Uma experiência extraordinária

Saber que fomos separadas por Deus, para servir, é algo indescritível

“Ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres. (Ef 4:11)
O ministério pastoral pode ser descrito de muitas maneiras e exercê-lo significa realizar tarefas diversificadas. Os pastores são criados por Deus para serem pastores. Não é uma questão de escolha. Eles não escolhem ser pastores, mas são escolhidos de acordo com o plano e propósito divino e muitos são separados desde o ventre. (Jr 1:5).
Ser pastor não é uma questão de possuir uma coleção de dons espirituais, mas é um dom próprio.
Saber que foi separado por Deus é, com certeza, magnífico. Depois de ter conhecimento pessoal de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, ter certeza desse chamado é a garantia de conservar-se na rota correta do ministério. É saber que os altos e baixos da vida ministerial serão ao lado daquele que tudo pode, é confiar que foi autorizado para pregar a Palavra e ministrar os sacramentos, é saber que foi escolhido para ouvir a confissão de pecado, sem julgamentos. É ter a certeza de que Deus é a sua força enquanto executa suas tarefas.
Viver ao lado de um homem chamado por Deus para tratar, aqui na Terra, de coisas eternas é um privilégio, apesar de experiências dolorosas e cheias de ansiedade, em certas ocasiões.
Vivemos o ministério com intensidade porque acompanhamos a vida de nosso companheiro. Vemos a sua preparação diária, seu sucesso, fracassos, esgotamento, relacionamento com a congregação e deveres familiares.
Dividimos sua presença com a comunidade, ouvimos suas orações diárias e clamores pela Igreja do Deus vivo, pela sua casa, ministério e pela sua vida. Escutamos o testemunho de vidas que são abençoadas e alcançadas através do poder de Deus.
Lamentamos sim, sua ausência, por conta das atribuições inerentes a sua função e viagens, mas sabemos que ele é um representante de Deus que inspira confiança, que celebra a amizade com os membros, que aplica seus conselhos dentro de um contexto bíblico, que ministra a Palavra de Deus, orando para que Cristo seja o centro da vida de cada um.
O ministério pastoral envolve sempre duas coisas: aprender a ouvir a voz de Deus e aprender a ouvir o ser humano. Aprender a amar as pessoas com compaixão é absolutamente necessário, mas conhecer, amar a Deus e a sua vontade é imprescindível e temos que entender isso.
Saber que o pastor foi chamado para pregação, ensino, visitação, orientação espiritual, disciplina eclesiástica para conduzir vidas em direção aos céus sob os cuidados do Supremo Pastor, e que nós, como esposas, fomos escolhidas para ser ajudadoras nesta missão, é sentir o quanto Deus nos ama e deseja que nós sejamos dependentes dele.
Os sofrimentos existem são reais mas viver sob a potente mão de Deus é uma experiência extraordinária. Devemos estar dispostas a transformar fraquezas em forças e, mesmo quando isso não for possível, devemos procurar oportunidades para que Deus seja glorificado até mesmo em nossos fracassos e sofrimentos. Deus não comete erros e sempre está operando em nós, à medida que continua a nos aperfeiçoar e edificar, até a volta de Cristo.

Dsa. Zildelí Ferreira do Carmo Del Pozzo congrega na IAP em Vila Kéllen (Campo Grande – MS) e atua no Ministério de Vida Pastoral – Convenção Sul Matogrossense.

Dicas da lição 10 – “É preciso contextualizar”

É preciso contextualizar

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Dicas

Oração: Separe um momento na semana e ore pelos alunos da Escola Bíblica de sua IAP. Peça a Deus direção e sabedoria para que Ele fale a cada coração no estudo da presente lição e que todos os professores possam ser instrumentos para o ensino de Sua Palavra.
Sugestão de Leitura: Livro “Contextualização” do autor Bruce J. Nicholls da Editora Vida Nova.
Dinâmica: Após o término do tópico 1, cite o título do tópico 2 O equilíbrio na contextualização” e realize a seguinte dinâmica:
O objetivo da atividade é verificar se as pessoas realmente conhecem a cultura em que estão inseridas. Como estamos falando de uma lição que é ensinada em várias partes do Brasil e do mundo, estaremos sendo bem abrangentes para atender a todos os públicos.

  • Material: Caneta e papel.
  • Participantes: 3 a 4 pessoas
  • Tempo estimado: 8 minutos
  • Dê uma folha de papel e uma caneta para cada participante e peça para que eles respondam na folha as seguintes perguntas: 1) Em qual data e por quem foi descoberto o seu país?; 2) Qual a história do nome do seu estado? 3) Qual a data de aniversário da Cidade onde reside? 4) Quantos habitantes residem em seu estado?; 5) Quem é o governador do seu estado e o prefeito do seu município?

