Notícias da Índia – VII

NO NINHO DO DRAGÃO

Templos de mais de 2200 anos
Cidade inteira adorando 24 horas por dia
Nome de milhares de deuses proferidos diuturnamente
Mantras sem fim a lavar o cérebro, a pirar as mentes
Ayodhya é uma das cidades sagradas da Índia
Onde mestres do hinduísmo são graduados
Onde se disseca Os Vedas, a “bíblia” dos hindus
Onde a filosofia, a teosofia, a sociologia da religião é elevada
Onde ocidentais bacanas buscam preencher o vazio da alma,
Da falta de significado, da existência sem sentido,
Sem perceber que descerão ainda mais na fossa existencial
Ayodhya é onde líderes espirituais viram carcaças humanas,
Magros, esqueléticos, secos, finos, peludos, cabeludos…
Sadus “assustadores” adorando o rio, o sol, a terra…
Lugar onde a concentração de seres espirituais do mal é pesadíssima
Onde o culto ao dragão tem a imagem da loucura
Onde o som dos sinos, sinetes e tambores esbugalham o olhar
Onde os cabelos e a vida das crianças é entregue aos demônios
Onde o excremento de humanos e animais estão por toda parte
Onde centenas de devotos estão ao chão como bichos
Onde o cristão chora e geme
E é desafiado a salvar alguns do fogo
 
 
 
 

Notícias da Índia – VI

MULHERES… Estamos a nos deslocar para uma cidade sagrada O condutor, de fé muçulmana, em silêncio Zona rural toda cultivada, cheia de mulheres, Lavrando a terra, Colhendo grãos, sementes e folhas, Cuidando de animais, Carregando objetos caseiros, Cuidando de crianças… Quase sempre em blocos femininos Afastadas, separadas, distantes dos homens Nada de aperto de mãos Nada de abraços Nada de afeto público Mulheres rurais, não muito diferente das urbanas Mulheres indianas   A ÁRVORE SAGRADA Paramos o carro em rua movimentada Tratores, carros, motocicletas, bicicletas, pedestres… Ao lado está ela, exuberante Tronco, galhos, ramos, folhagens imensas No pé, estatuetas de deuses hindus Figuras exóticas, fisionomicamente assustadoras E mais lanças, ganchos, setas, amuletos, velas coloridas É a árvore sagrada adornada, Ataviada para a adoração pagã As pessoas chegam, se abaixam, se curvam, Fazem gestos de reverência, de veneração, de adoração Lembrei-me do profeta Isaías: deuses de madeira que de nada valem!