A “perfeita” esposa de pastor

Como lidar com a expectativa da igreja, diante de uma mudança

Ninguém é capaz de dar o melhor de si, se o seu coração não estiver envolvido. E nesse caso, o envolvimento de que estamos falando é com a obra do ministério. O que se passa no coração de uma esposa de pastor quando tem que mudar de campo pastoral? Como lidar com essa situação?
Precisamos entender o chamado pastoral do esposo e acompanhá-lo. Parece fácil mas não é. No entanto, quando acontece essa mudança, a esposa do pastor vai para a nova igreja trazendo dentro do seu coração muitas esperanças verdadeiras e falsas. Ela sabe que está sendo analisada em todos os aspectos, bem como sua prole, e isso gera um misto de ansiedade, apreensão, tensão, nervosismo e insegurança; se será bem recebida, amada ou desprezada.
Muitos da igreja esperam que ela seja a pastora auxiliar, esperam que ela tenha uma grau de santidade invejável, esperam que nunca se queixe, que seja mãe exemplar, assídua nos cultos e reuniões, que nunca fique doente. Que seja ativa ( líder das mulheres, dada ao ensino, regente do coro, professora das crianças), bom exemplo em tudo, dona de uma grande maturidade espiritual e emocional, mulher de oração, boa conselheira, evangelista e viva à disposição da obra do Senhor em tempo integral e não ouse ter um trabalho remunerado – “ a mulher perfeita”.
O problema se instaura quando a igreja pensa que a esposa do pastor precisa fazer tudo na igreja para demonstrar seu compromisso com Deus. Mas compromisso com o Criador não se baseia em ativismos que levam a um verdadeiro esgotamento físico e mental. A esposa do pastor precisa ter uma vida íntima com Deus, procurando entender qual a vontade dEle para a sua vida; ela sabe que seu papel como esposa e mãe é primordial e não deve negligenciar isso. Deve buscar a cada dia crescer espiritualmente em comunhão com Ele pois somente assim conseguirá enfrentar as pressões ministeriais, com a graça divina por meio da oração.
Toda esposa de pastor recebe seu dom do Espírito Santo assim como qualquer crente e precisa desempenhá-lo para edificação do corpo de Cristo, sabendo que não deve se preocupar em trabalhar em todas as áreas da igreja porque é esposa do pastor, pelo contrário, deve desenvolver seu ministério assim como cada membro em Cristo Jesus e fazer sempre o melhor que puder.
Ela deve ser uma pessoa autêntica que busca a felicidade de sua família e a estabilidade do seu casamento. Muitas sentem-se satisfeitas com as congregações e abraçam a causa trabalhando ombro a ombro com seu esposo. Outras mulheres, no entanto, jamais se sentirão satisfeitas com as novas igrejas e vão se manter inativas, dando lugar a críticas que geram frustações, tristezas e até depressão.
Em Pv.15.22 lemos: “Onde não há conselhos fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxitos”. Então fica a dica: a instrução primordial para a esposa de pastor é viver aos pés do Salvador; é ali onde a esperança traz alívio ao sofredor, é ali onde se encontra a fonte do amor, pois o melhor lugar do mundo é aos pés do Criador.

Zildelí Ferreira do Carmo Del Pozzo Dsa. Zildelí Ferreira do Carmo Del Pozzo congrega na IAP em Vila Kéllen (Campo Grande – MS) e atua no Ministério de Vida Pastoral – Convenção Sul Matogrossense

Perdendo o rumo

Nove sinais que servem de alerta para todo pastor
Paul David Tripp, em seu livro “Vocação Perigosa”, dentre tantas questões importantes sobre a vida pastoral, trata de alguns sinais de como um pastor pode se encontrar em perigo e até mesmo questionar sua vocação pastoral.
*Primeiro*, ele ignora a evidência clara de problemas. Não vê ou encontra em si mesmo problemas. Justifica dizendo que o que lhe ocorre é causado pelas circunstâncias ou mal entendidos.
*Segundo*, vê e trata o problema dos outros, mas não os seus próprios, até porque não encontra problemas em si. É a questão do lado obscuro da liderança.
*Terceiro*, falta de vida devocional. Ter capacidade de interpretar textos (hermenêutica), pregar bem (homilética) e conhecimento teológico não significa ter vida íntima com Deus. O que motiva, traz perseverança, humildade, amor, paixão e graça é a vida devocional. É ter um relacionamento com a Palavra, e com o Deus da Palavra.
*Quarto*, não pregar o Evangelho para si mesmo. É não descansar na graça salvadora e consoladora do Evangelho libertador de Cristo. E começar a buscar realização e identidade nas coisas e pessoas, de forma messiânica. Isso gera autodefesa, autocomiseração e mágoas. Só Jesus é nosso Salvador.
*Quinto*, não ouvir as pessoas mais próximas. Sempre há pessoas conversando com pastores sobre seu comportamento e de como trata os outros, e isso deve levar à ponderação e mudança de atitudes. É preciso humildade da parte dos pastores para isso. Pastores são humanos e falhos. Não adianta sublimar os erros.
*Sexto*, o ministério começa a tornar-se pesado demais. “O impacto de todas essas coisas juntas é que você descobre que o seu ministério é cada vez menos privilégio e alegria e cada vez mais peso e dever”.
*Sétimo*, começar a viver em silêncio. O pastor começa a se isolar como um mecanismo de defesa. Porém a vida cristã é comunitária e orgânica.
*Oitavo*, o pastor questiona sua vocação. Cogita que realmente não foi vocacionado para o pastorado, coisa essa que não pensava há tempos atrás.
Por fim, pensa em abandonar o ministério. Alimenta em seu coração exercer outra atividade à parte da vida pastoral.
Paul David Tripp reconhece que nem todos esses sinais possam se evidenciar. Reconhece também que esse processo é mais comum do que parece. Sua preocupação é com a cultura das igrejas, que permite que essas coisas estejam acontecendo com seus pastores, sem que seja visto e tratado.
“Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus”. (At 20.24)

Pr. Robson Rosa Santana

Por que pastores se suicidam?

