio, Antonio, Maria e João, nasceu na cidade de Bariri, uma cidade do interior de SP hoje com pouco mais de 32 mil habitantes. Casou-se com Antenor de Oliveira e com ele teve duas filhas: Guiomar Camargo e Idalina Camargo. Sua bondade foi conhecida de perto pelo garoto Paulo de Jesus, adotado por ela.
Veio para a capital de São Paulo para trabalhar na residência do Drº Edmundo e da Srª Hermínia. Após falecidos, passou a prestar serviços para a filha do casal, Maria Helena, se tornaram grande amigas. Nesta ocasião, em vias de contrariar novo matrimônio, houve a necessidade tirar documentos, porém, seu nascimento foi datado em período muito posterior ao verdadeiro.
Joana Camargo foi evangelizada por seu segundo marido, Cícero Batista. Foi juntamente com ele a um culto na IAP em Vila Maria. Lá pregava o Pr. Godofredo Wanderley, naquele dia, no momento do apelo, ela levantou a sua mão e se rendeu a Jesus Cristo.
Foi batizada nas águas no dia 30/01/1954 pelo Pr Joaquim Peu. No ano seguinte, em fevereiro, recebeu o batismo no Espírito Santo, sendo assim, serva fiel a Jesus congregando na Igreja Adventista da Promessa em Vila Maria.
Participou ativamente na Sofap, Sociedade Feminina Adventista da Promessa, nesse departamento que tanto amava dedicou muito da sua vida. Foi cozinheira por muitos anos da Região da Igreja Adventista da Promessa que ficava ali, em Vila Maria.
Por volta de 1956, após um trágico acidente com seu marido que a deixou viúva, foi morar no Estado de Minas Gerais. Nas Minas Gerais alugou uma casa da senhora Alexandrina, foi nessa casa que ela conheceu a ainda garotinha Maria Auxiliadora, sobrinha de Alexandrina.
Nessa casa sevfazia muitos cultos. Em um destes cultos, enquanto cantava o hino 380 do nosso Brados de Júbilos, aquela garotinha por nome Maria Auxiliadora, e agora chamada de Dorinha e evangelizada por ela, se rendeu a Cristo. Mas a tia da Dorinha, dona da casa, não aceitava de forma alguma a nova decisão da garota.
Num ato corajoso, em 1963 a irmão Joana e sua família decidem voltar para São Paulo, mas não voltaram sem trazer junto a elas a adolescente Dorinha, aquela garotinha que era sua filha na fé, agora se tornara a sua mais nova filha vindo morar em São Paulo na Vila Ré. Nesse período congregavam na Igreja Adventista da Promessa em Vila Nhocuné.
Mas não demorou, conseguiu um terreno no bairro em Itaim Paulista. Ela e suas filhas passaram a congregar naquela que seria a igreja do seu coração, a Igreja Adventista da Promessa em Itaim Paulista.
Em 1988 foi consagrada a Diaconisa. Em 1993, depois do falecimento de seu genro mudou-se para Peruíbe. Junto com sua filha Idalina retornou em 1997 e chegou firme até 31/03/2012, o dia em que participou do seu último culto, um dia de celebração com os irmãos da Família Adventista da Promessa em Itaim Paulista. Tendo dormido no Senhor no dia 03/04/2012 as 9:30.
Não importa como todos os que aqui estão a chamavam, mas uma coisa é certa: nenhum que cruzou o seu caminho voltou sem ter recebido um sorriso, sem ter recebido sua alegria. Ela sempre foi assim, quando criança enrolava um lenço na cabeça segurando maxilar para reclamar de dores de dente. Mas as dores desapareciam, e o lenço também, quando ouvia que a família visitaria o vô Tó. Ela sarava tão rápido que era a primeira a acordar as 4 da manhã.
Foi um exemplo de amor. Cuidou das suas filhas e filhos, cuidou dos netos e netas, e não importava se eles estavam com barba e crescidos, era como se fosse sempre aquele bebezinho segurado por ela na fotografia com poucos meses de vida.
A sua idade sempre será um mistério. Os documentos dizem 92 anos. Duas matriarcas da Igreja em Itaim Paulista eram suas amigas. Se vivas, a irmã Katarina Canesin, que era dois anos mais velha que a irmã Joana, teria 116 anos. A irmã Olimpia Cabral, sua outra amiga era mais nova, um ano. Se viva, hoje teria 113 anos. Estas informações dariam conta de que hoje velamos uma mulher que viveu mais de 110 anos, 114 talvez.
Longa vida; conheceu seus 11 netos, mas conheceu também seus bisnetos e ainda sua tataraneta. Deixa uma família que em tudo experimentou seu amor e seu carinho.
A Igreja em Itaim Paulista perde não só uma das suas firmes colunas, perde também um exemplo de vida, de amor, uma serva fiel ao seu Deus, um amor de mãe sempre comprometido e dedicado em servir ao próximo. Fosse cuidando das pessoas, fosse cuidando de crianças, fosse andando quilômetros simplesmente para orar por alguém doente.
Todos que iam se despedir dela sempre recebiam um grande sorriso e um sonoro: “estou orando por você”. Como diz o poema que ela tanto cantou:
“Ao findar o labor dessa vida / Quando a morte ao teu lado chegar, / Que destino há ter a tua alma? / Qual será no futuro teu lar?
A família da Igreja Adventista da Promessa em Itaim Paulista está triste, mas sua tristeza durará apenas um tempo, até que um dia, no soar da trombeta, nos encontraremos novamente, e agora, seremos uma família eterna.
Como estamos aguardando o dia da Grande Verdade?Continue reading