Objetivo: Levar os alunos a refletirem sobre o nível de conhecimento da sua cultura local e como isso pode influenciar em uma oportunidade para evangelizar alguém. Discuta com os demais participantes sobre a importância de se conhecer a cultura de onde estamos inseridos para utilizarmos como estratégia de evangelismo.
Direcionamento de Perguntas: No item “Praticando o ensino bíblico”, divida a classe em dois grupos e peça para um representante de cada grupo responder as perguntas 5 e 6 respectivamente em no máximo 3 minutos. Abra espaço para a outra equipe fazer comentários se for necessário. A atividade deve durar no máximo 10 minutos.
Material de apoio: Use os comentários adicionais, disponíveis no espaço abaixo, para complementar a sua aula. Para ouvir o podcast desta lição, acesse: http://portaliap.org/wp-content/uploads/2018/05/LB324_10.mp3; utilize os slides desta lição disponíveis em: http://portaliap.org/licoes-biblicas-324/
Material de apoio 2: A Junta de Missões sempre disponibiliza a Lição Bíblica em libras. Informe seus alunos sobre este importante trabalho. Veja: https://www.youtube.com/channel/UCSajxLcXf10Zmvnz3wv7qag
 

Comentários Adicionais

    1. Uma de nição de contextualização – “A contextualização da mensagem, linguística e culturalmente, é um instrumento para uma boa comunicação, que transmita o evangelho de forma clara e compreensível, e Paulo a utilizava abundantemente ao falar distintamente a judeus e gentios, escravos e livres, senhores e servos. Também Jesus, ao propor transformar pescadores em pescadores de homens, ao utilizar em seus sermões a candeia que ilumina, a semente lançada em diferentes solos, o joio e o trigo no mesmo campo, a dracma que se perdeu, as redes abarrotadas de peixes, fez isso para que o essencial da Palavra chegue de maneira inteligível para a pessoa, sociedade e cultura que o ouve”. (Lidório, Ronaldo. Contextualização missionária, desa os, questões e diretrizes. Barbara Helen Burns, ed — São Paulo: Vida Nova, 2011, p.29).
    2. O que é cultura e cosmovisão? – “O termo ‘cultura’ é o rótulo que os antropólogos atribuem aos costumes estruturados e pressuposições de cosmovisão que os povos utilizam para governar sua vida. Cultura (incluindo a cosmovisão) é o modo de vida de um povo, seu planejamento de vida, seu modo de lidar com o ambiente biológico, físico e social. Consiste em pressuposições apreendidas e padronizadas (cosmovisão), em conceitos e comportamentos e na arte resultante (cultura material). A cosmovisão, o nível profundo da cultura, é o conjunto culturalmente estruturado de pressuposições (incluindo valores e compromissos/ alianças) que serve como base para que um povo perceba e responda à realidade. A cosmovisão não está separada da cultura. Ela está incluída na cultura como o nível mais profundo de pressuposições nas quais um povo baseia sua vida (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. p.393).
    3. Contextualizar é facilitar o acesso a igreja – “[…] contextualizar é facilitar ao máximo o acesso à igreja sem comprometer a verdade da crença cristã. Assim, o que se busca é uma verdade atemporal e métodos modernos […] Jesus é relevante para todas as pessoas, todos os tempos, todos os lugares, todas as culturas e todas as circunstâncias. Eles estão comprometidos em transpor quaisquer barreiras culturais […] para que as pessoas possam claramente ouvir a mensagem de Jesus […] toda a igreja e cercada de culturas, subculturas e tribos de pessoas que estão tão perdidas e são tão culturalmente diferentes do cristianismo evangélico ocidental quanto um morador vilarejo indiano”’. (Driscoll, Mark. Igreja Vintage: questões atemporais e métodos atuais. Tradução Érica Silveira Campos. Niterói: Tempo de Colheita, 2011, pp.207, 208).
    4. Contextualização no primeiro século – “A contextualização do cristianismo faz parte do registro do Novo Testamento. É o processo no qual os apóstolos se envolveram ao comunicar aos de fala grega a mensagem cristã que chegou a eles na língua e na cultura aramaica. A m de contextualizar o cristianismo aos que falavam grego, os apóstolos expressaram a verdade cristã no padrão de pensamento de seus receptores. Palavras e conceitos de cada cultura foram usados para explicar temas como Deus, igreja, pecado, conversão, arrependimento, iniciação, ‘palavra’ (logos) e outras áreas importantes da vida e da prática cristãs. As igrejas gregas primitivas corriam o risco de serem dominadas pelas práticas religiosas judaicas, porque seus líderes eram judeus. Contudo, Deus enviou o apóstolo Paulo e outros, que enfrentaram os cristãos judeus e lutaram pela implantação de um cristianismo contextualizado para os gentios de fala grega. Para isso, Paulo teve de travar uma batalha contra muitos líderes judeus que achavam ser a tarefa dos pregadores cristãos simplesmente impor conceitos teológicos judaicos aos novos convertidos (v. At 15). Os judeus conservadores eram os heréticos contra os quais Paulo lutou, pelo direito dos cristãos de fala grega, a fim de que estes pudessem ter o evangelho em sua língua e cultura. Concluímos, com base nas passagens de Atos 10 e 15, que é plano de Deus que o cristianismo bíblico seja “reencarnado” em cada língua e em cada cultura ao longo da História”. (Perspectivas no movimento cristão mundial. Editado por Ralph D. Winter, Steven C. Hawthorne, Kevin D. Bradford; — São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 398).