Não podemos ignorar nossas fragilidades da alma
 
 “Chama-se suicídio a toda morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo realizado pela própria vítima.”
(DURKHEIM, Émile. O suicídio: estudo de sociologia. Tradução Andréa Stahel M. da Silva. São Paulo: EDIPRO, 2014. Págs. 13-15 e 391.).
Por que se suicidam os cristãos-evangélicos?
Nunca havia passado em minha vida a possibilidade de um evangélico tirar a própria vida, muito menos ainda um pastor. Isto porque em minhas observações pessoais e particulares costumava a comparar o instinto de vida do homem com os das demais espécies e, nessa comparação observava que este instinto em nós é muito mais evoluído do que nas outras espécies.
Por outro lado, também, observei, em minha leitura pessoal, que esse instinto de vida poderia ser profundamente danificado, corroído, destruído, por uma intervenção maligna (possessão diabólica): “O ladrão, vem pra matar roubar e destruir…” (João 10:10). Particularmente, já lidei com pessoas que tentaram suicídio que estavam literalmente possuídas por demônios.
Em se tratando, pois, de evangélico, que é assim, porque conhece na experiência própria a Maravilhosa Graça e as Escrituras, isso tudo nos levaria à impossibilidade de tal ato violento para conosco mesmo e para com a sociedade.
Porém, ainda com a constatação inequívoca de que gente crente-evangélica, ou ainda mais, líderes evangélicos também cometem este ato de violência, isso me causou uma grande dificuldade de compreensão. Primeiro, porque de uma forma geral, o suicídio aponta que quem comete esse ato, o faz também como revolta a própria sociedade, e no ato teológico entendo que tirar a vida seja, indiretamente, também, um ato violento contra o Autor da vida. Segundo, causa-me espanto, também, que evangélicos se suicidam porque ele tem em si a presença do Espírito Santo e, que, portanto, o maligno não tem o poder de possuir as suas mentes. Para mim, então, estes dois argumentos, eram suficientes para assegurar que uma pessoa serva de Cristo jamais cometeria conscientemente o suicídio.
Mas, o dilema, em relação aos irmãos da verdade da fé, que tiraram suas vidas fez-me a reler as Escrituras e constatar, que mesmo indivíduos que tem o temor de Deus, também, correm o risco de desistir da vida. Vemos Elias esgotado de suas lutas contra as trevas espirituais, escondido numa caverna, na qual Deus vê seu esgotamento e providencia o seu sucessor. E um outro personagem, Jonas, depois de longa jornada exaustiva de pregação declara: “Peço-te, pois, ó Senhor; tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver”. (Jonas 4:3).
Em Elias e Jonas podemos observar um esgotamento tanto espiritual quanto emocional. Nessas circunstâncias, fica implícita a desistência da vida. Por conseguinte, entendo, hoje, que nossos esgotamentos físico-emocionais (psicológicos) como também os espirituais podem nos levar de modo enfermo ao suicídio.
E quais ainda seriam as outras razões pelas quais um pastor tiraria a própria vida?
1º.) Por não atender às exigências de santidade e pureza, tanto por ele ensinada e exigida das suas ovelhas.
Na maioria das vezes não temos um relato explicito dessa razão, porém, quando  aparece vem do resultado de não atender às exigências de santidade e pureza, tanto por ele ensinada e exigida das suas ovelhas e porque agora é ele o transgressor e a vergonha se tornou insuportável por ele, diante de sua família que o tinha como exemplo, diante da sua igreja que o tinha como ícone da santidade e pureza.
2º.) Por uma compreensão teológica, ainda deficitária, no que diz respeito à doutrina do perdão divino
 O desejo de morte, pode ocorrer também ao pastor, por uma compreensão teológica, ainda deficitária, no que diz respeito à doutrina do perdão divino. Ao bem da verdade, Deus exige mais, porém, “onde abundou o pecado superabundou à graça” (Rm.5:20b) e em meio ao esgotamento psicológico e espiritual essa convicção fica horrivelmente enfraquecida.
3º.) Categoria Pastoral Competidora
Em terceiro lugar, ainda que não oficialmente, mas pouco se fala ou se trata de pastores feridos em nosso meio. É comum eles serem convidados a se retirarem. Por outro lado, segue a fama de difamação de outros colegas numa tentativa estranha de afogá-lo cada vez mais na lama em que entrou, pisando mais e mais sobre suas cabeças (talvez seja esse o único momento em que alguns crescem ou aparecerem no cenário denominacional). Este motivo então, pode contribui para a o seu autoflagelo final.
4º.) Ignorar a nossa fragilidade às doenças da alma
É preciso compreender que somos tão seres humanos quanto os demais, sujeitos às mesmas chuvas e tempestades da vida. E, em relação à depressão, não é difícil identificar na mídia as informações de suas causas, sintomas e os seus prognósticos.
A questão, hoje é: Como podemos trabalhar para minimizar o número de líderes que acabam desistindo da sua própria vida? Minha sugestão é que em primeiro lugar sejamos humildes e reconheçamos que em nossa denominação não somos tão autossuficientes assim. Costumo dizer que os muros de Jericó foram derrubados não apenas com o serviço de uma tribo, mas de todo o povo de Deus. Daí, proponho uma aproximação com grupos que já há algum tempo, investem profundamente na área de cuidados da liderança eclesiásticas.
ABPP (Associação Brasileira de Pastoreio de Pastores) em uma estatística comprovou o motivo da solidão pastoral, que para mim, também é um das causas fundamentais do suicídio, mostrando em sua pesquisa que pastores não buscam ajuda por alguns dos itens abaixo:1
1º.) Dificuldade de confiar nos outros (88%)
2º.) Falta de tempo (68%)
3º.) Falta de motivação ou visão (49%)
4º.) Não sentir a necessidade (32%)
5º.) Dificuldade de encontrar um mentor (27%)
6º.) Falta de uma estrutura que encoraje isso (25%)
Sem analisar os resultados, mas fazendo apenas um destaque vê-se que o primeiro motivo, que causa a solidão pastoral e as suas consequências é a falta de confiança nos outros, caminho para as consequências nefastas.
Creio, que precisamos nos equipar em cuidados profiláticos e tratamento dos colegas já adoecidos.
Que Deus tenha misericórdia de nós e que nós tenhamos misericórdia uns dos outros. Como está escrito: “Sede misericordiosos como é misericordioso o vosso Pai Celestial” (Lucas 6:36)
Joel Baptista de Souza, pastor da 1ª Igreja Batista da Enseada no Guarujá (SP), formado em Psicologia pela Universidade Católica de Santos

Cristocêntricos, sempre!

O maior erro de um sermão não está na estrutura mas na falta de referência clara à pessoa e obra de Cristo

“E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras. ” (Lucas 24.27)
O contexto mostra que Jesus havia ressuscitado e dois discípulos caminhavam tristes, da cidade de Jerusalém para a aldeia de Emaús. A razão era por não compreenderem e experimentarem ainda, a alegria da Ressurreição do nosso Senhor. (Lc 24.13-17). Foi quando Jesus aproximou-se deles e, após ouvi-los, ministrou-lhes sobre a importância da Sua morte e ressurreição, baseando-se nos escritos de Moisés, o Pentateuco, em todos os profetas e em todas as demais Escrituras, possível referência aos Livros Históricos e Salmos.
A Bíblia, apesar de ter sido escrita por mais de 40 escritores, de posições sociais diferentes; de estarem separados por mais de 1.500 anos entre Moisés, o primeiro e João, o último; de ter sido escrita originalmente em três idiomas – o hebraico, o aramaico e o grego, em três continentes – África, Ásia e Europa; de possuir internamente 66 livros, mas, por milagre de Deus, é inerrante, possuindo apenas um enredo principal, uma única história prevalecente, uma árvore de apenas um caule, um único rio transbordante de graça, que é Jesus, o Cristo. Toda linguagem tipológica das Escrituras Sagradas culmina no Filho de Deus.
Por isso, nossos ensinos e pregações não podem fugir deste padrão. Para sermos, de fato, um povo “evangélico”, não devemos deixar de pregar os detalhes do “Evangelho”, que é a Humanização, os Ensinos, a Morte, a Ressurreição, a Ascensão e Segunda Vinda de Cristo. O que jamais conseguiríamos por nós mesmos, Cristo fez por nós, o qual aceitamos pela fé e nos é doado gratuitamente, sem merecimento da nossa parte.
O exemplo do próprio Cristo, ao aquecer o coração dos dois discípulos na estrada de Emaús, foi embasar a Si próprio nas Escrituras. E mesmo antes da cruz afirmou: “Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito. ” (Jo 5.39).
Nossas mensagens não devem ser apenas bíblicas, mas Cristocêntricas, ou seja, Cristo no centro. Por exemplo: Se pregarmos sobre Davi, no episódio em que derrotou o gigante Golias (1 Sm 17) estaremos sendo bíblicos, mas temos que ter o cuidado de não pregarmos apenas algumas partes com conteúdo de autoajuda. Ou ainda, Davi, um jovem que apenas mata um gigante, fazendo dele um herói. Porém, se conectarmos esta história à espinha dorsal de todo panorama bíblico que é Jesus, estaremos pregando o Evangelho. Os Filisteus estavam oprimindo a nação de Israel. O gigante Golias estava desafiando as tropas Israelitas. E, não havia alguém capaz de lutar com ele. Até que veio Davi, que não aceitou as armaduras de Saul, que foi no poder do Espírito de Deus e em nome do Senhor dos Exércitos, e com apenas uma pedra o derrotou. Satanás e os pecados também atacam, oprimem, roubam a paz, e não apenas de uma nação, mas de toda a humanidade. E não há nenhum ser humano capaz de derrotá-lo, pois todos pecaram (Rm 3.23).
Até que veio Jesus, o “Filho de Davi”, que viveu humildemente entre nós, em completa santidade, que não aceitou armadura ou ajuda externa, e venceu todas as forças do mal, todo pecado, escravidão e temor. E não com uma pedra, porém, pelo Seu sangue na cruz: “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões; e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz. ” Cl 2.13 e 15 e ainda: “quanto mais, então, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo! ” – Hb 9.14. Quando fazemos isso, pregamos o Evangelho. Cristo é glorificado.
O maior erro homilético não são as divisões de um sermão, as frases de transição, as concordâncias e palavras pronunciadas de forma errada, mas, a falta de referência clara à Pessoa e Obra de Cristo. Jesus é o alvo de todo o universo e de toda a história e deve ser de nossos ensinos e sermões. O que mais as pessoas precisam é de Cristo. A maior missão da Igreja é falar incansavelmente da cruz do nosso Senhor. Quando o fazemos, acertamos porque pregamos o Evangelho. Quando omitimos, erramos. Não esqueçamos jamais que Jesus Cristo é o nosso tudo.

