A couraça da justiça

De forma figurada é onde está o nosso caráter, as nossas atitudes, os nossos sentimentos mais íntimos

“…e vestida a couraça da justiça. ” – Ef 6:14
A couraça era uma parte da armadura que protegia a frente, o peitoral do soldado. Na armadura romana nada protegia as costas, simbolizando que o soldado cristão não vira as costas ou foge do seu adversário.
Mas a parte superior do tórax, o peito, é onde está o órgão principal, o coração. De forma figurada é onde está o nosso caráter, as nossas atitudes, os nossos sentimentos mais íntimos.
Não é por acaso que Paulo a denomina de “couraça da justiça”. O soldado do Senhor deve ter um bom caráter, um comportamento justo, correto, na medida certa, equilibrado. Aliás, a carta de Efésios, trabalha o tempo todo para que a Igreja de Cristo viva separada do pecado.
Mas justiça própria? Não, ninguém consegue isso por si mesmo. Em primeiro lugar somos justificados pela graça, pelo perdão, pelo sangue de Jesus “o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação.” (Rm 4:25). Depois da justificação pelo Senhor, devemos viver de maneira digna do Evangelho. Ter um comportamento que glorifica a Deus. Manter-se vinculado às verdades reveladas na Bíblia. Isto nos faz fortes, destemidos, corajosos para encarar as dificuldades de frente pois estamos em paz, emocional e espiritualmente seguros.
Declarações faladas ou escritas não nos defendem, mas caráter ilibado sim. Nesta condição somos invencíveis. Falar e não viver é como um soldado sem couraça, com o coração, desprotegido. Fatalmente seremos derrotados e envergonhados.
Gostamos de justiça quando é executada em nosso favor. Quando nos pagam o que nos devem, nos dão um desconto, devolvem o que nos pedem emprestado, depositam o salário no dia certo, as coisas vão bem e nos elogiam. Por outro lado, achamos que é injustiça quando apontam nossos defeitos, não cumprem o compromisso que tinham conosco, coisas ruins acontecem, violam nossos direitos.
Mas, e quando as ações, as decisões, as palavras estão sob a nossa responsabilidade? Temos sido justos? São momentos para olhar para Deus e não esquecermos que “justiça e juízo são a base do teu trono; benignidade e verdade vão adiante de ti.” – (Sl 89:14). Deus governa tudo de forma justa. Sua soberania é infinitamente justa. Nosso desafio é imitá-lo em todas as nossas atividades. É ser como Daniel que apesar de viver numa sociedade corrompida e injusta vivia de forma excelente com Deus (Dn 6:3, 4).

Pr. Elias Alves Ferreira integra a equipe do Departamento Ministerial – Convenção Geral.