Pr. Elias Alves Ferreira congrega na IAP em Boqueirão (Curitiba – PR) e integra a equipe do Ministério de Vida Pastoral – Convenção Geral.

Como a luz da aurora

Brilhar cada vez mais, num mundo corrompido pelo pecado, nem sempre é fácil, mas o espetáculo vale a pena!

Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. (Provérbios 4:18)
A Bíblia diz que nosso caminho é como a luz da aurora, o nascer do dia, brilhando mais e mais, até ser dia perfeito. Não é de repente, mas vale a pena! Para Deus, o espetáculo é lindo, porque ele está nos tornando cada dia mais brilhantes para Ele, muito embora a gente, às vezes, não entenda. Pode ser que a gente reclame, porque o caminho nem sempre é tranquilo e suave, mas o resultado – Deus sabe – será, um dia, radiante!
Ele está nos aperfeiçoando pela santificação, até que Jesus volte.
Mas como viver, neste mundo mau e perverso, sendo de fato, como a luz da aurora, brilhando mais e mais? No contexto do capítulo 4 de Provérbios, Salomão está nos dando um precioso conselho: adquira a sabedoria, o conhecimento!
“Se precisar, venda tudo e compre a sabedoria! Procure entendimento! Agarre-a com firmeza – acredite, vc não se arrependerá… ela fará sua vida gloriosa – cheia da indescritível e maravilhosa graça – enfeitará seus dias com a mais pura beleza.” (versão A Mensagem)
Tantas pessoas vem a nós, como ajudadoras no cuidado com o rebanho. Se somos mulheres sábias, teremos um bom conselho, uma boa palavra.
Quero estimular você a investir nisso! Lembre-se de que Deus está desejando produzir em você: um dia cada vez mais brilhante. Não se acomode à escuridão, queira crescer, queira conhecer mais o Senhor, saia da sua zona de conforto. Sua caminhada com Ele pode ser inesgotável, se você o buscar.
Em Provérbios 4, versículos 23 a 27, Salomão traz conselhos bem práticos para nutrir a sabedoria:
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”. Como está seu coração? Leve ou pesaroso, cheio de fé ou cheio de desânimo? Cheio de perdão ou cheio de ressentimento? Na versão A Mensagem, está escrito: “vigie sempre seus pensamentos, deles depende sua vida”.
Deus é quem tem o poder de limpar, renovar seu coração, se você quiser. Se com sua boca, colocar diante dele o que está no seu coração, Ele tem o poder de limpar, animar, renovar a fé.
“Desvia de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios”. Como andam nossas conversas? Será que temos nos alimentado de fofocas, conversas fúteis, que não promovem a sabedoria, pelo contrário, enchem nossa mente do que não é bom? Nossas conversas revelam Deus? No whatsapp, no celular, pessoalmente, na família, com o marido, com os filhos? Quando Deus nos observa, Ele se alegra com o que falamos, porque nossas conversas são sempre permeadas pelos valores eternos?
“Os teus olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem direto diante de ti.” O que estamos colocando diante de nossos olhos são opções sábias? Estamos assimilando conteúdo relevante para nossa vida ou perdemos tempo assistindo programas na TV que nada edificam? Em nossos dispositivos móveis, o que temos assistido? Os vídeos são tão enriquecedores que queremos compartilhar ou ficamos vendo piadinhas tão discriminatórias que não queremos que Deus veja! No que temos colocado nossos olhos?
Será que temos colocado nossos olhos cobiçando algo que não é nosso? A casa, a roupa, o homem que não é nosso! Será que não temos sido tentadas pelo que estamos olhando?
Sejamos sábias no olhar. Podemos e devemos discernir o que assistimos, o que vemos, o que compartilhamos.
Salomão encerra os conselhos para adquirir a sabedoria, dizendo: “Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados! Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal.” A versão AM diz : “que o chão que pisar seja bem firme”. Você já pisou em terreno escorregadio? Não sentimos firmeza, temos medo de cair. Não ande por um caminho assim. Ande pelo caminho que Deus conduz você! Esse será firme, independente da adversidade. Poderá ser difícil em algum momento, mas estará firme, porque é o caminho que Deus está guiando, não um atalho que você pegou.
“Não olhe para a direita nem para a esquerda”. Tantas coisas confrontam nossa fé, querem nos fazer desviar o olhar de Deus. O inimigo usa muitas armas para nos fazer desistir de Deus, da fé em Cristo, do ministério.
Talvez você já tenha pensado: “por que mesmo aceitei o chamado do Senhor, para passar por isso?”; “por que mesmo me dedico tanto às pessoas para receber isso em troca?”; “como parece que as pessoas à minha volta parecem mais felizes, mais completas?”
Lembre-se: seu caminho é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito. Deus sabe exatamente o que faz em sua vida, Ele jamais erra.
Busque a sabedoria no Senhor. Quanto mais você buscar, mais sede terá dele. Isso a fará passar pelos períodos de tribulação de forma menos difícil, porque você olhará para Ele, o autor e consumador de sua fé.

Dsa. Lilian Mendes congrega na IAP em Vila Maria a integra a equipe do Ministério de Vida Pastoral (MVP).

Fora da caverna

Lá está a jornada mais importante de nossas vidas

Em I Reis 19.11-12, lemos: “E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor…”
Por vezes, em nossa caminhada, enfrentamos situações difíceis e dolorosas. E somos tentados a achar que estamos sozinhos e esquecidos por Deus. O profeta Elias vivenciou esta situação. Escondido no interior da caverna, ele lamentava a injustiça que estava sofrendo e o sentimento de abandono tomou conta de seu coração.
O lugar perfeito para Elias era o aconchego que encontrou na caverna, mas o lugar que Deus queria que ele estivesse era do lado de fora…
Em tempos cavernosos, Deus quer nos falar, mas por vezes estamos fechados em nossas emoções e não conseguimos ouvi-lo. A nossa razão está aberta para a fé, mas as emoções estão fechadas para o agir de Deus.
Conhecemos a Palavra, no entanto não desenvolvemos em nós o que ela ensina… “Entrega tuas preocupações ao Senhor! Ele te sustentará; jamais permitirá que o justo venha a cair.” (Sl.55:22)
Deus nos chama para sair do lugar perfeito, que achamos ter no fundo da alma para nos esconder e ir para onde Ele está: fora da caverna… Lá está a jornada mais importante de nossa vida.
Elias tinha cumprido com sucesso sua missão, mas após encontrar-se com Deus fora da caverna, sua vida tomou um novo rumo e Deus deu a ele um recomeço.
Deus quer tratar nossas emoções…
1. Descubra o que coloca você para baixo.
2. Quais os sentimentos que permanecem em seu coração e que precisam do tratamento divino. O Espirito Santo ajudará você a superá-los e a pensar nas coisas do alto.
3. Deus tem para você uma linda jornada fora da caverna!

Ilma Souza, ministra de Educação Cristã, professora do Seminário Betel Brasileiro, membro da equipe de Mulheres em Ministério/SP, esposa de pastor na Primeira Igreja Batista da Enseada no Guarujá (SP).

Se teu coração doer…

Pastores e esposas, lembrem que vocês são “gente”

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” (Pv 4.23)
O coração é apresentado na Bíblia como o centro dos sentimentos, dos afetos e da própria vida. É do coração que fluem as emoções, os desejos, as aspirações e vontades. Assim, se o coração estiver alegre embeleza o rosto, mas a tristeza deixa a pessoa abatida (Pv.15:13 NTLH). Então, se estiver afetado de amarguras, além de causar doenças psicossomáticas, as emoções negativas terão poder de reduzir a capacidade intelectual e bloquear, inclusive, o fluir de Deus em nossa vida.
Jeremias 17:9 é um dos textos mais enigmáticos. O profeta faz uma observação – o coração é enganoso, e em seguida pergunta: Quem é capaz de compreendê-lo?
Os sentimentos de tristeza e alegria colorem o fundo afetivo da vida psíquica de todo ser humano. Não há receitas e nem fórmulas mágicas para estarmos alegres em tempo integral e a tristeza constitui – se na resposta humana às situações de perda, derrota, desapontamento e outras adversidades.
Não é de hoje que somos surpreendidos com alguns casos de suicídio, seja de celebridades, pessoas próximas ou ainda casos veiculados na mídia, e chocados a pergunta sempre é: “Por quê”? Mas quando a vítima faz parte do ministério pastoral que não suportou as pressões e os desafios internos e externos, a notícia é devastadora e deixa todos perplexos.
Segundo a OMS, cerca de três mil pessoas cometem suicídio no mundo por dia, isto quer dizer que a cada 40 segundos uma pessoa põe fim à própria vida. O Instituto Schaeffer, dos Estados Unidos, chegou a pesquisar sobre a saúde mental de líderes religiosos e revelou que 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão, e 71% estão “esgotados” física e mentalmente. Ainda de acordo com esta pesquisa, 80% dos pastores acreditam que o ministério pastoral afeta negativamente suas famílias e 70% dizem não ter um amigo próximo. Assim como o número geral de suicídios, os casos com vítimas que lideram igrejas também têm a depressão como principal causa.
A depressão é uma doença e em determinados casos pode mesmo constituir risco de vida, requerendo tratamento especializado. Os principais sintomas da depressão são tristeza evidente ou um sofrimento de vazio interior, esgotamento, estado de ansiedade, agitação interior, perturbações ao nível de raciocínio e do sono, dificuldade em tomar decisões simples, a concentração fica desequilibrada por conta de uma atividade longa e excessiva dos hormônios de estresse. Essa superatividade, somada com a cultura do autoengano, que se tem espalhado no meio das igrejas evangélicas onde as pessoas com crenças superficiais e descompromissados com a palavra de Deus requerem dos pastores resultados automáticos em querer ter e não se preocupam em querer ser o cristão que Jesus espera que seja, os problemas financeiros ou familiares, cobranças excessivas, as decepções, a competição eclesiástica, a falta de amigos etc, podem gerar o gatilho para que ministeriais tirem a própria vida.
É triste, mas muitos buscam na morte o alívio, uma forma de fugir daquilo que o deprime; um desejo de reparação da alegria, da salvação, de escape, da dor e não da vida.
Queridos, vocês são homens e mulheres que representam Deus aqui na terra mas até Jesus precisou ser amparado em momento de insuportável dor na alma. (Lc 22.43) E vocês não são diferentes: vocês são gente, seres humanos imperfeitos que choram, pecam, precisam de atenção, dependem de oração, necessitam de ajuda, de perdão, que precisam aprender administrar seu tempo com a igreja e família, tirar férias, cuidar da saúde, ter amigos, conhecer melhor seu temperamento, e buscar ajuda profissional se preciso for.
Aprendam a desenvolver meios para enfrentar seus medos, suas dificuldades e desafios. Peçam ajuda sem constrangimento ou vergonha. Falem sobre sua dor, exponham seus sentimentos e isso irá nutrir a coragem para viver e a capacidade para lidar com as contrariedades e frustações. O salmista Davi deixou uma dica valiosa depois que fez uma análise sobre o seu sofrimento e então falou pra si mesmo: “Por que você está abatida, ó minha alma? Por que está tão perturbada dentro de mim? Pare com isso! Ponha sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus” Sl 42.11.
Deus é maravilhoso, está sempre presente e nos envia pessoas dispostas a ouvir e estender a mão.

Dsa. Zildeli Ferreira do Carmo Del Pozzo congrega na IAP em Vila Kéllen (Campo Grande – MS) e atua no Ministério de Vida Pastoral – Convenção Sul Matogrossense.

Pastor: solteiro ou casado, o que é melhor?

O ministério é um chamado divino, autenticado pelo Espírito Santo, e não por uma certidão de casamento

“Se não for o Senhor, o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda. ” – Sl 127.1 – NVI
Quando pensamos em casal pastoral, nos lembramos no doce que é servido em casamentos, o “bem-casado”, aquele bolinho com delicioso recheio de doce de leite. Um casal pastoral bem resolvido e unido no Ministério é agradável como esse doce, por que o exemplo de vida fala mais alto e os membros da igreja são bem atendidos. Há alegria, amor, satisfação, confiança, parceria, união, solidez e autenticação de Ministério. Todos veem este casal trabalhando para a glória de Deus. Por outro lado, quando o pastor possui uma esposa que não o apoia, há muita insatisfação e muitos problemas não são resolvidos.
Mas a aspiração ao casamento não pode funcionar como pressão para os jovens pastores se casarem logo. Quando eles iniciam o Seminário, não faltam pretendentes. O Ministério parece ser algo que se desempenha sem problemas e o pastor, uma pessoa ideal, pois carrega em suas funções um certo “status”. No entanto, dizemos ao aspirante do Ministério ou ao jovem pastor solteiro, não se precipite. Alguns detalhes são importantes:
Passos naturais do casamento
Os passos naturais são: amizade, namoro, noivado e casamento. Amizade é para conhecimento prévio. O conhecimento virtual pode esconder a verdadeira personalidade. Namoro é para aprofundamento do conhecimento no contexto familiar e dos propósitos futuros. Se há um chamado claro para o Ministério Pastoral, isto deve ser dito no namoro. Nem sempre a primeira impressão é a que fica. Na dúvida, não prossiga.
Noivado é para preparação física, emocional, espiritual e financeira para o casamento. E casamento é para usufruírem juntos do propósito de Deus para a vida e o Ministério. Mas quando o namoro acontece sem se conhecer plenamente o futuro cônjuge, sem se discutir claramente o futuro ou baseado apenas na paixão, pode resultar num casamento fracassado. Ou então, um namoro muito apressado, sem a preparação devida, sem os cônjuges assimilarem o estilo de vida bastante peculiar, que é o pastorado.
Convicção divina
Deus é o construtor do lar. Não é assim o texto acima? “Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção.” Confie mais em Deus e menos em si próprio. Não confunda a vontade de Deus com o fascínio da beleza física e do romantismo. Provérbios 31.30 – “A beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme ao Senhor será elogiada.” Já no namoro, é preciso mais razão que emoção. Fica muito mal o pastor ou futuro pastor ter muitas namoradas antes de se casar. O mesmo Deus que trouxe uma companheira idônea para Adão, trará também, no tempo certo, a companheira de vida e de Ministério.
Conversão
Ela realmente é convertida? A pergunta não é se ela já nasceu em um lar cristão, se a família é importante na igreja local, se frequenta assiduamente os cultos, se é batizada ou tem cargos na igreja local. Mas o mais importante é saber se ela teve um encontro com Cristo e este passou a ser “Senhor e Salvador” da sua vida. Não precisa ser perfeita, aliás, não existe cônjuge perfeito, mas precisa ser convertida e não apenas convencida. A função maior do Ministério é levar salvação aos outros. Como fazer isto se a esposa não entrou neste processo?
Ministério é assumir a cruz de Cristo
Ela precisa saber que o Ministério é cruz. Que precisa viver Lucas 9.23 “Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me.” Que o seu futuro esposo terá três patrões: a consciência, Deus e a Igreja (liderança). Que assim como o esposo, terá que dizer não para muitas coisas. Terá financeiramente para o básico. Fará mudanças às vezes indesejadas. Seu esposo será um homem público, a qualquer hora do dia poderá ser solicitado e por isso não terá horário fixo para as suas atividades. Dependendo da estrutura da igreja local, o seu lar poderá ser bastante frequentado. Embora não seja necessário que seja “Pastora”, haverá visitas ou aconselhamentos nos quais será importante a sua presença.
Pastor pode ser solteiro?
E para os pastores que optam por não se casarem? Pastor deve, necessariamente, ser casado? A resposta é “preferencialmente” e não “necessariamente” ou “obrigatoriamente”. A Bíblia diz: “Quem encontra uma esposa encontra algo excelente; recebeu uma bênção do Senhor.” (Pv 18.22). Vida a dois é bom, facilita muitas coisas no Ministério, contudo, não é pré-requisito obrigatório. Não é nenhum demérito ou pecado ser solteiro no Ministério. Ninguém é obrigado a se casar, muito menos urgentemente. Temos vários pastores solteiros em nosso Ministério e são homens de Deus e aprovados. Em 1 Coríntios 7.7 temos o exemplo e conselho do apóstolo Paulo neste particular: “Gostaria que todos os homens fossem como eu; mas cada um tem o seu próprio dom da parte de Deus; um de um modo, outro de outro. ” Permanecer solteiro para sempre, de acordo com este texto, é um dom. Se alguém tem convicção deste dom, permaneça solteiro. Mas como Paulo prosseguiu: “… se não conseguem controlar-se, devem casar-se, pois é melhor casar-se do que ficar ardendo de desejo.” (1 Co 7.9). O ministério é um chamado divino, autenticado pelo Espírito Santo e não por uma certidão de casamento.
Solteiros ou casados, devemos ter a mesma convicção de Paulo: “Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.” – Fl 1.6 (grifo nosso).

Pr. Elias Alves Ferreira congrega na IAP em Boqueirão (Curitiba, PR) e integra a equipe do Ministério de Vida Pastoral – Convenção Geral.

Uma experiência extraordinária

Saber que fomos separadas por Deus, para servir, é algo indescritível

“Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres. (Ef 4:11)
O ministério pastoral pode ser descrito de muitas maneiras e exercê-lo significa realizar tarefas diversificadas. Os pastores são criados por Deus para serem pastores. Não é uma questão de escolha. Eles não escolhem ser pastores, mas são escolhidos de acordo com o plano e propósito divino e muitos são separados desde o ventre. (Jr 1:5).
Ser pastor não é uma questão de possuir uma coleção de dons espirituais, mas é um dom próprio.
Saber que foi separado por Deus é, com certeza, magnífico. Depois de ter conhecimento pessoal de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, ter certeza desse chamado é a garantia de conservar-se na rota correta do ministério. É saber que os altos e baixos da vida ministerial serão ao lado daquele que tudo pode, é confiar que foi autorizado para pregar a Palavra e ministrar os sacramentos, é saber que foi escolhido para ouvir a confissão de pecado, sem julgamentos. É ter a certeza de que Deus é a sua força enquanto executa suas tarefas.
Viver ao lado de um homem chamado por Deus para tratar, aqui na Terra, de coisas eternas é um privilégio, apesar de experiências dolorosas e cheias de ansiedade, em certas ocasiões.
Vivemos o ministério com intensidade porque acompanhamos a vida de nosso companheiro. Vemos a sua preparação diária, seu sucesso, fracassos, esgotamento, relacionamento com a congregação e deveres familiares.
Dividimos sua presença com a comunidade, ouvimos suas orações diárias e clamores pela Igreja do Deus vivo, pela sua casa, ministério e pela sua vida. Escutamos o testemunho de vidas que são abençoadas e alcançadas através do poder de Deus.
Lamentamos sim, sua ausência, por conta das atribuições inerentes a sua função e viagens, mas sabemos que ele é um representante de Deus que inspira confiança, que celebra a amizade com os membros, que aplica seus conselhos dentro de um contexto bíblico, que ministra a Palavra de Deus, orando para que Cristo seja o centro da vida de cada um.
O ministério pastoral envolve sempre duas coisas: aprender a ouvir a voz de Deus e aprender a ouvir o ser humano. Aprender a amar as pessoas com compaixão é absolutamente necessário, mas conhecer, amar a Deus e a sua vontade é imprescindível e temos que entender isso.
Saber que o pastor foi chamado para pregação, ensino, visitação, orientação espiritual, disciplina eclesiástica para conduzir vidas em direção aos céus sob os cuidados do Supremo Pastor, e que nós, como esposas, fomos escolhidas para ser ajudadoras nesta missão, é sentir o quanto Deus nos ama e deseja que nós sejamos dependentes dele.
Os sofrimentos existem são reais mas viver sob a potente mão de Deus é uma experiência extraordinária. Devemos estar dispostas a transformar fraquezas em forças e, mesmo quando isso não for possível, devemos procurar oportunidades para que Deus seja glorificado até mesmo em nossos fracassos e sofrimentos. Deus não comete erros e sempre está operando em nós, à medida que continua a nos aperfeiçoar e edificar, até a volta de Cristo.

Dsa. Zildelí Ferreira do Carmo Del Pozzo congrega na IAP em Vila Kéllen (Campo Grande – MS) e atua no Ministério de Vida Pastoral – Convenção Sul Matogrossense.

Ancorados na esperança

Em meio às tempestades, os barcos precisam firmar suas âncoras em lugares profundos

“Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta; a qual tem como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu” (Hb 6.18,19)
Ao alcançarmos certa idade, começamos a fazer uma retrospectiva da vida em busca das vitórias obtidas. Por vezes somos tentados a parar diante de uma lembrança triste, uma perda ou fracasso… Eu não sou diferente. Nestes momentos, lembro-me da “mão salvadora” que esteve segurando a minha vida e levou-me adiante em uma jornada de fé e crescimento.
As tempestades surgiram e, apesar dos anos de vida que já acumulei, não deixarão de existir. No entanto, o lugar onde tenho firmado minha “âncora” fez e fará sempre a diferença. Temos como âncora da nossa alma o sacrifício do nosso sumo sacerdote, Jesus Cristo.
As promessas de que “le estaria comigo todos os dias de minha vida e que me ama incondicionalmente são a garantia de que minha vida chegará sempre ao porto seguro, impulsionada pelo vento do Espírito Santo de Deus.
Nossa esperança é segura e inalterada, ancorada em Deus, da mesma maneira que um navio se ancora firmemente no fundo do mar.
A natureza de Deus e suas promessas são imutáveis. Deus é a verdade, portanto, podemos confiar em suas promessas para nossas vidas. Essa segurança traz-nos ânimo e confiança.
Onde você tem ancorado? Sua esperança está em si mesmo e na sua capacidade?
Minha oração é para que em meio às tempestades possamos trazer à memória o que nos pode dar esperança : as misericórdias e a fidelidade do Senhor que são grandes e sem fim. (Lm 3.21-23).

Ilma Farias de Souza é ministra de Educação Cristã, pedagoga, esposa de pastor, da Primeira Igreja Batista da Enseada no Guarujá (SP) e professora do Seminário Betel Brasileiro em Praia Grande (SP).

Um tipo de super-heroi?

É importante lembrarmos do que a Bíblia ensina sobre o ministério pastoral

“Esta afirmação é digna de confiança: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função.” (1 Timóteo 3:1)
No dia 22 de julho, comemoramos o Dia do Pastor promessista. Nesta data, podemos refletir um pouco mais sobre a vida do pastor e o seu ministério. Além disso, neste período temos a oportunidade de louvar a Deus e de agradecer ao Senhor pela vida daqueles que, diariamente, têm atendido ao chamado divino, têm cumprido a vocação para a qual foram chamados e têm exercido o ministério com integridade e excelência, para a glória de Deus.
Mas, quem é o pastor segundo as Escrituras? Num contexto de sociedade em que muitos acham que os pastores são um tipo de “super-herois” que não erram, não pecam, estão sempre sorrindo e são extremamente bem-sucedidos financeiramente, é muito importante retornarmos ao que a Bíblia nos ensina sobre estes homens que têm exercido o ministério pastoral no corpo de Cristo. Ao compreendermos estas orientações somos motivados pelo Espírito Santo a orar por nossos pastores e a ajudá-los no serviço da igreja de Jesus.
Momentos de tristeza, desânimo, incerteza acontecem também na vida do pastor. O ministério pastoral não é feito somente de risos e vitórias, mas também de lágrimas e derrotas… Ele é um homem com suas fragilidades, mas cuja vida é um testemunho vivo do poder, do agir e do amor de Deus. O pastor vive para glorificar e adorar a Deus através de seu ministério. Ele é um instrumento do Senhor para proclamar as verdades do evangelho de perdão e salvação em nossa geração. Foi chamado para treinar os membros do Corpo de Cristo a fim de que a Igreja cumpra a sua missão. A vocação pastoral é um grande privilégio e significa uma “nobre função”, no entanto é também uma imensa responsabilidade! Cada pastor responde e responderá diante do Senhor pelo rebanho que está pastoreando.
O pastor é um pecador com falhas, fraquezas e limitações, mas que também foi alcançado pela graça e pela misericórdia do Senhor. É o evangelho de Cristo Jesus que transforma e dá significado à vida, à família e ao ministério pastoral. É o Espírito Santo quem capacita, fortalece e sustenta a vida do pastor que está seriamente comprometido em cumprir a vontade do Senhor para a sua vida. É a Palavra de Deus o alimento e a base dos ensinamentos, pregações, aconselhamentos e estudos bíblicos ministrados pelo pastor “segundo o coração de Deus”. É a oração que sustenta e alicerça a vida e o relacionamento do pastor com o seu Senhor e Salvador.
Sendo assim, ao meditarmos nestas questões, que possamos agradecer a Deus pela vida de nossos pastores não somente no dia 22 de julho, mas durante todos os dias. Além disso, que o nosso reconhecimento pela vida e trabalho desses homens resulte em apoio e ajuda, pois cada um de nós foi chamado para cumprir a sua missão no corpo de Cristo. Que cada pastor da Igreja de Jesus seja fortalecido em Deus e na força de seu poder!
Gostaria de encerrar esta reflexão parafraseando o versículo de Romanos 11: 36: “Pois de Cristo, por Cristo e para Cristo são todas as coisas. Inclusive e principalmente, o ministério pastoral. A Jesus seja a glória para sempre! Amém.”

Dsa. Claudia Duarte congrega na IAP em Votuporanga (SP), é diretora do Departamento Infantojuvenil Regional da Convenção Noroeste Paulista e atua no Ministério de Vida Pastoral da Convenção.

Nos braços do Sumo Pastor

Cada esposa de pastor deve se lembrar que há descanso em Jesus

Ela deve estar sempre cedo na igreja, antes do início dos cultos. Ela deve estar sempre bem vestida, mas de forma modesta. Ela deve manter os filhos sob controle, mesmo que sejam pequenos, para que não atrapalhem o andamento do programa. Ela deve cumprimentar os membros da igreja, com simpatia e acolhimento, de preferência, lembrando os nomes de cada um. Ela deve orar, sempre e com dedicação, por seu marido, seus filhos, mas também pela igreja, lembrando-se dos aflitos e enfermos, e pelos que precisam ser alcançados pelo evangelho.
Ela deve…Ah, são tantas as atribuições da esposa de um pastor, que a lista seria impossível de ser registrada aqui. Como então, lidar com a expectativa da igreja? Como lidar com a expectativa do marido, o pastor da igreja? Como lidar com a sua autocobrança, sempre insatisfeita por deixar alguma área descoberta?
Você, esposa de pastor, precisa se lembrar que não é perfeita. Seu modelo é Cristo e você deve buscá-lo de todo o coração, mas não se esqueça de sua total dependência dEle. Isso trará o devido equilíbrio a sua vida, pois não se esquecerá de cuidar de si mesma, cuidando apenas dos demais, nem irá negligenciar sua família, auxiliando seu marido no cuidado com o rebanho. Amar ao próximo como a si mesma requer sabedoria, cuidando de sua vida emocional, familiar e devocional, afinal, sem Ele nada podemos fazer.
Nesta data especial – 22 de julho, Dia do Pastor Promessista – honramos todas aquelas que desenvolvem o ministério juntamente com seus maridos, colocando suas vidas à total disposição do Mestre e mostrando Cristo em suas palavras e atitudes.
O ministério é glorioso mas também é penoso em alguns momentos, isso é fato… Mas que essas lutas temporais não roubem sua alegria de ter respondido ao chamado mais sublime de todos: o chamado de Jesus. Ele é o seu Sumo Pastor, entende suas limitações, suas fraquezas, suas frustrações e jamais a lançará fora.
Quando a lida for difícil, quando o choro for inevitável, quando pensar até em desistir, corra para Ele e encontrará renovo: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.
Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mateus 11:28-30 – NVI)

Dsa. Lilian Mendes, congrega na IAP em Vila Maria (São Paulo,SP) e atua no Ministério de Vida Pastoral (MVP) da Convenção Geral.

Ela não é poderosa

A esposa do pastor precisa ser vista como alguém que tem limites, que pode adoecer e precisar de ajuda

Servir a Deus como esposa de pastor é desfrutar de uma graça, de um privilégio. Diversos textos bíblicos, dentre eles, Atos 9.15, Efésios 4.11 e I Timóteo 3.1, mostram que o pastor é separado para uma obra especial, escolhido por Deus. Uma vez casada com este homem, sua esposa passa a ocupar um lugar especial em seu ministério.
Não é incomum encontrarmos textos excelentes e inspiradores que falam sobre o papel da esposa do pastor, seu lugar no corpo de Cristo, e o que se espera dela no exercício dessa função. Diante de muitas informações e diversas opiniões, muitas vezes, o grande desafio para a esposa do pastor é o de desenvolver o seu trabalho da forma como Deus requer, encontrando nele satisfação.
No entanto, assim como há mulheres plenamente realizadas no ministério, há outras insatisfeitas com essa posição, vendo no seu papel um fardo, algo difícil e penoso de ser exercido. Vamos refletir sobre algumas razões para isso.
A primeira é que algumas resistem em aceitar esse compromisso. Geralmente essa atitude é traduzida pela famosa frase: “O meu marido foi chamado; o ministério é dele, não meu”. Nesses casos, talvez falte primeiro compreensão bíblica a respeito do próprio casamento, pois Gênesis 2.24 diz que uma vez que um homem e uma mulher se casam, tornam-se “uma só carne”. Assim, devem seguir na mesma direção, compartilhando alegrias e tristezas, esperanças e decepções, “até que a morte os separe”.
Esquivar-se de suas responsabilidades como companheira de ministério é esquivar-se de suas responsabilidades como esposa, pois foi Deus, ao criar a mulher, quem disse:“Não é bom que o homem esteja só,farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”(Gênesis 2.18). Se entendemos que a mulher foi criada para auxiliar o marido, como pode a mulher do pastor não auxiliá-lo no ministério?
A resposta a essa pergunta pode estar relacionada à segunda razão, causada por um equívoco em relação ao papel da esposa do pastor. Muitas vezes, espera-se que ela exerça o ministério integralmente, como seu marido, ocupando diversos cargos e envolvendo-se em todas as atividades da igreja. Há até os que a chamam de “pastora”, mesmo não lhe atribuindo autoridade correspondente. Embora a Bíblia mostre a inegável importância das mulheres na história do cristianismo (Filipenses 4.3, Romanos 16.1-6), inclusive em posição de liderança, como no caso de Débora (Juízes 4.4), não há menção de mulheres exercendo o ministério de forma particular. De qualquer modo, biblicamente a ordenação é algo pessoal, não sendo nunca a extensão da ordenação de outro, mesmo que este seja seu marido. “A esposa do pastor precisa ser vista como membro normal da igreja, e não como pastora auxiliar”. (1)
Avaliadas pelos cargos
Deve-se levar em conta o fato de que, muitas vezes, a esposa do pastor estuda, trabalha fora ou exerce uma atividade remunerada dentro de casa. Como as outras esposas e mães, divide seu tempo entre marido, filhos, casa e igreja. É triste saber que algumas são avaliadas pela quantidade de cargos que ocupam e atividades que desenvolvem, sofrendo, inclusive, comparações com outras.
Nesse sentido, a forma como o pastor age com sua esposa tem grande influência na relação da igreja com ela. Quando ele valoriza suas capacidades e compreende suas limitações, esperando dela auxílio e não ativismo, ela encontra liberdade para desenvolver seus talentos com alegria, para o Senhor, e não para corresponder a expectativas. Por outro lado, se o pastor não assume o papel de líder de sua esposa, abre caminho para que outros queiram fazê-lo, inclusive ela mesma.
Em função dessas situações e dos problemas que o próprio pastor enfrenta, há esposas que adoecem física e emocionalmente. Porém, além de sofrerem com desgastes e cobranças comuns à maioria das mulheres, contam com um agravante: muitos crentes esperam que ela seja fonte de cura, e não de doenças. É como se adoecer, ter problemas e expor suas limitações seja sinônimo de despreparo ou incompetência. No entanto, é possível que a esposa do pastor, em algum momento, necessite de apoio emocional e espiritual para suportar os reveses da vida. Quando um membro do corpo de Cristo adoece ou tem problemas, precisa de oração, cuidado e tratamento, inclusive se este membro for o pastor, seus filhos ou esposa.
Por mais que tenha um custo, dizer sim ao trabalho de Deus é sempre uma alegria. Por isso a esposa do pastor, como crente, deve oferecer sempre o seu melhor! No entanto, algumas atitudes podem ajudá-la a atender às necessidades da igreja, respeitando seus limites pessoais. A primeira delas é deixar claro que, embora tenha recebido dons, certamente não tem todos e, por isso, não precisa trabalhar em todas as áreas da igreja. Deve também lembrar que o Espírito Santo dispensou dons a outros membros, conforme I Coríntios 12.7-11.Por outro lado, precisa deixar a congregação consciente de que, a qualquer momento, a família pastoral poderá estar servindo em outro lugar e isso não pode impedir a continuidade da obra.
Como todo crente, o primeiro compromisso da esposa do pastor deve ser o de agradar a Deus. Cumprir esse propósito exige vontade e abnegação, mas é sempre recompensado pela fidelidade de Deus e por muitas alegrias. Por isso, quando a esposa do pastor desenvolve seus dons a serviço do ministério, colocando-se voluntariamente como auxiliadora de seu marido, certamente cumpre o propósito para o qual foi escolhida e encontra satisfação em ocupar esse lugar!

Romi Campos Schneider de Aquino é psicóloga, diretora da Resofap Sul e auxilia seu marido no pastoreio, em Curitiba (PR). Texto publicado originalmente em O Clarim, agosto de 2014.


Referência
http://prnatanaelfarias.blogspot.com.br/2012/04/o-ministerio-da-esposa-do-pastor-co.html, acessado em14/05/2014.

Que chamado é esse?

Deus nos capacita a animar os aflitos, apesar de nossas lutas diárias

“O Senhor Deus me deu o seu Espírito, pois ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres; Ele me enviou para animar os aflitos, para anunciar a libertação dos escravos e a liberdade para os que estão na prisão.” Is.61:1
Dentre os chamados descritos no texto de Isaías 61.1, um dos que mais me desperta a atenção é para animar os aflitos.
Vivemos em um mundo onde existem problemas de todas as formas e profundidades, perturbações, dificuldades, tristezas, desespero, corações contritos por conta da correria do dia a dia e da agitação dos centros urbanos, etc. Sofremos por conta do esgotamento intelectual devido às preocupações, sofremos por conta do esgotamento físico provocado por um mundo agitado e exigente, sofremos por conta de um mundo materialista incapaz de oferecer alternativas espirituais que satisfaça o homem interior, sofremos com a crise financeira que desestrutura lares, sofremos com o crescimento da agressividade e da violência em todos os níveis.
A vida, com certeza, é cheia de emoções que podem dar um colorido especial à nossa caminhada ou torná-la opaca e sem brilho.
Os sentimentos não são uma mera decoração das emoções, qualquer coisa que possamos guardar ou jogar fora. Os sentimentos geralmente são revelações do nosso estado de vida: medo, ira, remorso, tristeza, preocupação, decepção, vergonha, alegria, esperança, gratidão, felicidade. A forma como processamos as nossas emoções varia de acordo com nosso temperamento, personalidade, nossa história de vida e dos conceitos adquiridos pelas nossa fé.
As emoções, no dia a dia, nos servem de estímulos. Elas estabelecem nossa rota, nos direcionam e, até mesmo, nos corrigem. Considerando que a vida é como uma acrobacia na corda bamba, a maior parte dos sentimentos são expressões de uma luta contínua para atingir o equilíbrio.
Mas como podemos aumentar nosso próprio bem estar, mesmo em situações adversas? Existem duas maneiras de mudar o nosso dia a dia com decisão e ação: exercitar a gratidão, pois ela aumenta a apreciação das coisas boas e que nos edificam; e praticar o perdão, já que este diminui o poder dos acontecimentos negativos em promover a amargura.
Podemos sim reescrever a nossa história, transformando as más lembranças e não nos realimentando de emoções negativas. O perdão proporciona saúde física e emocional, portanto, é fundamental! Que Deus nos ajude a exercitar o auto perdão (por meio do qual podemos começar de novo, subtraindo o aprendizado da experiência sem rancores), e ainda praticar o perdão em nossos relacionamentos interpessoais (em família, na igreja e na comunidade).
A Palavra do Senhor nos faz lembrar em Provérbios 15:3 que “o Senhor Deus vê o que acontece em toda parte” e que “o Senhor Deus é bom. Em tempos difíceis ele salva o seu povo e cuida dos que procuram a sua proteção” (Naum1.7).
Por conta das emoções negativas, muitos permanecem com profundas feridas provenientes de experiências do passado. Algumas vêm da infância e continuam presentes, outras vêm de casamentos desestruturados e escolhas incertas, mas Jesus, em Mateus 19.26, nos diz que há restauração para nós, porque “…para Deus, tudo é possível”.
Certos que seremos auxiliados pelo Senhor, confessemos nossas mágoas porque o Senhor nos ouve, “Ele fica perto dos que estão desanimados e salva os que perderam a esperança” (Sl 34:18). Compreenda que Deus perdoou as nossas culpas, então, devemos ser “uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como Deus, em Cristo vos perdoou” (Ef.4:22).
Além das nossas lutas diárias, Deus nos chamou para animar os aflitos. Com certeza, Ele está conosco nesta missão. O apóstolo Pedro nos lembra que devemos entregar nossas preocupações a Deus, porque ele cuida de nós (I Pedro 5:7). Louvado seja o Senhor pelo seu cuidado para com os seus. Que Deus abençoe o nosso ministério em todo o tempo!

Dsa. Zildeli F. Carmo Del Pozzo congrega na IAP em Vila Kellen (Campo Grande – MS) e atua no Ministério de Vida Pastoral (MVP) – Convenção Sul Matogrossense

Um “sim” consciente

Estou preparada para ser esposa de pastor?

Às vezes, somos levadas a tomar decisões, analisando somente o momento, a partir de sonhos e expectativas utópicas, sem pensar no futuro que nos aguarda.
Noto que, há alguns anos, com raras exceções, os pastores assumiam o ministério já casados, com suas famílias constituídas. Assim, os dois compreendiam e enfrentavam o ministério juntos, já com alguma experiência acumulada.
Hoje estamos vivendo outra época, em que o ministério pastoral, em muitos casos, vem antes do casamento. Neste cenário, o relacionamento monogâmico e permanente, baseado nos princípios e valores do Evangelho cristão, será construído paralelamente à carreira ministerial, repleta de desafios, pressões e variações.
O que nos leva a desejar ser esposa de pastor, diante de tantas alternativas acadêmicas e profissionais, além dos fatores sociais, emocionais e psicológicos envolvidos?
Seria o reconhecimento da igreja? Ou o status pela posição de destaque, ao lado de um ministro do Evangelho? Ou ainda, o sonho de viver um relacionamento romântico ao lado de alguém que experimenta do conhecimento da Palavra de Deus e que, portanto, será mais compreensível, quase perfeito? Seria a ilusão de que nada do que planejamos dará errado, afinal, estaremos a serviço de Cristo, não sobrando espaço para questionar a nossa felicidade virtual?
O ministério é muito mais do que isso. É sonho que se sonha com os olhos abertos. Há muita alegria envolvida mas também, em muitas situações, você deverá estar preparada para dividir o seu esposo com muitas pessoas e tarefas, um dia após o outro.
É necessário estar preparada para acompanhá-lo em missões com casais, visitas a hospitais, comemorar aniversário de casamento fora da data, arrumar a mala dele quando for necessário viajar e ficar em casa sozinha, desistir de algum posto de trabalho para recomeçar a carreira em outra cidade, estado ou país, lembrando que o chamado para o ministério também é seu.
Deus fez a mulher para ser ajudadora, não atrapalhadora. Quando Deus viu que o homem estava só, fez com que ele dormisse um sono profundo e de sua costela fez a mulher, sua companheira (Gn 2. 21-24).
Nós precisamos entender que o chamado é glorioso, mas envolve renúncias. Se insistirmos em, por exemplo, não cortar o cordão umbilical com a família, desejando morar próximo, isso pode trazer sérios problemas. Uma vez que nossa escolha foi feita, precisamos entender que a vontade do Senhor é a melhor para nossa vida e que sempre encontraremos alegrias na família cristã, em cada igreja onde estivermos.
Se você vai se casar com um pastor, é hora de decidir com razão e oração, aproveitando a ocasião para questionar o coração.
Sou casada com um pastor há 20 anos e sei bem o que é deixar pai, mãe e filha, mas sou muito feliz porque o ministério não é só dele, eu aceitei o chamado também, para juntos fazemos a obra do Senhor.
Não se iluda pelas as aparências. Ore, espere e não se precipite na decisão de se casar. Mas se você se alegra com a ideia de ajudá-lo no ministério, provavelmente o chamado já começou tomar forma em seu coração. “Que a esposa deixe o marido feliz por chegar em casa, e que este a deixa triste ao partir. ’’ (Martinho Lutero) Que isso não aconteça por desentendimento, mas por amor.

Dsa. Andréa Cristina Machado congrega na IAP em Jd. Primavera – Sumaré (SP), é pedagoga, casada com pr. Elias Higino, mãe de dois filhos e integra a equipe do Ministério de Vida Pastoral (MVP) – Convenção Geral

Mãe e esposa de pastor

Quando somos jovens e procuramos alguém para nos casar, não pensamos em pastorado, a não ser quando namoramos um seminarista. No meu caso, me casei com um jovem crente, envolvido com a igreja, que foi chamado ao pastorado posteriormente. Fomos imensamente abençoados, Deus foi o nosso provedor.
Mas o maior milagre vivemos com nosso filho mais velho, em 1985, quando foi atropelado por um ônibus, em plena rodovia, e ressuscitou! Nessa época eu olhava para o céu e pensava “agora conheço o meu Deus e não o Deus do meu pai”.
Esse fato mudou minha existência. Quando veio o chamado ao pastorado, eu pensava: como vou dizer não, para quem sempre me diz “sim”? Isto nos impulsionou para o pastorado, que se iniciou em 1990. Deus foi o nosso preparo, porque nos deu direção em situações que pareciam impossíveis, pela graça de Jesus.
Nossos filhos cresceram aos pés do Senhor, que fez brotar a semente do evangelho no coração deles. Eu me lembro que num domingo, em que ia haver ceia, na igreja em que eles congregavam (porque optamos em mantê-los na igreja em que estavam acostumados), minha filha fez questão de congregar, mesmo não sendo batizada ainda. Quando voltamos para buscá-la, o poder de Deus se movia na igreja e ela foi batizada no Espírito Santo!
Um dia, Deus chamou meu marido para pastorear essa mesma igreja, e então passamos a congregar juntos. Sempre os conscientizamos de que o chamado era algo divino, especial e assim, nunca reclamaram de nada. Mesmo quando fomos enviados para Maringá (PR) e eles continuaram residindo em São Paulo sozinhos, ainda solteiros, mas sem a possibilidade de ir porque já estavam exercendo a vida profissional.
Hoje noto filhos de pastores que são avessos à igreja, porque talvez ouviram muitas reclamações da mãe: falta do esposo, falta de dinheiro. A Bíblia nos manda em tudo dar graças, que é o antídoto da reclamação. Acredito que com a ajuda de Deus conseguimos conciliar essas duas áreas tão importantes da nossa vida: o pastorado e a família.

Dsa. Deusa de Oliveira Teixeira congrega na IAP em Vila Medeiros (SP) e atua no Ministério de Vida Pastoral (MVP) – Convenção Geral